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Turismo

- Publicada em 24 de Março de 2017 às 16:30

Receita com viagens corporativas recua 8,7%

Ao contrário do segmento de negócios, demanda por passeios a lazer vem crescendo

Ao contrário do segmento de negócios, demanda por passeios a lazer vem crescendo


CHIP SOMODEVILLA/GETTY IMAGES/AFP/JC
Para contornar a crise e reduzir os custos, empresas tentam enxugar os gastos com viagens de colaboradores, buscando alternativas para realizar reuniões e outras ações que exijam deslocamento para fora da cidade. O resultado é que em 2016 as receitas do segmento de eventos e negócios caíram 8,7% em comparação com 2015, segundo estudo realizado pela Associação Latino Americana de Gestores de Eventos e Viagens (Alagev). No Estado, o cenário não é diferente. "Muitas agências estão deixando de atender o público corporativo, porque este ramo não é mais rentável, em vista da queda da demanda", explica o presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens do Rio Grande do Sul (Abav-RS), João Augusto Machado.
Para contornar a crise e reduzir os custos, empresas tentam enxugar os gastos com viagens de colaboradores, buscando alternativas para realizar reuniões e outras ações que exijam deslocamento para fora da cidade. O resultado é que em 2016 as receitas do segmento de eventos e negócios caíram 8,7% em comparação com 2015, segundo estudo realizado pela Associação Latino Americana de Gestores de Eventos e Viagens (Alagev). No Estado, o cenário não é diferente. "Muitas agências estão deixando de atender o público corporativo, porque este ramo não é mais rentável, em vista da queda da demanda", explica o presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens do Rio Grande do Sul (Abav-RS), João Augusto Machado.
Segundo o dirigente da Abav-RS, a baixa procura se confirma nas companhias aéreas. "Estive conversando com gestores de pelo menos duas empresas, que confirmaram que é visível a redução por passagens no ramo corporativo", comenta Machado. Por outro lado, segundo o presidente da entidade gaúcha, a procura por viagens de lazer "cresceu um pouco". "Hoje em dia, dá para fazer reuniões por WhatsApp, e esta tem sido uma das alternativas encontradas por gestores que querem economizar", explica o presidente da Abav.
Dados da Alagev apontam que esta é a segunda queda seguida no indicador, que voltou aos patamares de 2011, quando a receita gerada pelas viagens corporativas somou R$ 79,2 bilhões. Em 2016, foram R$ 78,1 bilhões. O recorde histórico foi registrado em 2014, quando as receitas chegaram a R$ 97,3 bilhões. O setor de viagens corporativas possui uma correlação muito alta com o PIB, segundo o presidente da GfK no Brasil, Felipe Mendes, que explica que mais de 90% das variações nas receitas do setor dependem do resultado da soma de todos os bens e serviços finais produzidos no País.
Enquanto as agências e companhias aéreas registram queda de vendas no segmento de viagens corporativas, a tecnologia tem sido utilizada como solução para resolver parte da demanda das empresas. Não somente o WhatsApp, mas outros aplicativos têm sido utilizados com foco em economia no orçamento destinado às viagens. Quando se trata de ferramentas on-line, é possível conseguir até 25% de desconto nos custos com passagens, hospedagem e deslocamento no destino.
De acordo com o diretor de marketing da plataforma Cuponomia, Ivan Zeredo, os cupons de desconto on-line têm tido uma ótima procura, principalmente entre as empresas. O site reúne cupons de desconto on-line para reservas em hotéis, aluguel de carros e compras de passagens aéreas dos principais players de comércio eletrônico do País. "Utilizando os códigos promocionais oferecidos pelas companhias, os bilhetes aéreos podem ficar até 20% mais baratos no orçamento. É importante se atentar às regras de utilização do cupom, bem como prazos de validade e o período da viagem", destaca o executivo da empresa, que cresceu 50% em 2016, em comparação ao ano anterior.
Inspirada em um modelo norte-americano, a plataforma de cupons com descontos chegou no Brasil em 2012, e recentemente iniciou operações no México, Chile e Colômbia. "No caso das passagens aéreas, o site ajuda a encontrar lojas onde os descontos chegam a 20%, já os serviços de Uber e Cabify, por exemplo, podem ser agendados por valores inferiores em 70% frente à cobrança sem os cupons." Também hotéis (com descontos de até 30%) e seguro-viagem (40%) estão no rol de possíveis serviços com ofertas mais em conta que as do mercado físico. "Mas é bom salientar que vai depender do dia e da empresa, cada caso é um caso", pondera Zeredo, afirmando que a plataforma gerou um faturamento de cerca de R$ 500 milhões para os parceiros durante o ano passado.

Reservas flexíveis são alternativa para economizar

Segundo estudo realizado pelo Instituto de Estudos de Hospitalidade, Lazer e Turismo (IEVC), em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), os custos com deslocamentos corporativos chegam a R$ 15,5 bilhões ao ano no Brasil. Como em alguns casos viajar a trabalho é uma necessidade indispensável para muitos executivos, a saída de algumas empresas tem sido apostar na tecnologia para economizar no fim do mês. E não faltam aplicativos úteis que podem deixar as viagens de negócios mais baratas.
Para quem está na cidade para uma reunião e precisa de algumas horas para se preparar ou mesmo descansar enquanto aguarda o voo de volta, o HotelQuando.com oferece reservas flexíveis de quartos por períodos de três, seis, nove ou 12 horas. O check-in pode ser feito em qualquer horário ,e os preços são, em média, até 25% mais baratos que uma diária convencional de hotel. Além disso, o aplicativo possui ferramenta de geolocalização, basta o GPS do celular estar acionado, e o app mostrará na tela todos os hotéis disponíveis mais próximos a você. "Verificamos a oportunidade do negócio quando meu sócio, Max Campos, precisou encontrar um hotel que aceitasse estadia por um período menor que a diária", comenta o cofundador da plataforma, Pedro Xavier.
Xavier destaca que muitos hotéis têm flexibilidade para trabalhar com diversos horários de check-in, o que facilita as ofertas de horas e preços reduzidos. Em Porto Alegre, pelo menos 25 hotéis trabalham com o sistema. Outra solução é o deslocamento na cidade, com o uso do Uber ou Cabify. "As principais soluções para empresas são os modelos de tarifas fixas, que só cobram por quilometragem, sendo que o preço corporativo é mensal", destaca o gerente-geral do Cabify para a Capital, Nicolas Cañas. O serviço, que hoje é o principal concorrente do Uber, chegou na cidade em setembro de 2016.
A plataforma conta com sistema de atendimento 24 horas para fazer reservas de viagens. Até agora, o Cabify opera também no Rio de Janeiro, em Curitiba, Belo Horizonte e São Paulo, onde o polo comercial garante uma demanda alta. "Mas temos a intenção de fazer novos lançamentos pelas regiões metropolitanas destas capitais", adianta Canãs.