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Economia

- Publicada em 22 de Março de 2017 às 18:21

Cade aprova fusão de BM&FBovespa e Cetip

Empresas acusam bolsa de criar barreiras para sistema de negociação

Empresas acusam bolsa de criar barreiras para sistema de negociação


CALIEL COSTA/VISUALHUNT.COM/DIVUGAÇÃO/JC
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, ontem, com restrições, a compra da Cetip pela BM&FBovespa, um negócio de R$ 12 bilhões. A Bovespa e a Cetip operam com negócios diferentes, mas complementares. Na bolsa, são comercializadas ações de empresas. Na Cetip, são feitas as transações envolvendo títulos de renda fixa, como Certificados de Depósitos Bancários (CDBs), Letras de Créditos do Agronegócio (LCAs), entre outros.
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, ontem, com restrições, a compra da Cetip pela BM&FBovespa, um negócio de R$ 12 bilhões. A Bovespa e a Cetip operam com negócios diferentes, mas complementares. Na bolsa, são comercializadas ações de empresas. Na Cetip, são feitas as transações envolvendo títulos de renda fixa, como Certificados de Depósitos Bancários (CDBs), Letras de Créditos do Agronegócio (LCAs), entre outros.
A princípio, a bolsa poderia entrar no negócio da Cetip, que, por sua vez, também poderia criar uma estrutura similar à da bolsa para também negociar ações. Mas isso nunca aconteceu. No passado, outras empresas tentaram criar bolsas concorrentes, mas as tentativas fracassaram.
Hoje, quando uma corretora vira cliente da BM&FBovespa, precisa pagar uma taxa para se conectar eletronicamente aos sistemas de negociação e transferência das ações. Essa taxa é repassada a seus clientes, que emitem as ordens de compra e venda dos papéis. A Cetip também cobra para a compra e venda de títulos de renda fixa.
O conselho não aceitou o voto da relatora do caso, Cristiane Alkmin - considerado "duro demais" -, e permitiu a transação, desde que seja criado um comitê de arbitragem para decidir conflitos entre a Bovespa e possíveis concorrentes. A solução foi apresentada pelas próprias empresas há cerca de duas semanas, quando a conselheira se retirou das negociações.
Em seu pronunciamento durante a votação, Cristiane disse concordar com essa solução, mas que esta só faria sentido se fossem impostas condições prévias ao árbitro. Entre elas: o controle objetivo das regras de acesso aos sistemas da bolsa (para evitar demora ou tratamento discriminatório) e de preço (para evitar abusos de preço que inviabilizem a concorrência).
A maioria dos conselheiros optou por uma saída "light", porque entendeu não ser função do Cade regular mercados. No caso, esse papel é exercido pelo Banco Central e pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Até hoje, porém, não existe uma regulação da CVM para quem quer entrar no mercado da bolsa.
A ATS, empresa que pretende criar uma bolsa concorrente, entrou como parte interessada no processo como uma forma de "esclarecer" as distorções que hoje permitem à bolsa permanecer como "monopolista" e com margens de lucro acima de 60% desde 2007.
Muitas empresas tentaram ser concorrentes da bolsa no Brasil nos últimos anos, mas desistiram diante dessas "falhas concorrenciais" reveladas nesta última sessão do Cade. Para se implantar no País, muitas precisariam usar parte dos sistemas de negociação da BM&FBovespa. Segundo elas, a bolsa sempre criou barreiras para o acesso aos sistemas (demora excessiva em dar respostas) e cobrou preços tão elevados que, na prática, inviabilizaram a competição.
A bolsa sempre afirmou e, repetiu dessa vez ao Cade, que seu preço reflete seus custos. Mas nunca abriu a composição desses custos. No processo, um estudo contratado pela ATS - que foi parte interessada - e feito pela consultoria Oxera revelou que os preços da BM&FBovespa estavam 22 vezes acima da média mundial.
Em comunicado, a bolsa informou que cumprirá todas as condições impostas pelo Cade e que vai garantir tratamento isonômico às empresas que quiserem atuar nesse mercado. Em nota, a ATS considerou que o conselho agiu "de forma adequada e contundente" ao obrigar a BM&FBovespa e a Cetip a celebrarem acordos de prestação de serviço com as novas entrantes.
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