Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

PETRÓLEO

- Publicada em 22 de Março de 2017 às 17:25

Pedro Parente quer acordo sobre política de conteúdo local

Durante discurso em evento ontem, Parente criticou a atuação da ANP

Durante discurso em evento ontem, Parente criticou a atuação da ANP


Tânia Rêgo/ABR/JC
O presidente da Petrobras, Pedro Parente, conclamou ontem todos os segmentos da indústria de petróleo a buscarem um entendimento em relação à política de conteúdo local com os fornecedores de máquinas e equipamentos. O objetivo seria promover o desenvolvimento do setor o mais rapidamente possível.
O presidente da Petrobras, Pedro Parente, conclamou ontem todos os segmentos da indústria de petróleo a buscarem um entendimento em relação à política de conteúdo local com os fornecedores de máquinas e equipamentos. O objetivo seria promover o desenvolvimento do setor o mais rapidamente possível.
"Muitas empresas internacionais estão interessadas em investir aqui. E só um marco regulatório do setor de óleo e gás adequado viabilizará os investimentos. Se não houver atratividade no ambiente de negócios, a riqueza fica como riqueza potencial deitada em berço esplêndido. Aquela que poderia ser, e jamais foi, porque não se conseguiu estabelecer as regras adequadas para a transformação do ativo em valor verdadeiro para a sociedade. Devemos nos entender o mais rapidamente possível. Pior do que uma política de conteúdo local supostamente ruim, mas que gera contratos relevantes para o nosso país, é a situação de não haver contrato nenhum, que é a situação que vivemos até pouco tempo atrás", destacou Parente.
O presidente da Petrobras participou de evento no Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP) para discutir a política de conteúdo local, e as mudanças que estão sendo apresentadas pelo governo federal.
O governo anunciou recentemente a ideia de reduzir os percentuais de conteúdo local para as atividades exploratórias de 37% para 18%, e de 50% para 25% na fase de desenvolvimento da produção. A medida tem gerado muitas críticas, principalmente pelas empresas fornecedoras de materiais e equipamentos, que defendem a adoção de percentuais de conteúdo local por segmentos.
Em seu discurso, o presidente da Petrobras criticou a atuação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a qual cabe o controle do conteúdo local. Em sua opinião, a cobrança de multas pela reguladora "encarece as propostas comerciais e tira a atratividade dos leilões" de áreas exploratórias e de partilha, diante da concorrência com oportunidades em outros países.
A Petrobras divulgou, nesta terça-feira, um prejuízo total de R$ 14,8 bilhões em 2016. Parente destacou as dificuldades que as empresas enfrentam para fazer negócios no Brasil.
"Investir, empreender, produzir, enfim, fazer negócios no Brasil é uma verdadeira corrida de obstáculos. Entraves de diversas natureza, entre os quais tributários, ambientais e trabalhistas, constituem obstáculos dessa corrida sem fim, e tornam tão hostil fazer negócios em nosso País", disse Parente.
 

Shell espera que a ANP conceda isenção a empresas

O presidente da Shell no Brasil, André Araújo, espera que a isenção de cumprimento de conteúdo local (waiver) pedida pelo consórcio de Libra seja concedida pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Para o executivo, o projeto está à frente na discussão, mas a regulamentação do waiver será crucial para destravar uma série de investimentos no setor de petróleo.
Entre os projetos, Araújo deu como exemplo o Gato-do-Mato, da própria Shell, no pré-sal da Bacia de Santos, como um dos que podem vir a ter problemas semelhantes. "Decisões no presente vão ter impacto em como as companhias veem seu envolvimento nos projetos", afirmou em evento do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Combustíveis (IBP).
A ANP analisa o pedido do consórcio de Libra para permitir a contratação do afretamento da plataforma FPSO Libra 1, que será utilizada no projeto-piloto, com conteúdo local inferior ao previsto no contrato de partilha. O consórcio é operado pela Petrobras e conta ainda com a representante da União no projeto, a PPSA, a anglo-holandesa Shell, a francesa Total e as chinesas Cnooc e CNPC.
De acordo com Araújo, as decisões relativas ao projeto serão tomadas dependendo do entendimento dos empreendedores sobre seu custo final. O waiver relativo ao FPSO é um dos pontos-chave para isso.
O presidente da Shell destacou que a mudança feita pelo governo Temer nessa política para os próximos leilões é positiva, trazendo percentuais mais factíveis. Apesar disso, ainda há complexidade e detalhes a serem esclarecidos para as empresas. Além dos critérios para a concessão de waivers, ele mencionou também o futuro do Repetro como um ponto a ser endereçado. "O Brasil precisa continuar definindo escolhas para atrair investimentos. O fato de ter um volume de reservas extremamente grande não significa necessariamente que os investimentos virão", disse.

Petrobras pode ter melhora de rating se acelerar desalavancagem

Fatores como o preço do petróleo afetam a avaliação

Fatores como o preço do petróleo afetam a avaliação


TULIO THOMÉ/AGÊNCIA PETROBRAS/DIVULGAÇÃO/JC
O rating da Petrobras pode ter nova melhora se a empresa acelerar seu processo de desalavancagem, afirmou ontem a diretora da S&P Global Ratings, Regina Nunes. A nota de crédito da petroleira foi elevada recentemente pela agência de classificação de risco, mas ainda está abaixo do rating soberano do Brasil, o que abre espaço para elevações.
O rating da petroleira vinha sendo pressionado por fatores como elevado endividamento, capacidade de captação de recursos, liquidez e preços do petróleo.
Outro fator que pode melhorar a nota da Petrobras seria uma elevação do próprio rating do Brasil.
"A empresa tem realmente espaço de crescimento (no rating), ou pela própria desalavancagem, ou mudança no soberano. Se houver mudança para baixo no rating soberano, este espaço se extingue", disse Regina.
O presidente da estatal, Pedro Parente, afirmou, na terça-feira, que, pela primeira vez "depois de muito tempo", a dívida da empresa ficou abaixo de US$ 100 bilhões. A companhia encerrou 2016 com dívida bruta de R$ 314 bilhões, queda de 20% em relação a 2015.