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Economia

- Publicada em 21 de Março de 2017 às 21:56

Será preciso investir para recuperar imagem da carne

Di Vicenzi afirma que indústrias ainda 'apagam incêndio'

Di Vicenzi afirma que indústrias ainda 'apagam incêndio'


JONATHAN HECKLER/JC
Thiago Copetti
Recuperar a confiança de consumidores mundo afora vai exigir tempo, dinheiro e transparência por parte da indústria brasileira de carnes. O desafio de resgatar a credibilidade na qualidade da proteína que até então estava entre as referências internacionais vai levar tempo e exige ações diferenciadas dentro e fora do Brasil, avaliam especialista em imagem empresarial e de marcas e profissionais de marketing.
Recuperar a confiança de consumidores mundo afora vai exigir tempo, dinheiro e transparência por parte da indústria brasileira de carnes. O desafio de resgatar a credibilidade na qualidade da proteína que até então estava entre as referências internacionais vai levar tempo e exige ações diferenciadas dentro e fora do Brasil, avaliam especialista em imagem empresarial e de marcas e profissionais de marketing.
Para Lucio Di Carli, professor dos cursos de Administração e de Relações Internacionais da ESPM, a Operação Carne Fraca repete, em outras proporções, o que já ocorreu no Estado no setor de laticínios ao longo da Operação Leite Compensado. "Inicialmente, consumidores rejeitaram algumas marcas e até substituíram por alternativas, como o produto em pó. Hoje, retomaram as compras, mas são mais exigentes e cuidadosos."
Para o especialista, as indústrias de carnes devem começar a dar mais destaque nas embalagens a novas exigências e padrões de controle e segurança. A parte boa disso tudo, diz o professor, é que o varejo deve começar a receber produtos de melhor qualidade nas prateleiras, com empresas ainda mais especializadas no que fazem e consumidores mais atentos. Professor de MBA da FGV, José Luiz Meinberg diz que a indústria deveria fazer uma ampla pesquisa para saber de forma qualitativa como o consumidor está pensando em agir a partir dos fatos já conhecidos e tentar, assim, dimensionar os danos na imagem específica de cada empresa e produto.
"Também será importante reforçar ações com os intermediários, em ações com o trade marketing, voltado ao varejo. Se o produto sumir da prateleira, será pior, passará a imagem de que realmente há problemas. Mas o varejo, por sua vez, pode vir a reduzir as compras por receio de a procura cair e ele ficar com o prejuízo do estoque", opina Meinberg.
Já no consumo internacional, explica Meinberg, a tendência é que se detalhem melhor os procedimentos e as fiscalizações pelos quais passou o produto e suas especificações de qualidade. "A carne passa por inúmeras fiscalizações, da saída da indústria ao porto brasileiro, assim como na chega aos países de destino. Isso tudo pode ser detalhado nas embalagens. É preciso mostrar os caminhos de segurança e reafirmar que houve problema pontual. É preciso deixar claro que foram fatos de irresponsabilidade, não um problema setorial."
Ao avaliar o trabalho de comunicação feito pelas indústrias, o diretor da Qualidata, Paulo Di Vicenzi, avalia que elas ainda trabalham "no susto" e apagando incêndios. "No exterior, talvez esse trabalho de entendimento seja até mais fácil. Por quê? Porque aqui, no Brasil, o assunto domina as redes sociais, em que muitos falam sobre o que não sabem, piorando a situação de entendimento correto dos fatos", diz Di Vicenzi.
Também avaliando as estratégias e riscos no mercado internacional, Carli avalia que o maior problema é perder a estrutura de distribuição e capilaridade nos mercados estrangeiros. "Quando ocorre algo ruim, especialmente com questões fitossanitária, automaticamente os mercados se fecham por exigência de governos e, posteriormente, por pressão dos consumidores e pela autorregulação.
Para o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, o que deve exigir maior envolvimento da entidade é resgatar a imagem internacional do País. "No exterior, foi afetada a imagem do Brasil, não apenas de uma ou outra empresa. Como entidade, vamos intensificar convite para que jornalistas participem de missões de conhecimento do setor."
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