Bovespa perde 2,93% e dólar sobe

A aversão ao risco vinda do cenário internacional deflagrou uma onda de ordens de venda de ações na Bovespa ontem. A queda dos preços das commodities se somou ao desconforto com o cenário político dos Estados Unidos e a preocupações com questões políticas e econômicas na Europa.

O cenário interno não trouxe notícias de grande destaque, mas manteve os investidores cautelosos. O episódio da Operação Carne Fraca perdeu intensidade, mas continuou presente nos negócios. Ao final do pregão, o Ibovespa marcou 62.980 pontos, com perda de 2,93% - a maior queda percentual desde 1 de dezembro de 2016 (-3,88%).

A queda das cotações de matérias-primas, num contexto de fuga do risco de países emergentes, derrubou as ações da Vale em 8,19% (ON) e em 8,48% (PNA). A elevação do rating da mineradora, anunciada na véspera pela Moody's (de Ba3 para Ba2), acabou eclipsada pelas ordens de venda. Os papéis da Petrobras caíram 3,39% (ON) e 4,41% (PN), no dia em que a estatal divulga o seu resultado financeiro do quarto trimestre.

BRF ON teve queda de 1,24%, e JBS ON recuou 0,37%. Marfrig ON avançou 1,12%. Com o resultado de ontem, o Ibovespa passa a contabilizar queda de 5,52% em março e alta de 4,57% em 2017. Na sexta-feira, dia 17, os investidores estrangeiros retiraram R$ 436,198 milhões da BM&FBovespa. Em março, o saldo acumulado está negativo em R$ 2,829 bilhões. No acumulado deste ano, o fluxo de recursos estrangeiros está positivo em R$ 4,054 bilhões.

As dúvidas sobre a capacidade de o presidente dos EUA, Donald Trump, cumprir suas promessas de campanha se somaram à queda do petróleo e provocaram uma onda de aversão ao risco, que prejudicou as moedas emergentes. O dólar à vista no balcão terminou com alta de 0,43%, a R$ 3,0862. O giro foi de US$ 1,231 bilhão.