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Economia

- Publicada em 21 de Março de 2017 às 08:44

Coreia do Sul retoma compra de carne do Brasil; Hong Kong suspende importação

País retomou as compras da proteína

País retomou as compras da proteína


Fredy Vieira/JC
Agência Estado
Enquanto a Coreia do Sul voltou atrás na decisão de banir a importação de frango produzido no Brasil e anunciou a reabertura do mercado financeiro do país nesta terça-feira (21), Hong Kong se tornou o mais recente país a proibir a importação de carne brasileira. As medidas são reação à Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, que apontou fraudes na manipulação da carne em algumas plantas que gerou insegurança sobre os controles da indústria de carne do País.
Enquanto a Coreia do Sul voltou atrás na decisão de banir a importação de frango produzido no Brasil e anunciou a reabertura do mercado financeiro do país nesta terça-feira (21), Hong Kong se tornou o mais recente país a proibir a importação de carne brasileira. As medidas são reação à Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, que apontou fraudes na manipulação da carne em algumas plantas que gerou insegurança sobre os controles da indústria de carne do País.
O Ministério da Agricultura sul-coreano informou, porém, que a fiscalização será intensificada. Alguns dos maiores importadores de carne do País, como União Europeia, China e Chile, anunciaram ontem restrições à compra do produto, o maior efeito econômico até agora da Operação Carne Fraca, deflagrada na sexta-feira (17) pela Polícia Federal. Juntos, esses mercados representam cerca de 35% das vendas externas de carne bovina do Brasil.
Preocupado com os efeitos da operação da PF sobre as exportações, o presidente Michel Temer autorizou o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, a endurecer nas negociações, para evitar o fechamento dos mercados à carne brasileira. "Comércio é assim, às vezes tem cotovelada", comentou o ministro. "Se tiver de ter uma reação mais forte, farei com toda tranquilidade."
Ele falava sobre a hipótese de o Chile adotar uma suspensão total à importação da carne brasileira, embora o governo brasileiro não tivesse ontem clareza sobre a extensão das medidas restritivas chilenas. Blairo lembrou que o Brasil importa produtos de lá e, se for o caso, poderá adotar restrições a eles.
Ontem, o governo fazia uma corrida contra o tempo para evitar que países suspendam de forma mais definitiva as importações de carne brasileira. "Seria um desastre", disse Maggi. "Eu torço, rezo, penso e trabalho para que isso não acontecer." Ele disse que um eventual embargo às importações levaria anos para ser revertido. Na crise da vaca louca, em 2012, a China passou três anos sem comprar o produto brasileiro.
As primeiras reações dos países compradores mostram, por enquanto, um prejuízo limitado às vendas brasileiras de carne. A China, principal mercado do País, comunicou que os embarques do Brasil não serão desembaraçados, ou seja, não deixarão a área do porto, até que haja explicações adicionais das autoridades brasileiras. Estava programada para a noite de ontem uma teleconferência entre autoridades brasileiras e chinesas para prestar os esclarecimentos necessários.
Outro mercado importante, a União Europeia suspendeu a compra dos 21 estabelecimentos suspeitos, uma decisão vista com certo alívio pela área técnica, que temia uma medida mais forte. Em sintonia, o Brasil deixou de emitir autorização para esses frigoríficos venderem para a Europa. De acordo com o ministério, quatro frigoríficos da lista efetivamente exportam para lá. Entre eles, estão a BRF e a JBS.
De acordo com dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), as exportações para China, Chile, União Europeia e Coreia do Sul representaram no ano passado 34,42% das exportações da carne bovina e 20,16% das de frango. No caso da carne bovina, as vendas ao mercado externo somaram US$ 4,344 bilhões, dos quais 16,71% foram adquiridos pela China, principal comprador, e 11,24% pela UE. Nas exportações de frango, que somaram US$ 5,946 bilhões no ano passado, a China comprou 14,45% do total e a Coreia, 2,85%.

Hong Kong anuncia proibição temporária

"Tendo em vista que a qualidade da carne exportada do Brasil é questionada, por prudência, o Centro de Segurança Alimentar suspendeu temporariamente a importação de carnes congeladas e refrigeradas e carne de aves do Brasil com efeito imediato", informou a agência em comunicado. Um porta-voz da agência disse que continuará a manter contato com as autoridades brasileiras para obter informações detalhadas para futuras avaliações.
Hong Kong, que é um grande importador de carne brasileira, é o mais recente país a proibir a importação de carne. A China, o Egito, o Chile, além da União Europeia, anunciaram na segunda-feira medidas para proibir temporariamente as importações do Brasil ou de empresas específicas acusadas pela Polícia Federal de subornar funcionários sanitários por certificados de saúde. Os EUA e outros países disseram que iriam aumentar as inspeções. Tanto a JBS quanto a BRF têm negado a venda de carne ruim ou de subornar funcionários. 
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