A diretoria do Tecon Rio Grande estima que, em junho, será colocada em operação uma segunda embarcação para o transporte de cargas do Terminal Santa Clara ao porto do Rio Grande. Em funcionamento desde outubro, o serviço opera, atualmente, com média de ocupação de 55% da capacidade de transporte de 170 TEUs por viagem. A informação foi prestada por Renê Wlach, diretor comercial do Tecon, em palestra ontem na reunião-almoço da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul.
A operação apresenta crescimento gradual, com a atração de novos clientes. O executivo citou, como exemplos, a Marcopolo, de Caxias do Sul, que já enviou 72 contêineres para exportação, e Tramontina, de Carlos Barbosa, com 94 unidades com itens importados. Wlach estimou em 20% a redução média no custo do transporte por meio desta operação, de característica multimodal, quando comparado com o sistema exclusivamente rodoviário. Dentre as principais cargas estão resinas da Braskem.
A maior utilização do sistema fluvial, segundo o diretor comercial, depende de mudança cultural. Ele adiantou que a empresa projeta em 180 mil TEUs o mercado potencial numa distância de até 120 quilômetros do terminal e 100 mil TEUs na distância de 80 quilômetros. Atualmente, a embarcação faz duas viagens semanais.
O atendimento multimodal otimiza o uso de equipamentos, a redução de intermediários, garantia de cumprimento de prazos e parceria com o modal rodoviário. "Não somos concorrentes do caminhão. Precisamos do caminhão nas duas pontas. Por isso, o projeto multimodal resulta em frete mais competitivo, além de outros atrativos", ponderou.
Segundo Wlach, existem tratativas para a reativação do Porto de Estrela e da criação de empreendimento em Rio Pardo. Para o terminal Santa Clara, junto ao Polo Petroquímico de Triunfo, ainda projeta para breve a sua indicação como Recinto Alfandegado. Para fazer frente ao aumento de cargas, já foram adquiridos nove equipamentos para carga e descarga.