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- Publicada em 21 de Março de 2017 às 16:10

O Império Romano

Os primeiros mil anos de Roma seguem importantes e nos influenciam até hoje para tentar entender o mundo e nós mesmos. Da alta cultura à comédia barata, passando pela economia e pela política, os romanos cresceram de uma insignificante vila na Itália Central à primeira potência mundial.
Os primeiros mil anos de Roma seguem importantes e nos influenciam até hoje para tentar entender o mundo e nós mesmos. Da alta cultura à comédia barata, passando pela economia e pela política, os romanos cresceram de uma insignificante vila na Itália Central à primeira potência mundial.
SPQR - Uma história da Roma Antiga (Planeta, 576 páginas, R$ 79,90) da inglesa Mary Beard, professora de clássicos em Cambridge, é obra monumental sobre o Império Romano, fruto de mais de 40 anos de estudos e pesquisas da autora e que, merecidamente, esteve por mais de ano em listas de best-sellers nos Estados Unidos e na Europa.
Com base em mais de 100 ilustrações e inúmeros mapas, e com décadas de trabalho, leituras e pesquisas, a autora mostra o Império de maneira clara e precisa, com muita paixão e sem jargões técnicos. Sobre o livro, registrou o The Economist: "Magistral. Um caso exemplar de história popularizada, de leitura envolvente, mas sem simplificação excessiva, que oferece uma visão abrangente e também detalhes íntimos que dão vida ao passado distante".
O lendário The New York Times, por sua vez, disse: "Beard revela os segredos do sucesso de Roma com uma clareza resoluta e impiedosa que não vi igualada em nenhum outro lugar".
SPQR é a abreviatura que os próprios romanos criaram para seu Estado e significa Senatus Populus Que Romanus - ou O Senado e o Povo de Roma. Nessa história cruel, mas instigante, a autora faz uma análise eloquente da História de Roma e mostra como se formaram a identidade e a cidadania romanas. Acima de tudo, revela porque essa cultura influencia o mundo no século XXI.
Em entrevista, disse a autora: "De certa forma, explorar a Roma antiga a partir do século XXI é um pouco como andar em uma corda bamba, um ato de equilíbrio muito cuidadoso. Se você olhar para baixo, de um lado, tudo parece bastante familiar: você ouve conversas em que poderia se juntar, sobre a natureza da liberdade ou os problemas do sexo; você vê edifícios e monumentos que reconhece e a vida familiar vivida de forma que conseguimos entender, com todos os seus adolescentes problemáticos; e ouvimos piadas que entendemos. Por outro lado, temos a impressão de que é um lugar completamente estranho. Isso não significa apenas a escravidão, a sujeira (não havia praticamente nada como coleta de lixo na Roma antiga), o abate humano na arena e a morte oriunda de doenças cuja cura, que, hoje em dia, não damos o devido valor; mas também os recém-nascidos abandonados em montes de lixo, as noivas-crianças e os extravagantes sacerdotes eunucos".
É isso. SPQR é obra altamente diferenciada, referencial e fundamental.

lançamentos

  • Press - Advertising Ano 20 (Edição 175), revista dirigida por Julio Ribeiro, tem matéria de capa sobre automação e transformação no jornalismo e publicidade, entrevistas com David Coimbra e Susana Kakuta, mais detalhes da palestra de Flávio Presser no Clube de Opinião do RS, sobre PPP na Corsan e outras contribuições interessantes.
  • Pequena madrugada antes da meia-noite (Modelo de Nuvem, 104 páginas), do poeta uruguaianense Marco de Menezes, apresenta poemas com versos bem elaborados, que tratam de pessoas, de coisas, de passado e muito mais, numa permuta intensa entre o local e o universal.
  • Morte lenta (Faro Editorial, 320 páginas), do professor de literatura e escritor norte-americano Matthew Fitzsimmons, thriller poderoso movido a adrenalina, tem profundidade emocional, trama complexa e política, assassinato e suspense, na história sobre Suzanne, 14 anos, filha de senador, que sumiu sem deixar vestígios.
 

Feliz Porto Alegre!

Porto Alegre é demais, está de aniversário e acaba de ganhar um presente gigante: a reforma e ampliação do aeroporto Salgado Filho. Que venham os alemães, aumentem a pista e facilitem os voos para as oktoberfests e para o resto do planeta. Wunderbar! Parabéns! Zum geburtstag viel glück - Portinho cervejeira e alemãzinha!
Uns porto-alegrenses aí, bem, tipo assim, porto-alegrenses, gostam de dizer que Porto Alegre é um bom lugar para voltar. Verdade. Viajar, andar pelo mundo com planos ou sem destino, com malas e sem malas, é quase sempre ótimo. Mudar a paisagem da solidão, como disse o Quintana, e sentir-se outros, reinventar-se. Bom, normal. Voltar para a casinha, para o velho travesseiro, para os parentes do bem e os amigos, idem. Isso é mais velho que andar a pé ou que a Sé de Braga. É do tempo que se amarrava cachorro com linguiça.
Porto-alegrenses viajam, se divertem, protagonizam - internacionalmente - feitos relevantes em plagas distantes, gastam bastante em restaurantes e hotéis no exterior ou em outros estados brasileiros sem reclamar muito e trovam, cantam e dançam por este mundo de Deus. No amargo ou no doce regresso, quando o avião vai sobrevoando o belíssimo Delta do Jacuí (a oitava maravilha do mundo, segundo alguns bairristas) e a gauchada enxerga a ponte do Guaíba, aí a coisa muda. Muitos fecham a cara, ficam carrancudos e voltam para o clima de Portinho, a açoriana ainda meio tímida, séria, meio bicuda, mas também meio simpática e malandra.
Se a volta não for em abril ou outubro, os únicos meses de clima realmente bom por aqui, e lá fora a chuva forte guasqueada estiver embolada com os ventos que parecem chicotes de feitor de escravos, a cerração e o frio, aquele de renguear pinguim, bom, aí o bicho pega. Aí até temos motivos para fazer aquele carão de caranguejo bravo, pronto para as peleias variadas que enfrentamos há séculos com os estranjas e entre nós.
Não faz muito, as finanças da cidade eram superavitárias; agora, a capital está endividada até o pescoço da girafa. Tomara que a gente saia limpo do atoleiro, como disse o outro. De preferência, sem ter que pagar, para variar, mais e mais impostos. Pagar imposto e morrer, as únicas certezas futuras...Os governos sabem bem disso. Precisamos todos, juntos, dar um jeito de fazer Porto Alegre sorrir de novo. Caso contrário, muitos vão embora, e aí a capital não será mais o lugar bom de voltar. Precisamos de união, de diálogo pacífico e produtivo. Não é fácil, mas vamos acreditar que não seja impossível, vai. É o que temos para hoje. Temos de entender que, se a gente não se entender, os outros, os de fora, vão tomando conta cada vez mais, e a gente sabe que não é fácil ter que comer pelas mãos deles. Nada de bairrismo estéril e anacrônico num mundo globalizado, mas tudo a favor de melhores conversas entre nós, tantas vezes caranguejos dentro do mesmo balde. Vamos costurar e erguer uma bandeira azul e vermelha, e aí seguiremos com nossos feitos relevantes, em plagas distantes...

a propósito...

Torço para que sejam desarmados os criminosos, para que a população não precise andar armada. Torço para menos baganas de cigarro e lixo de vários tipos jogados nas ruas e nos arroios, entupindo nossos bueiros. Torço para cercamento em alguns locais, em alguns parques, como já temos em alguns casos, com bom resultado. Torço para que a gente limpe o Guaíba, pare de aterrá-lo tanto, e torço para que nosso cais finalmente deixe de ser encalhado e possa ser local de negócios, lazer e caminhadas de amigos, pais e filhos. Torço pelo Inter, mas não quero mal ao Grêmio, que tantas vezes valoriza, com garbo e competência, nossas vitórias nos Grenais. Coirmãos sim, inimigos não. Falei coirmão e não corrimão, como dizem uns metidos a engraçadinhos que andam por aí. Eu pego eles! (