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JC Logística

- Publicada em 19 de Março de 2017 às 21:04

Adversidades da Amazônia surpreendem grupo chinês

Rede de transmissão da energia gerada pela usina no rio Xingu terá 780 quilômetros no interior da floresta

Rede de transmissão da energia gerada pela usina no rio Xingu terá 780 quilômetros no interior da floresta


BETTO SILVA/NORTE ENERGIA/DIVULGAÇÃO/JC
Um dragão chinês atolou em plena floresta amazônica. O trabalho em locais adversos e condições precárias nunca assustou a engenharia civil chinesa, mas a empreiteira Sepco dá sinais de que não fazia ideia do que enfrentaria ao assumir a responsabilidade de construir 780 quilômetros do maior projeto de transmissão de energia do País, o linhão da usina de Belo Monte.
Um dragão chinês atolou em plena floresta amazônica. O trabalho em locais adversos e condições precárias nunca assustou a engenharia civil chinesa, mas a empreiteira Sepco dá sinais de que não fazia ideia do que enfrentaria ao assumir a responsabilidade de construir 780 quilômetros do maior projeto de transmissão de energia do País, o linhão da usina de Belo Monte.
Desde o fim de 2016, a empreiteira está com as operações praticamente paralisadas em parte do trecho das obras no Pará, em razão das chuvas torrenciais que todos os anos atingem a região Norte do País. Contratada pela também chinesa State Grid, a Sepco tem de entregar um traçado equivalente a 38% da malha que vai ligar a hidrelétrica construída no rio Xingu até o interior de Minas Gerais, na fronteira com São Paulo, uma rede com 2,1 mil quilômetros.
A Sepco admite que, quando assinou o contrato, em dezembro de 2014, não esperava lidar com a realidade que encontrou. Em razão das dificuldades de construção no solo encharcado da floresta, o volume de torres do primeiro lote da linha, de 260 quilômetros, teve alta de 64% em relação ao que se previa, obrigando a empresa a levar 7.298 toneladas a mais de aço para o meio da mata.
"Consequentemente, o volume de concreto também aumentou. A supressão vegetal (desmatamento) exuberante da floresta amazônica da região praticamente duplicou em termos de trabalho, com relação ao orçamento original", declarou a Sepco, em nota.
A logística é outra complicação, por causa das dificuldades de acesso aos locais das torres e cabos de alta tensão. "Não existem rodovias, apenas trilhas para pequenos veículos", afirmou a empresa. "No período das chuvas, de dezembro a abril, torna-se praticamente impossível manter ritmo mínimo e aceitável na produção.
Após o período chuvoso, torna-se necessário recuperar todos os acessos e muitas pontes que foram danificadas", afirmou o engenheiro e diretor técnico da Sepco no Brasil, Norberto Letti.
A empresa também enfrenta dificuldades com as comunidades locais. "Se não bastassem tantas adversidades, estamos sofrendo constante hostilidade dos habitantes, os quais sequestram equipamentos, bloqueiam estradas, proíbem a entrada e saída de funcionários e desestruturam a logística operacional de construção."
Sobram acusações também contra prefeituras e o governo estadual. "A Sepco foi obrigada a construir estradas de acesso que seriam, normalmente, obrigação do governo, pois são estradas públicas que permitem o acesso às populações locais." Alvo de multas e de reclamações da concessionária Belo Monte Transmissora de Energia (Bmte), dona do linhão, a Sepco prometeu acelerar contratações de pessoal e fazer novos investimentos para não comprometer a entrega da linha, que precisa entrar em operação em fevereiro de 2018.
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