Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Empresas & Negócios

- Publicada em 20 de Março de 2017 às 11:10

Comer vai pesar menos no bolso

Custo com logística, alimento e aluguel compõe o preço final ao consumidor

Custo com logística, alimento e aluguel compõe o preço final ao consumidor


CLAUDIO FACHEL/ARQUIVO/JC
Com a maior oferta de alimentos graças à supersafra e a desaceleração no preço dos serviços, comer dentro e fora de casa deve subir menos em 2017, garantem especialistas. Fábio Romão, economista da consultoria LCA, acredita que o preço da alimentação em casa terá uma alta de 4,7%, a menor valor desde 2009.
Com a maior oferta de alimentos graças à supersafra e a desaceleração no preço dos serviços, comer dentro e fora de casa deve subir menos em 2017, garantem especialistas. Fábio Romão, economista da consultoria LCA, acredita que o preço da alimentação em casa terá uma alta de 4,7%, a menor valor desde 2009.
A projeção do economista representa uma desaceleração do ritmo de alta em 32%, já que a alimentação em casa teve alta de 9,36% em 2016, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "Ainda não vai compensar as altas anteriores, mas vai desacelerar e se posicionar próximo à inflação, projetada para 4,66%, o que é um ganho importante para o consumidor", diz.
Já para o preço da alimentação fora de casa, a expectativa da LCA é de alta de 6% em 2017 ante um avanço de 7,22% visto em 2016. A alimentação fora de casa varia mais do que a alimentação em casa porque está ligada não só à oferta de alimentos, mas também ao lazer, ou seja, à decisão de comer na rua.
Em 2015 e 2016, a refeição fora do lar teve uma variação menor de preço do que comer em casa, o que não costuma ser visto. Segundo Romão, isso ocorreu por causa do momento econômico, que acarretou, entre outros fatores, o encolhimento do mercado consumidor. Nessas condições, os donos de restaurantes não tiveram espaço para mexer nos preços e fizeram até promoções. Em 2017, além da ajuda da safra, é prevista uma estabilização da economia, o que deve fazer com que a alimentação fora de casa retorne à dinâmica "normal".
O economista da Infinity Asset, Jason Vieira, alerta que ainda não será visto um processo de deflação nos alimentos, quando há uma queda generalizada de preços, por causa de fatores como a demanda e fenômenos climáticos, que mantêm o preço em alta. Vieira projeta uma alta de 0,28% no IPCA em abril e alta de 0,12% no grupo de Alimentos. A grande questão é se as projeções vão se refletir no prato do consumidor. Para Paula Cavagnari, diretora-presidente Associação das Empresas de Refeição e Alimentação (Assert), o preço médio da refeição completa pode cair após três altas consecutivas. Pesquisa da Assert mostra que o preço médio da refeição em 2016 foi 8% mais caro que em 2015. "A tendência agora é de queda porque esse percentual é maior que a inflação oficial, de 6,29%, apesar de ter acompanhado o aumento do grupo alimentação", explica Cavagnari.
Em 2016, o consumidor desembolsou, em média, R$ 32,94 por uma refeição completa (prato principal, bebida, sobremesa e café). O valor foi de R$ 30,48 em 2015 e de R$ 27,36 em 2014. Em algumas cidades, o consumidor pagou bem mais que a média. Foi o caso de Florianópolis
(R$ 43,53), Vila Velha (R$ 37,49) e São Luís (R$ 36,96). Paula explica que esse número é composto, entre outros fatores, pelo alto custo da logística, dos alimentos, de vida e aluguel dessas cidades.
O estudo foi feito de 11 a 28 de novembro, em 4.574 estabelecimentos que aceitam vale-refeição. A pesquisa da Assert, conduzida pelo Instituto Datafolha, também apontou um aumento dos estabelecimentos com autosserviço, o self-service. Em 2016, 58% dos restaurantes pesquisados foram desse tipo, ante 54% em 2015. Paula explica que esse aumento reflete a preocupação dos donos em atender uma clientela que busca preços menores para se alimentar.
O peso da crise no bolso e no prato em 2014 e 2015, porém, não fez com que o consumidor administrassem os gastos na alimentação fora de casa. Uma pesquisa realizada pelo SSPC Brasil e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas mostra que uma em cada cinco pessoas que possuem vale restaurante e/ou alimentação não controlam os gastos feitos com essa modalidade.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO