O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse ontem que os carteis ocorrem "fora do governo". Ele comentou a denúncia da Procuradoria da República contra nove investigados por conluio em contrato da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), no ano de 2000. Entre os acusados perante a Justiça Federal estão dois ex-diretores da estatal dos transportes públicos.
Alckmin defendeu "punição exemplar" e destacou que os episódios envolvendo os ex-funcionários ocorreram há quase 15 anos. O cartel metroferroviário operou entre os anos de 1998 e 2008 - governos do PSDB em São Paulo - segundo acordo de leniência da gigante alemão Siemens com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão antitruste do governo federal.
Os ex-diretores da CPTM Ademir Venâncio de Araújo e João Roberto Zaniboni, seis executivos de multinacionais e um lobista foram denunciados pelo Ministério Público do Estado na sexta-feira passada.
Eles são acusados de lavagem de dinheiro de propina de ao menos R$ 26,3 milhões referente ao contrato de fornecimento de sistema de transporte sobre trilhos da Linha 5 do Metrô de São Paulo, em 2000. A acusação criminal foi feita pelo procurador da República em São Paulo Rodrigo De Grandis.
"É bom destacar que cartel é feito fora do governo. Você tem setores de pouca concorrência que não têm tantas empresas. O governo abre licitações, e as nossas licitações são inclusive internacionais. Tem empresa do mundo inteiro", disse Alckmin.