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Opinião

- Publicada em 20 de Fevereiro de 2017 às 16:17

Nosso neofeminismo

Os incidentes da violência no Espírito Santo vão além dos nossos clássicos conflitos de rua. Indicam uma nova qualidade de protesto social, agora protagonizado pelas mulheres dos policiais, ao abraçarem, braço a braço, os portões dos batalhões, numa vigília sem descanso. Desapareceu a hipótese, de ainda poucas semanas, de cansaço na ida às praças, caracterizando esses confrontos a exaustão do diálogo com as corporações e sindicatos.
Os incidentes da violência no Espírito Santo vão além dos nossos clássicos conflitos de rua. Indicam uma nova qualidade de protesto social, agora protagonizado pelas mulheres dos policiais, ao abraçarem, braço a braço, os portões dos batalhões, numa vigília sem descanso. Desapareceu a hipótese, de ainda poucas semanas, de cansaço na ida às praças, caracterizando esses confrontos a exaustão do diálogo com as corporações e sindicatos.
A nova militância feminina, motivada pela falta e atraso de salário no orçamento doméstico, cria uma insatisfação irredutível nos lares dessa coletividade afrontada. As donas de casa cobram diálogo direto com as autoridades e criticam a instabilidade de seus possíveis acordos. Essa resistência passou a independer, por inteiro, da volta dos maridos ao trabalho, como se viu no posterior retorno às unidades da Polícia Militar, negociado pelo governo capixaba. Fala-se, até mesmo, numa representação do grupo, com 40 mulheres a abrir o seu dito "direito" com o governo. No entrementes e na vigília, segue o abraço das grades e o entoar de orações, de par com o Hino Nacional. Deparamos, a bem da tomada de consciência coletiva do País, um novo protagonista, que declara que as associações não representam as mulheres e que se trata, sem volta, de um movimento das famílias. A novidade deverá, inclusive, passar à lei, como reconhecimento da figura do motim, tanto os policiais venham à resistência inesperada, na segurança de seus cônjuges. As normalizações da ordem pública estão à volta com novas figuras de conflito, a se superar pelo entendimento desse neofeminismo no País.
Membro da Academia Brasileira de Letras
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