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Opinião

- Publicada em 15 de Fevereiro de 2017 às 16:25

Juros, financiamento e crescimento

Reomar Slaviero
O Brasil possui uma das mais altas taxas de juros do mundo. Nos Estados Unidos e na Europa, os juros estão muito próximos de zero. Por que, mesmo com uma recessão violenta que já vai para o terceiro ano, PIB negativo, empresas quebrando e desemprego ultrapassando os 12%, nossos juros seguem tão altos? O argumento do governo é conhecido: juros maiores desestimulam a demanda, e seguram a inflação. Embora exista controvérsia por parte dos economistas a respeito desse raciocínio macroeconômico, o fato é que a taxa de juros, no Brasil, tem sido utilizada como mecanismo de controle inflacionário desde o advento do Plano Real. O que tem se esquecido, no entanto, é que não bastam os altos juros para conter a inflação: é necessário que o governo faça a sua parte, promovendo o ajuste fiscal e o equilíbrio de longo prazo das contas públicas.
O Brasil possui uma das mais altas taxas de juros do mundo. Nos Estados Unidos e na Europa, os juros estão muito próximos de zero. Por que, mesmo com uma recessão violenta que já vai para o terceiro ano, PIB negativo, empresas quebrando e desemprego ultrapassando os 12%, nossos juros seguem tão altos? O argumento do governo é conhecido: juros maiores desestimulam a demanda, e seguram a inflação. Embora exista controvérsia por parte dos economistas a respeito desse raciocínio macroeconômico, o fato é que a taxa de juros, no Brasil, tem sido utilizada como mecanismo de controle inflacionário desde o advento do Plano Real. O que tem se esquecido, no entanto, é que não bastam os altos juros para conter a inflação: é necessário que o governo faça a sua parte, promovendo o ajuste fiscal e o equilíbrio de longo prazo das contas públicas.
Não se pode, portanto, atribuir apenas aos juros a tarefa de puxar a inflação para o centro da meta. A política fiscal do País tem um papel preponderante nisso. As reformas, que, ao que tudo indica, serão aprovadas, são basilares para essa conquista. O custo dos empréstimos no Brasil é elevadíssimo. O mesmo se pode dizer do chamado spread bancário. As dificuldades de captação por parte das empresas junto ao Bndes têm se agravado e são consequência desse cenário de juros nas nuvens.
As empresas do segmento do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas de Caxias do Sul (Simecs) tiveram, nos últimos anos, a maior queda de desempenho, ou seja, mais de 53%. No mesmo período, estas empresas tiveram que desempregar mais de 43% do quadro de empregados. Para reverter toda essa situação é preciso uma ação forte do governo no intuito de diminuir o risco de crédito. Para tanto, o Bndes deve retomar o seu papel de financiador de longo prazo. A revisão da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) também é essencial. E, ainda, é importante o aumento dos prazos de financiamento via Finame e a possibilidade do Bndes financiar capital de giro.
Sem uma revisão da política de crédito no País, não há outro horizonte: seguirá o encolhimento do principal banco de desenvolvimento da Nação. Com ele, a queda na produtividade e no poder de investimento das empresas, o que tornará ainda mais difícil a retomada do crescimento econômico.
Presidente do Simecs
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