Em tempos de crise, em que quase tudo tem uma justificativa plausível para ser adquirido, precisamos ter condições de fazer escolhas conscientes do que é prioridade em detrimento do que é nosso objeto de desejo. Aprendemos a criar necessidades sem precisarmos tê-las. Estamos formando uma geração consumista, mesmo em tempos de restrições.
Por pensar em todas essas questões que envolvem uma escala de valores, precisamos educar nossas crianças e jovens de modo a capacitá-los para a hora de optar. Assim, veremos como resultado prioridades que são realmente necessárias. Se para nós que somos adultos é uma difícil tarefa, porque não fomos educados para tal, é necessário investir na infância e adolescência, a fim de serem educadas financeiramente, constituindo dessa forma uma cultura pessoal capaz de provocar transformações nas organizações sociais.
Devemos desenvolver em nossos educandos atitudes reflexivas que levem a questionamentos sobre escolher isso ou aquilo e quais os impactos que essas escolhas têm na esfera pessoal, familiar e social.
É importante aguçar a capacidade de consumir conscientemente com condições de refletir sobre o que comprar, recusar, reduzir, reutilizar e reciclar quanto ao que for consumido. Acostumados a obter tudo, esta não é uma tarefa das mais fáceis de ser incorporada ao cotidiano, mas possível, quando acompanhamos as turmas prospectando possibilidades, observando oportunidades e aprendendo a investir naquilo que realmente agrega valor. A escola é um espaço propício não só para aprender conteúdos acadêmicos, mas principalmente para construir conteúdo de vida no âmbito pessoal e em sociedade, bem como aprender a fazer escolhas, sonhar e descobrir formas de transformar tudo isso em realidade.
Diretora do Colégio Santa Inês