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Opinião

- Publicada em 09 de Fevereiro de 2017 às 16:18

Hora de o Mercosul fazer acordo com a União Europeia

De novo, a pauta que versa sobre um esperado, há mais de uma década, acordo comercial entre o Mercado Comum do Sul, o Mercosul, e a União Europeia (UE), agora fragilizada pela saída do Reino Unido do grupo de 27 países.
De novo, a pauta que versa sobre um esperado, há mais de uma década, acordo comercial entre o Mercado Comum do Sul, o Mercosul, e a União Europeia (UE), agora fragilizada pela saída do Reino Unido do grupo de 27 países.
Por isso mesmo, e talvez não por acaso, os presidentes Mauricio Macri, da Argentina, e Michel Temer (PMDB), do Brasil, reafirmaram a intenção, outra vez, de reforçar o Mercosul, na recente visita de Macri a Brasília, onde o governador José Ivo Sartori (PMDB) ganhou espaço para falar sobre a relação direta e fronteiriça do Rio Grande do Sul com o país vizinho. Em Berlim, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, expressaram a vontade compartilhada de impulsionar as negociações entre a União Europeia e o Mercosul e se comprometeram a redobrar os esforços para que estas culminem no ansiado acordo de livre-comércio.
No entanto, como de boas intenções, segundo o ditado popular, o inferno está cheio, resta continuar aguardando algo prático. O setor agropecuário da União Europeia vê com ressalvas justamente a capacidade produtora e exportadora de brasileiros, argentinos e uruguaios em produtos contra os quais, em princípio, não conseguem concorrer.
A produção brasileira de grãos na safra 2016/2017 está estimada em 219 milhões de toneladas, o que corresponde a um aumento de 17,4%, ou 32,5 milhões de toneladas a mais, em comparação com a safra anterior, de 2015/2016, que foi de 186,6 milhões de toneladas.
Já se falou que o Brasil deveria apresentar a sua proposta mesmo que individualmente, porque os parceiros do Mercosul pouco se movimentam. Tudo indica que o momento, o tempo certo para fechar um acordo com a UE, é justamente agora, quando o bloco do Velho Continente está fragilizado e com muitas acusações mútuas entre ingleses e alemães, por exemplo. Assim, o Brasil que apresente uma proposta ao Velho Mundo, e quem quiser que nos siga. Ou então que fique para trás, segundo experientes negociadores nacionais.
As tratativas entre os dois blocos vêm ocorrendo, sem qualquer resultado prático, há 16 anos, um tempo demasiado para isso. Também o momento é oportuno, pois Donald Trump tirou os Estados Unidos da América da Parceria Transpacífico (TPP, na sigla em inglês). Então, nesta fase em que ampliar o leque comercial é muito importante para o Brasil, não podemos ficar atrelados a questiúnculas e pruridos específicos de cada país do bloco. Ou então a assimetria natural das economias impedirá, sempre, que seja feita a tão almejada relação ampla entre nós e a União Europeia.
Não se pode explicar a inércia do Mercosul diante de um acordo com a UE que só beneficiaria o Brasil e os demais países-membros. O Mercado Comum do Sul tem se mostrado, ao longo dos anos, mais uma frente contra os EUA do que, realmente, uma associação para integrar, na área comercial, tecnológica e de circulação as pessoas dos países-membros.
Outra janela comercial forte que poderá ser aberta por Donald Trump é aquela em que ele contestará algumas posições praticadas pelo Tratado de Livre-Comércio das Américas (Nafta, na sigla em inglês), com o Canadá e o México, que ele considera prejudiciais aos EUA.
Agora que o pragmatismo econômico-financeiro está no poder na Argentina, no Brasil e no Uruguai, tudo se encaixa para que a União Europeia seja convencida a assinar logo este acordo que se arrasta há tanto tempo. Por isso, o nosso País tem que agir nesse sentido e firmá-lo, se possível, até julho, ou, no máximo, ainda neste ano.
 
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