Os Estados Unidos, o Japão e a Coreia do Sul solicitaram ontem conversas diplomáticas com urgência na Organização das Nações Unidas (ONU) com a intenção de tratar do recente lançamento de um míssil balístico pela Coreia do Norte. Seul condenou a ação do vizinho, qualificando como "ameaças sérias militares e de segurança", além de prever mais testes do tipo.
O teste de míssil norte-coreano, que contrariou resolução da ONU, é visto como um desafio implícito ao governo do presidente dos EUA, Donald Trump. O republicano prometeu manter uma linha rígida com Pyongyang, mas ainda não apresentou sua estratégia para lidar com o país.
O secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, condenou com veemência, ontem, o lançamento do míssil. Guterres chamou o ato de "uma nova e preocupante violação das resoluções do Conselho de Segurança" e pediu que a Coreia do Norte cumpra suas obrigações internacionais, disse o porta-voz adjunto da ONU, Farhan Haq.
A imprensa estatal norte-coreana disse que o líder Kim Jong-Un estava no local para observar o lançamento e mostrou-se satisfeito com a expansão das capacidades estratégicas de ataque do país. "Há sérias ameaças militares e de segurança", afirmou Jeong Joon-hee, porta-voz do Ministério da Unificação, em diálogo com repórteres. "Pyongyang não tem intenção de recuar em sua meta de se tornar um país com armas nucleares."
A imprensa norte-coreana afirmou que o teste comprovou "a confiabilidade e a segurança" de um novo sistema de lançamento móvel, o combustível sólido que foi usado e dispositivos de direcionamento e controle do míssil balístico. O combustível sólido pode fazer os mísseis chegarem mais longe e tornar a detecção deles antes do lançamento mais difícil, porque podem ser preparados mais rápido que os mísseis de combustível líquido. O comunicado da imprensa estatal também diz que o míssil pode levar uma ogiva nuclear.
O míssil teria percorrido cerca de 500 quilômetros antes de cair em águas internacionais. Porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Geng Shuang declarou que Pequim se opõe ao lançamento, que violou resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas que pedem o fim dos testes nucleares e de mísseis da Coreia do Norte.