Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Internacional

- Publicada em 07 de Fevereiro de 2017 às 15:36

Regime de Assad enforcou até 13 mil opositores em prisão, denuncia ONG

O regime do presidente Bashar al-Assad enforcou até 13 mil opositores em uma prisão durante os primeiros cinco anos de guerra na Síria, segundo um relatório publicado ontem pela ONG Anistia Internacional. A política de extermínio teria sido realizada de maneira secreta e sob ordens do alto escalão. Outros milhares teriam morrido por tortura ou fome no período.
O regime do presidente Bashar al-Assad enforcou até 13 mil opositores em uma prisão durante os primeiros cinco anos de guerra na Síria, segundo um relatório publicado ontem pela ONG Anistia Internacional. A política de extermínio teria sido realizada de maneira secreta e sob ordens do alto escalão. Outros milhares teriam morrido por tortura ou fome no período.
O relatório, assinado por Nicolette Waldman, foi redigido a partir de 84 entrevistas, incluindo guardas que trabalhavam na prisão de Saydnaya, onde os enforcamentos teriam ocorrido. O local está a 30 quilômetros da capital, Damasco.
Os guardas disseram que, uma ou duas vezes por semana, entre 20 e 50 pessoas eram enforcadas após julgamentos simulados. A causa da morte era forjada em um hospital militar, em geral registrada como problema respiratório ou insuficiência cardíaca.
Segundo a ONG, as vítimas "permaneciam vendadas" e "elas não sabiam quando ou como iam morrer até que a corda fosse colocada nos seus pescoços". A partir dos relatos, a Anistia Internacional estimou o total de enforcamentos entre 5 mil e 13 mil. A ação é um crime de guerra e contra a humanidade.
Os corpos eram sistematicamente deixados em fossas comuns na periferia de Damasco entre a meia-noite e o amanhecer, às terças-feiras, por cinco anos, de acordo com a Anistia Internacional. O texto menciona apenas os primeiros cinco anos porque os informantes teriam deixado a prisão após esse período. Há suspeita, no entanto, de que os enforcamentos não foram interrompidos.
A organização registrou pelo menos 35 métodos diferentes de tortura na Síria desde o final da década de 1980, práticas que aumentaram desde 2011, disse Lynn Maalouf, vice-diretor de pesquisa do escritório regional da Anistia em Beirute, no Líbano. "Os horrores descritos neste relatório revelam uma campanha oculta e monstruosa, autorizada nos mais altos níveis do governo sírio, visando esmagar qualquer forma de dissidência dentro da população síria", disse Maalouf.
O conflito sírio foi iniciado em março de 2011 e, desde então, ao menos 400 mil pessoas foram mortas. Quase metade da população do país foi deslocada, com milhões refugiando-se em países vizinhos e na Europa. O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, baseado em Londres, afirmou também, em maio do ano passado, que ao menos 60 mil pessoas morreram após tortura ou más condições em prisões desde o início da guerra.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO