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Segurança

- Publicada em 22 de Fevereiro de 2017 às 23:16

Operação impede fuga em massa do Presídio Central

Rota de fuga tinha iluminação, ventiladores e até ar condicionado

Rota de fuga tinha iluminação, ventiladores e até ar condicionado


DIVULGAÇÃO/JC
Foi a aparentemente simples chegada de alguns eletrodomésticos a uma residência, no bairro Partenon, o estopim que deflagrou uma operação que evitou, ontem, a fuga de pelo menos 200 presos do Presídio Central de Porto Alegre. A casa era alvo de uma reforma que, mesmo movimentando vários pedreiros durante todo o dia, nunca revertia em benfeitorias visíveis. Na verdade, a obra disfarçava a construção de um túnel, que já tinha cerca de 55 metros de extensão e estava a poucos metros do muro do Central. Os detalhes da Operação Santo, que deteve oito pessoas envolvidas na tentativa de fuga, foram explicados em coletiva com a presença do secretário de Segurança Pública do Estado, Cezar Schirmer.
Foi a aparentemente simples chegada de alguns eletrodomésticos a uma residência, no bairro Partenon, o estopim que deflagrou uma operação que evitou, ontem, a fuga de pelo menos 200 presos do Presídio Central de Porto Alegre. A casa era alvo de uma reforma que, mesmo movimentando vários pedreiros durante todo o dia, nunca revertia em benfeitorias visíveis. Na verdade, a obra disfarçava a construção de um túnel, que já tinha cerca de 55 metros de extensão e estava a poucos metros do muro do Central. Os detalhes da Operação Santo, que deteve oito pessoas envolvidas na tentativa de fuga, foram explicados em coletiva com a presença do secretário de Segurança Pública do Estado, Cezar Schirmer.
A residência vinha sendo monitorada há pelo menos três meses pelo Departamento de Narcóticos da Polícia Civil (Denarc). Na noite de terça-feira, investigadores registraram a chegada de uma geladeira, fogão e de um sofá - indícios, na visão da polícia, de que os responsáveis pela obra ficariam na casa por períodos mais longos e intensificariam o trabalho no local. Segundo o delegado Rafael Pereira, titular da 3ª Delegacia de Investigação do Narcotráfico e responsável pela ação, a suspeita de que os criminosos desejavam concluir o trabalho durante o Carnaval fez com que a operação fosse disparada, antes até dos planos dos investigadores.
A suspeita da Polícia Civil é de que o túnel foi encomendado por uma das facções que atuam dentro do Central, cujo nome é mantido em sigilo. Primeiramente, sairiam pela rota de fuga as lideranças da facção, seguidas pelos demais integrantes. Haveria também a venda de vagas para terceiros, pertencentes a outras facções, o que ajudaria a custear o investimento no túnel. Para os investigadores, o valor investido pode chegar a mais de R$ 1 milhão.
"Foram feitos gastos com a compra da residência, o financiamento em tempo integral de no mínimo oito pessoas, bombeamento de água, estrutura elétrica, uso de carros utilitários de luxo", enumera Pereira. Tecnologias como ventiladores, um ar-condicionado portátil e até equipamentos de GPS também foram encontradas no espaço. Estacas de madeira, em toda a extensão, impediram desmoronamentos. A complexidade da estrutura faz com que a equipe responsável pelo caso acredite que um engenheiro, ainda não identificado, auxiliou na coordenação do trabalho. 
"Imaginem o que seria se, depois do Carnaval, o túnel tivesse atingido seus objetivos. Estaríamos lamentando uma grande derrota em nossa guerra contra o crime", afirmou Schirmer, que prometeu editar, nos próximos dias, uma portaria concedendo voto de louvor aos policiais que participaram da investigação. Por sua vez, o delegado Emerson Wendt, chefe da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, afirmou que a operação "evitou a maior fuga de apenados no Estado em todos os tempos".

Secretário promete melhoras na segurança em centro de triagem

De acordo com o secretário Cezar Schirmer, a complexidade da possível fuga do Presídio Central não causa preocupação imediata quanto a estruturas mais precárias, como o entorno do centro de triagem de presos que, mesmo incompleto, começou a ser utilizado no começo da semana na Capital. Não há cercamento elétrico ou guaritas no local, o que pode facilitar fugas ou tentativas de resgate dos presos.
"Há monitoramento constante, estamos atentos ao menor sinal (de anormalidade)", garantiu. No momento, apenas duas das seis celas previstas para desafogar as delegacias estão funcionando. Quando em plena capacidade, o espaço deve receber até 84 presos. Schirmer admitiu que, além da necessidade de instalar camas de concreto nas celas restantes, as fragilidades de segurança também influenciaram na decisão de não levar, inicialmente, muitos presos ao local.
Um segundo espaço, para mais 120 presos provisórios, deve ser erguido no mesmo terreno, próximo ao Instituto Psiquiátrico Forense. "Quando esse local estiver concluído e as duas unidades funcionando plenamente, aí sim será preciso um tratamento especial", acentuou.

Parceria vai devolver viaturas às ruas da Capital

A prefeitura de Porto Alegre anunciou ontem que será feita a avaliação e conserto de mais de 100 viaturas da Brigada Militar, hoje paradas por falta de manutenção. A medida é o primeiro desdobramento de uma parceria com o governo do Estado e um grupo de concessionárias, onde os veículos estão aguardando reparos.
A previsão é efetuar a primeira entrega antes do aniversário de Porto Alegre, no dia 26 de março. Todos os veículos devolvidos às ruas permanecerão na Capital.