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Economia

- Publicada em 19 de Fevereiro de 2017 às 22:26

Estado pode ganhar planta para gaseificação de carvão

Projeto foi apresentado pela direção da mineradora gaúcha em reunião com Sartori

Projeto foi apresentado pela direção da mineradora gaúcha em reunião com Sartori


LUIZ CHAVES/PALÁCIO PIRATINI/JC
Guilherme Daroit
Envolta em um circuito de más notícias nos últimos tempos, a cadeia carbonífera gaúcha pode, enfim, ver um sinal de esperança à sua frente. Se o futuro parece complicado na geração de energia elétrica, o carvão pode contar com pelo menos outras três aplicações viáveis ambiental e economicamente: a transformação do mineral em fertilizantes, em metanol ou em gás natural. O último, aliás, seria o mais próximo da realidade. Um projeto de US$ 1,5 bilhão, capitaneado pela mineradora Copelmi com investimentos da gigante sul-coreana Posco, pode começar a sair do papel já em 2018.
Envolta em um circuito de más notícias nos últimos tempos, a cadeia carbonífera gaúcha pode, enfim, ver um sinal de esperança à sua frente. Se o futuro parece complicado na geração de energia elétrica, o carvão pode contar com pelo menos outras três aplicações viáveis ambiental e economicamente: a transformação do mineral em fertilizantes, em metanol ou em gás natural. O último, aliás, seria o mais próximo da realidade. Um projeto de US$ 1,5 bilhão, capitaneado pela mineradora Copelmi com investimentos da gigante sul-coreana Posco, pode começar a sair do papel já em 2018.
As conclusões são de um estudo patrocinado pelo Sindicato Nacional da Indústria de Extração de Carvão (Sniec) e pela Fiergs, apresentado ao governador José Ivo Sartori na sexta-feira. "O objetivo era identificar se os usos eram viáveis economicamente e se haveria mercado para isso, e o resultado mostrou que sim", conta o secretário estadual de Minas e Energia, Artur Lemos Júnior.
Para o titular da pasta, as aplicações permitem a sobrevivência da vida comercial do carvão. "Se não buscarmos novos mercados, vamos encerrar o ciclo de carvão e ficar com a riqueza embaixo da terra", comenta Lemos. Todos os usos são viabilizados pelo uso de químicos e são vistos como ambientalmente corretos, pois, ao contrário da queima do carvão, permitem a absorção dos gases nocivos.
O primeiro negócio para dar uma nova vida ao carvão mineral gaúcho está em andamento desde 2014. O projeto, segundo o diretor de desenvolvimento de novos negócios da Copelmi, Roberto Faria, vislumbra uma planta com capacidade para gerar até 2 milhões de metros cúbicos de gás por dia, semelhante a outra usina que a Posco administra na Coreia do Sul. Do valor total, a Copelmi entrará com os investimentos que envolvem a extração do carvão, enquanto a Posco, uma das maiores siderúrgicas do mundo, entraria com 30% dos recursos e a gestão da usina.
A planta, que ainda terá o seu terreno definido de acordo com as recomendações técnicas, será instalada na região do Baixo Jacuí. As minas que a abasteceriam estão localizadas em Eldorado do Sul e Charqueadas. A projeção da Copelmi é de geração de 3 mil empregos na construção da usina, e de 1,2 mil a 1,5 mil na operação. Se confirmada a ideia de dar início à obra no fim de 2018, a planta poderia entrar em operação no fim de 2021 ou no início de 2022, de acordo com Faria.
O projeto já teria superado a fase dos estudos e busca, nos próximos meses, fechar acordos com os fornecedores da tecnologia. "Não é algo que se compre uma caldeira ou uma turbina. São equipamentos que precisam ser desenhados especificamente para o carvão brasileiro e para a transformação para gás natural", comenta Faria. Apenas o custo de engenharia superaria os R$ 100 milhões - valor equivalente à abertura de uma mina de carvão, por exemplo. "A Copelmi e a Posco estão bancando boa parte disso, mas, para termos conforto em fazer um investimento desse tamanho, precisamos avançar na comercialização do gás", argumenta Faria.
Esse foi outro dos tópicos tratados pela empresa com o governo na reunião da sexta-feira. O objetivo da Copelmi é garantir um contrato de compra por parte da Sulgás, que alavancaria o projeto. A ideia foi bem recebida pelo governo, já que há uma série de indefinições quanto ao suprimento de gás no médio prazo. O contrato do Brasil com a Bolívia vence em 2019, e a Petrobras deve se retirar da intermediação dos acordos.
"Precisamos de diversidade de fornecedores para evitarmos possíveis travas no abastecimento, e a Sulgás terá uma solução caseira, a custo de mercado", comenta Lemos. Faria garante que, pelos estudos feitos até aqui, o gás do carvão gaúcho seria mais barato do que o Gás Natural Liquefeito (GNL), uma das opções ao gás boliviano. Por conta disso, a possível privatização da companhia estatal não interferiria no negócio, segundo as partes.
Estado e Copelmi trabalham, agora, para atrair novos investidores estrangeiros que completem o orçamento da planta. Uma das opções, segundo o titular de Minas e Energia, é uma missão internacional. Um evento em solo gaúcho também está sendo organizado, com previsão para abril. O governo pretende também atrair investidores para outros negócios, o que, tendo a usina de gaseificação como âncora, poderia gerar um polo carboquímico no Estado.
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