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Economia

- Publicada em 17 de Fevereiro de 2017 às 14:44

Alimentação volta a ter deflação no IPC da Fipe após 5 anos

Agência Estado
A queda de 0,40% nos preços do grupo Alimentação na segunda quadrissemana de fevereiro foi o principal fator a ajudar a conter o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) do período, segundo o coordenador do IPC da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), André Chagas. A volta do grupo para o campo deflacionário não acontecia há cinco anos. De acordo com a Fipe, a última vez que houve declínio da classe de despesas de alimentos numa segunda medição de fevereiro foi em 2012, quando cedeu 0,67%. "Os ventos estão soprando a favor, mas não é um alívio que vem só de alimentos", explica.
A queda de 0,40% nos preços do grupo Alimentação na segunda quadrissemana de fevereiro foi o principal fator a ajudar a conter o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) do período, segundo o coordenador do IPC da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), André Chagas. A volta do grupo para o campo deflacionário não acontecia há cinco anos. De acordo com a Fipe, a última vez que houve declínio da classe de despesas de alimentos numa segunda medição de fevereiro foi em 2012, quando cedeu 0,67%. "Os ventos estão soprando a favor, mas não é um alívio que vem só de alimentos", explica.
"Nos últimos anos - 2013, 2014 e 2015 - foram períodos de muita seca. Isso agrediu muito a agricultura e os preços avançaram. Queda agora não é surpresa no sentido de que o clima está favorável", afirma. Na segunda quadrissemana, o IPC atingiu 0,02%, após 0,18% na primeira.
Chagas afirma que os preços de outros produtos também estão mais baratos, caso de produtos industrializados. "Derivados do leite (-0,57%) e de carne (-0,03%), biscoitos e salgadinhos (-1,3%), massas, farinhas e féculas (-0,19%). São segmentos importantes que recuaram", diz. Além disso, cita que outros itens industrializados, que não ligados a alimentos, também cederam. Ele menciona como exemplo a queda de 1,49% em artigos de limpeza, com destaque para retração de 3,56% em sabão em pó.
Na avaliação de Chagas, o alívio nesses preços deve-se a clima favorável, recessão e câmbio. "A demanda fraca não dá espaço para a indústria elevar os preços. Além disso, como a mão de obra não está encarecendo, também favorece a queda de preços do setor", explica.
Os alimentos semielaborados também ajudaram a impedir avanço do IPC, completa o economista. Nesse segmento, menciona, todas as carnes tiveram recuo de preços: a carne bovina ficou 0,99% mais barata; a suína cedeu 0,38%; e a de frango teve queda de 3,48%. "O câmbio ajuda e, além disso, a demanda externa de algumas carnes não está tão forte", analisa, completando que o preço do feijão continua caindo (-16,15%), enquanto leite segue avançando (1,60%). "Mas nada que preocupe, por enquanto."
Os preços dos alimentos devem continuar contidos e a Fipe espera recuo de 0,53% para o grupo Alimentação no fim de fevereiro. Já a estimativa para o IPC foi revisada de 0,23% para 0,03%. Segundo ele, o que deve limitar um alívio maior, é a expectativa de queda menor em energia elétrica, à medida que começam a aparecer os efeitos de aumento de PIS/Cofins. "Tem ainda os impactos de IPTU", acrescenta.
Contudo, o economista não descarta deflação do IPC este mês. "Vai depender de como virão os preços de produtos industrializados também."
Diante da percepção de que o processo desinflacionário irá ganhar ainda mais força, Chagas também mudou a projeção para o IPC fechado do ano, de 5,20% para 4,57%. "Se a inflação mensal ficar na faixa de 0,3% e 0,4%, pode até fechar abaixo de 4,5%", afirma.
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