Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Conjuntura

- Publicada em 09 de Fevereiro de 2017 às 20:10

Meirelles diz que PIB cresce já no 1º trimestre

O presidente Michel Temer e ministros participaram do evento Caixa 2017, organizado pelo banco federal em Brasília nesta quinta-feira

O presidente Michel Temer e ministros participaram do evento Caixa 2017, organizado pelo banco federal em Brasília nesta quinta-feira


Antonio Cruz/ABR/JC
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que a economia brasileira "já cresce neste trimestre" e que a atividade vai ganhar tração nos próximos meses. "A boa notícia é que o País já cresce neste trimestre. O Brasil cresce em 2017, vai crescer mais em 2018, e já estamos tomando medidas para que o País possa crescer mais e mais", destacou durante palestra no evento Caixa 2017 organizado pelo banco federal em Brasília nesta quinta-feira.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que a economia brasileira "já cresce neste trimestre" e que a atividade vai ganhar tração nos próximos meses. "A boa notícia é que o País já cresce neste trimestre. O Brasil cresce em 2017, vai crescer mais em 2018, e já estamos tomando medidas para que o País possa crescer mais e mais", destacou durante palestra no evento Caixa 2017 organizado pelo banco federal em Brasília nesta quinta-feira.
Durante a palestra dada a executivos do banco federal, o ministro citou que o mercado financeiro prevê que o Brasil crescerá em torno de 0,50% em 2017, enquanto a previsão do governo segue em 1%. "É um número um pouco baixo, mas isso engana", disse, ao argumentar que a estimativa para o ano acaba amenizando a velocidade crescente da atividade esperada pelo governo.
Para reafirmar essa avaliação, o ministro da Fazenda repetiu a previsão de que a economia crescerá a um ritmo "de cerca de 2%" no último trimestre de 2017 na comparação com 2016. "Vamos ter expansão do consumo. Em um segundo momento, será no investimento", disse, ao comentar que a redução da alavancagem das empresas abrirá espaço para que haja retomada do investimento em breve. A apresentação de Meirelles foi fechada à imprensa, mas o áudio da palestra foi divulgado pela assessoria de imprensa da Fazenda.
Meirelles disse que o governo só irá rever sua previsão para o crescimento do PIB em 2017 - atualmente em 1% - em março, quando, legalmente, tem que divulgar o relatório bimestral de receitas e despesas.
O ministro disse que o governo quer esperar a divulgação de indicadores antecedentes, como venda de papelão e consumo de energia, antes de fazer nova previsão para a atividade neste ano. "Concluímos que não há necessidade de fazer revisão do PIB neste momento. Está havendo uma série de mudanças importantes, uma inflexão positiva da economia brasileira", afirmou.
Meirelles voltou a destacar que, para a Fazenda, o mais importante é a comparação do crescimento do fim de 2017 com o fim de 2016, que será da ordem de 2%. Para o ministro, os analistas de mercado, que preveem crescimento de 0,5% neste ano, devem rever para cima suas projeções. "O país sim já está em trajetória de crescimento", afirmou.
Também em relação às receitas, o governo só fará novas avaliações em março, disse Meirelles. Ele ponderou que há uma série de questões a serem consideradas, como um novo programa de repatriação de receitas, que está em votação no Congresso, e o desempenho do programa de regularização tributária, além do próprio crescimento econômico.
 

Governo federal enviará em abril para o Congresso proposta de reforma tributária

Na palestra a gestores da Caixa Econômica Federal, nesta quinta-feira, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que o governo deverá encaminhar ao Congresso em abril um projeto de reforma tributária. Segundo Padilha, a matéria só não será enviada antes porque a pauta dos congressistas está "congestionada" com as reformas da Previdência e das leis trabalhistas.
Ainda em discussão no governo, Padilha sinalizou que haverá mudanças na tributação de renda e de ganhos de capital. Disse avaliar que o consumo é muito tributado e que isso deverá mudar. "Tributamos muito o consumo e muito pouco a renda e os ganhos de capital. Temos que aprender como fazem os povos desenvolvidos, tributam mais a renda e os ganhos de capital e menos o consumo, porque ele impacta a base da pirâmide. Quem paga mais impostos no Brasil são os mais pobres. Estamos trabalhando para ver o quanto vamos conseguir avançar na reforma tributária já nesta direção, se possível", afirmou.
Ao defender a criação de um teto de gastos públicos, no fim do ano passado, o ministro salientou que não existe "dinheiro público" e que as despesas dos governos estão "agigantadas". "Não existe dinheiro público. O Estado não produz um real. Só existe com o dinheiro que ele toma da sociedade na forma do imposto ou dinheiro emprestado. Temos que dar estabilidade a isso, e o maior problema hoje é a máquina do Estado, agigantada, nos municípios, estados e governo federal", declarou.
Aos superintendentes e diretores regionais do banco público, Padilha afirmou não esperar "afinidade política" com o governo Michel Temer. "Não tenho a pretensão que todos tenham afinidade política com o governo. A questão da afinidade política é questão do cidadão, não do gerente da Caixa, que tem uma missão institucional. Vocês servem aos brasileiros, não ao governo a, b ou c. Não quero que cada um seja um defensor das políticas do governo, mas do ponto de vista da gestão", disse o chefe da Casa Civil.

Em discurso, Michel Temer repete que palavra-chave de sua gestão é o 'diálogo'

O presidente da República, Michel Temer, disse, nesta quinta-feira, durante discurso de abertura do evento de gestores promovido pela Caixa Econômica Federal, que, além de uma instituição financeira, o banco é fundamental para que o governo consiga implementar os programas sociais. "A Caixa, de um lado, age como instituição financeira, de outro, exerce uma responsabilidade social extraordinária", disse ele, com a voz nitidamente rouca e aparentemente gripado. O presidente lembrou a importância do banco e disse que "a presença do poder público se faz, muitas vezes, por um agente da Caixa." "Sem embargo das dificuldades que tivemos no início do governo, tivemos muita colaboração dos senhores, porque, quando se necessita da Caixa, logo encontramos respaldo", afirmou.
Temer reforçou ainda que, "retirada toda e qualquer hipótese de divisão entre as pessoas", a palavra-chave de seu governo é o "diálogo" e que os Três Poderes governam. "É preciso harmonia e distensão entre os Poderes, e temos conseguido", disse. Ele ressaltou que a harmonia com o Poder Legislativo tem garantido ao governo aprovações importantes e citou a criação da PEC do Teto dos Gastos. "Nós pudemos verificar a colaboração extraordinária do Congresso, que, em breve tempo, aprovou uma reforma inédita no País."
Temer reiterou que seu governo será de reformas e que ele terá coragem para fazê-las, mesmo que a tendência dos governantes seja "deixar passar" temas espinhosos. O presidente destacou que a PEC do Teto "foi um grande momento" do seu governo e não retirou recursos da educação e da saúde. Temer fez questão de mencionar o ministro Mendonça Filho ao comemorar a aprovação da MP do Ensino Médio e disse que deve sancioná-la nos próximos dias, "o mais rapidamente".
O presidente citou o envio da Reforma Trabalhista ao Congresso e disse que, apesar de ser um tema complicado, acredita que será aprovada. "Penso que a modernização da legislação trabalhista também se dará com relativa facilidade", afirmou. "Eu sei que é uma matéria difícil, mas é importante para o País", disse, lembrando o envio da Reforma da Previdência. Temer destacou que conseguiu avançar e mandar todas reformas para o Congresso e que a equipe econômica está debruçada para estudar mudanças nos tributos. "Vamos tentar agora uma simplificação tributária", finalizou.