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Sistema Financeiro

- Publicada em 02 de Fevereiro de 2017 às 18:08

Lucro do Bradesco cai, e inadimplência aumenta

Em tarifas, arrecadação cresceu 12,8% em todo o ano passado

Em tarifas, arrecadação cresceu 12,8% em todo o ano passado


FREDY VIEIRA/JC
Impactado pela inadimplência ainda em alta, o Bradesco fechou 2016 com lucro líquido de R$ 17 bilhões, queda de 4,2% quando comparado ao resultado de 2015. No quarto trimestre, o lucro foi de 3,9%, para R$ 4,4 bilhões. Os dados incluem o desempenho do HSBC Brasil, que foi incorporado aos resultados do banco no terceiro trimestre. O Bradesco comprou a operação brasileira do banco inglês em agosto de 2015 por R$ 16 bilhões, mas a operação só foi aprovada em junho do ano passado.
Impactado pela inadimplência ainda em alta, o Bradesco fechou 2016 com lucro líquido de R$ 17 bilhões, queda de 4,2% quando comparado ao resultado de 2015. No quarto trimestre, o lucro foi de 3,9%, para R$ 4,4 bilhões. Os dados incluem o desempenho do HSBC Brasil, que foi incorporado aos resultados do banco no terceiro trimestre. O Bradesco comprou a operação brasileira do banco inglês em agosto de 2015 por R$ 16 bilhões, mas a operação só foi aprovada em junho do ano passado.
A carteira de crédito do banco terminou 2016 em R$ 515 bilhões, alta de 8,6% devido à entrada dos empréstimos que eram originalmente do HSBC. O banco, no entanto, segue restritivo ao conceder novos empréstimos. Entre o terceiro e o quarto trimestre, os empréstimos encolheram 1,3%, especialmente pela pouca disposição do banco em financiar micro e pequenas empresas (-7,3% no período).
A inadimplência entre os clientes do Bradesco continua crescendo e alcançou 5,5% em dezembro, ante 4,1% no mesmo mês de 2015. O único segmento que o percentual de calotes dá sinais de queda é o de grandes empresas. Isso ocorre, no entanto, porque uma grande companhia (provavelmente a empresa de sondas Sete Brasil) foi lançada para perdas e deixa de figurar no índice.
Para compensar o crédito em baixa e as despesas com calotes, o Bradesco acompanhou seus pares e arrecadou 12,8% mais com receitas de tarifas em 2016, R$ 3,185 bilhões. O maior crescimento veio do segmento de conta-corrente.
As despesas de pessoal saltaram 20%, R$ 2,938 bilhões, devido a reajustes salariais dos bancários e também à chegada dos funcionários do HSBC. As despesas administrativas subiram 17% em 12 meses, para R$ 2,8 bilhões. O banco, no entanto, fechou 223 agências desde que incorporou os pontos de atendimento do HSBC. Além disso, 1.129 funcionários deixaram o banco entre setembro e dezembro.
A aquisição do HSBC deixou o Bradesco com mais agências e funcionários que seus pares em um momento em que os grandes bancos se fixam em reduzir custos e incentivar clientes a migrarem para os canais digitais. O Bradesco tem hoje 5.314 agências e 108,8 mil empregados. Os números superam inclusive os da Caixa, que aguarda autorização do governo para realizar um programa de demissão voluntária. A expectativa do banco público é encolher em 10 mil o quadro funcional de 95 mil servidores.
 

Baixa de crédito específico deve ocorrer no 2º trimestre

O crédito específico que impactou a inadimplência de curto prazo do Bradesco será baixado no segundo trimestre deste ano, de acordo com o diretor de relações com o mercado do banco, Carlos Firetti. Ele não revelou o segmento de origem do crédito alegando sigilo bancário.
O Bradesco vai avaliar caso a caso futuras vendas de carteiras de crédito, de acordo com Firetti. O banco vendeu, no último trimestre, uma carteira de créditos já baixados para prejuízo, no montante de R$ 2,0 bilhões.
"Não vendemos carteiras antes de serem baixadas a prejuízo", acrescentou Firreti, em teleconferência com a imprensa, lembrando que não impactou a inadimplência no período nem o resultado da instituição de forma relevante.
O vice-presidente do Bradesco, Alexandre Gluher, acrescentou que a carteira cedida corresponde a créditos de pessoas físicas já baixadas a prejuízo há alguns anos.