Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Teatro

- Publicada em 02 de Março de 2017 às 23:55

O sucesso do Porto Verão Alegre

Passou o Carnaval, que não deixa de ser um grande espetáculo cênico a céu aberto, estamos nos preparando para iniciar a temporada de 2017. Mas, mais que em outros anos, a realização do Porto Verão Alegre certamente marcou a abertura do ano, e isso por muitos motivos.
Passou o Carnaval, que não deixa de ser um grande espetáculo cênico a céu aberto, estamos nos preparando para iniciar a temporada de 2017. Mas, mais que em outros anos, a realização do Porto Verão Alegre certamente marcou a abertura do ano, e isso por muitos motivos.
O primeiro e principal deles era a curiosidade que eu tinha em torno do que iria ser apresentado, diante da crise imensa que enfrentamos, financeira, econômica, política e, diria, até de criatividade. E porque, nos últimos anos, o Porto Verão Alegre estava vivendo mais de reprises do que propriamente de espetáculos novos. Pois 2017 rompeu com isso. Tivemos estreias significativas, tanto quantitativa quanto qualitativamente, bastando lembrar aqui, dentre outros, Musicais à la carte, Sonho de uma noite de verão, Brasileirada, Um hippie, um punk, um rajneesh, Caio do céu, O que terá acontecido a Baby Jane? e vai por aí afora, além de espetáculos convidados, vindos de outros estados, como O homem bruxa.
Claro, tivemos as indefectíveis reprises, mas isso faz parte do jogo e, na verdade, guardadas as proporções e equilíbrio entre estreias e reprises, mostra certa continuidade dos grupos em atividade entre nós e a criação de um certo público fiel, que assiste, por vezes, até mais de duas vezes a um mesmo espetáculo, ano após ano, o que não é ruim. Tem sido os casos dos trabalhos de Patsy Cecato, Renato Del Campão, Júlio Conte, Arthur José Pinto, Deborah Finocchiaro, Pedro Delgado, Bob Bahlis, Antonio Carlos Falcão, os trabalhos de Ronald Radde etc. O leitor logo percebeu que misturei, propositadamente, dramaturgos, diretores e intérpretes, exatamente para mostrar a riqueza e a variedade de atrações - motivos - para irmos ao teatro.
Àqueles nomes mais tradicionais, como Cris Pereira e Guri de Uruguaiana, somaram-se atrações que têm no rádio e na televisão maior divulgação, como Pedro Ernesto e Radicci ou Duda Garbi e o trio impagável Homens de perto desgovernados. Claro, a comédia foi o gênero preferido, e num verão quente como o que estamos (ainda) enfrentando, não surpreende, mesmo que a maioria de nossas salas, felizmente, apresente um bom desempenho do ar-condicionado. De qualquer modo, a decisão de sair de casa, em pleno horário de verão, com o sol ainda pingando lá fora...
Coisas importantes que me entusiasmam e me fazem pensar que o Porto Verão Alegre, guardadas as proporções, anda melhor que o Porto Alegre em Cena e até que o Palco Giratório, nossos dois extraordinários festivais, cada um em um semestre, que sempre nos encantam: salas cheias, em geral, lotadas. E gente jovem. E gente que, em geral, não vejo nas salas dos espetáculos ao longo das temporadas. Isso significa que temos público, um público que tem futuro (porque é jovem) e um público que, de fato, aproveita a promoção, ou porque tem mais tempo, ou porque o ingresso é mais barato, ou, enfim, porque a programação lhe interessou mais. Andei trocando ideias com Zé Vitor Castiel, um dos responsáveis pela iniciativa. Ele estava em Berlim, no Festival de Cinema: já tinha feito a sua parte, por aqui, e foi curtir um pouquinho o inverno e a cultura europeus, o que fez muito bem. Castiel não tem avaliação específica a respeito dos motivos do evidente sucesso do Porto Verão Alegre, mas reconhece que o festival vem crescendo ano a ano, e isso se evidencia inclusive pela menor (?) dificuldade em conseguir os patrocinadores. Neste ano, por exemplo, já teve patrocinador se comprometendo para o próximo ano!
Tudo isso, enfim, e mais a oportunidade de a gente assistir a muitos espetáculos que não deu para se ver durante a temporada, vem transformando o Porto Verão Alegre num sucesso em evolução. Claro, é evidente que as figuras do Beretta e do Castiel dão confiabilidade à promoção, mas eu diria que é sobretudo a sensibilidade e a maneira tranquila, respeitosa e alegre com que eles administram a mostra, buscando atender às necessidades de cada um e de todos, dando espaços equilibrados a todos eles, que faz do Porto Verão Alegre, este sucesso. Até 2018, pois.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO