Cartórios e burocracia

O custo Brasil também é alimentado pelas multiexigências cartoriais e de repartições pública, que insistem em pedir documentos e mais documentos. Para quaisquer transações comerciais e imobiliárias que se queira praticar em nosso País - em plena evolução da informática, biométrica e outras tecnologias avançadas - ainda pedem certidão de nascimento, casamento, atestado de residência e outras dezenas de papéis (estimulando o desmatamento). É tanta burocracia que assusta qualquer um. Parece que somos todos desonestos e temos que provar, a toda hora, que somos nós mesmos. Estive por três vezes na Austrália, participei de várias negociações como compra e venda de veículos, de imóveis, e lá não tem cartório. O reconhecimento ou testemunho é efetuado por pessoas da comunidade - profissionais liberais ou comerciantes estabelecidos, que carimbam e assinam documentos de graça. E nem por isso a corrupção e a desonestidade naquele país são visíveis. Aliás, também lá tem poucos escritórios de advocacia. Num passado recente, se falou em desburocratizar, criaram até um Ministério da Desburocratização. Parece que ficou só na conversa. Por que, além de todas essas exigências e controles institucionais e policiais, a corrupção e a falcatrua continuam crescendo no Brasil? (Ramiro Nunes de Almeida Filho, representante comercial, Porto Alegre)