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- Publicada em 13 de Fevereiro de 2017 às 16:07

Sogros, genros & Cia.

Piauiense de Teresina, o notório Wellington Moreira Franco (inicialmente adepto da Arena, depois ingressado no PMDB-RJ) - agora interessado no foro privilegiado - foi sucessivamente deputado federal, prefeito de Niterói e governador do Rio (1987/1991), quando então ganhou o apelido de Gato Angorá. A alcunha foi mantida pelos executivos da Odebrecht ao identificar visitantes do departamento de propinas desmontado pela Lava Jato.
Piauiense de Teresina, o notório Wellington Moreira Franco (inicialmente adepto da Arena, depois ingressado no PMDB-RJ) - agora interessado no foro privilegiado - foi sucessivamente deputado federal, prefeito de Niterói e governador do Rio (1987/1991), quando então ganhou o apelido de Gato Angorá. A alcunha foi mantida pelos executivos da Odebrecht ao identificar visitantes do departamento de propinas desmontado pela Lava Jato.
Angorá é mais criativo que Botafogo, o apelido pelo qual é conhecido, nos gabinetes da mesma empreiteira, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), genro de Moreira Franco. Nascido no Chile, onde o pai vivia exilado, o botafoguense começou a carreira de caçador de votos como filho do ex-prefeito carioca (três vezes) e hoje vereador César Maia (DEM-RJ). Mas Rodrigo está na presidência da Câmara também por ter Moreira Franco como sogro.
A frondosa árvore genealógica segue rendendo frutos altamente lucrativos.

A importante 'ordem do dia'


REPRODUÇÃO/JC
O folclore continua na 1ª vice-presidência da Câmara dos Deputados: saiu Waldir Maranhão (PP-MA) e entrou Fábio Ramalho (PMDB-MG), o popular Fabinho Liderança, como é chamado em Brasília. O primeiro tornou-se conhecido por ter tentado anular o processo de impeachment de Dilma Rousseff (PT), depois de um jantar regado a uísque com aliados da então presidente.
O segundo é famoso pelas festas oferecidas em seu apartamento funcional, regadas a comida mineira e com a presença de mulheres jovens e bonitas.
Todos os parlamentares são bem-vindos aos eventos, mas há uma espécie de senha quando é o momento de as deputadas se retirarem para, então, começar a segunda etapa da festa, chamada de "ordem do dia". A história foi contada pelos jornalistas Simone Iglesias e Eduardo Bresciani, de O Globo.
A fama de Fabinho é tanta que, na primeira viagem oficial do presidente Michel Temer (PMDB) para a China, logo após sua posse definitiva, auxiliares palacianos se surpreenderam ao saber que o deputado participaria da comitiva. "Será que a primeira-dama Marcela sabe disso?", brincavam.
No começo da atual legislatura, em 2014, havia quem ainda não conhecesse o folclore em torno de Fabinho. Foi então que uma deputada de primeiro mandato ficou sabendo de uma festa no apê do deputado e foi chegando, sem convite protocolar, apenas impulsionada pela sua condição de companheira de partido. Ela bateu à porta, entrou e, em dois minutos, percebeu que o ambiente não era dos mais familiares.
Saiu de fininho...

Ares paranaenses

O MPF e a defesa de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) não confirmam, mas o aneurisma do ex-presidente da Câmara dos Deputados pode estar na Suíça. (Entreouvido na OAB do Paraná).

Outras pérolas

Da mesma sessão do Senado em que Ellen Gracie foi aprovada - para depois (23.11.2000) ser ungida pelo presidente FHC - outros despautérios verbais revezaram elogios à inteligência dela e - não escondendo o machismo - à sua beleza física:
"A senhora não veio ser sabatinada, veio ser homenageada" declarou o senador José Agripino (DEM-RN).
"Eu não poderia deixar de participar dessa homenagem" pipocou o senador Aloisio Mercadante (PT-SP).
"O meu voto ainda leva em conta a beleza e o charme, e assim voto com muito prazer" derreteu-se o senador Wellington Salgado (PMDB-MG).
Ao final da sessão, após a aprovação unânime, o presidente da CCJ, Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA), tentou amenizar o coletivo verborrágico das declarações inoportunas. Disse então que a ampla aceitação do nome de Ellen se devia "à elegância física e moral, à dignidade e sobretudo à competência dela".

Machismo constrangedor

A propósito da sabatina, em Brasília, para chegar ao Supremo, há quem recorde os descabidos comentários recebidos pela primeira mulher a integrar a corte. Ellen Gracie Northfleet, ex-presidente do TRF-4, recebeu votos senatoriais que levaram em conta "beleza", "charme", "elegância física" etc.
Na ocasião (novembro de 2000), o momento mais constrangedor foi quando, ao chancelar o voto em Ellen, o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) - médico de profissão - disse: "como ginecologista, aprendi a lidar de perto com as mulheres, entendendo muito profundamente a sensibilidade feminina".

Sabatinas protocolares

São de conhecimento geral os requisitos para integrar, como ministro, a Suprema Corte: brasileiro nato, notável saber jurídico, reputação ilibada, idade entre 35 e 65. As "rádios-corredores" das OABs - país afora - coincidem nas difusões: "A sabatina, no Senado, não passa de protocolo". Corrobora isso o fato de que, há um século, ali não se rejeita um indicado. Mas nem sempre o interrogatório corre placidamente. Com o governo já depauperado, o último a integrar a Corte, ministro Fachin, passou em 2015 por longas 11 horas de questionamentos.
Mas há mais de 120 anos o Senado não rejeita um indicado. Criado em 1890, o STF teve apenas cinco candidatos derrubados por senadores - todos em 1894, no governo do marechal Floriano Peixoto. O impasse foi resolvido com a aprovação do sexto nome proposto: Américo Lobo, que era senador pelo Paraná.

A 'tartaruga' do dia

O registro de hoje vai para a 2ª Vara Criminal de Caxias do Sul. Mais de seis anos depois de afano contra os cofres públicos (dezembro de 2010) e quatro anos e cinco meses depois de iniciada a ação penal (03.09.2012) para punir os supostos culpados por uma apontada fraude com alvarás judiciais no Juizado Especial Cível da comarca caxiense, a Justiça Estadual gaúcha ainda não chegou a conclusão alguma. Estão denunciados um servidor público (já exonerado) e quatro advogados.
"São 24 fatos delitivos relativos a cinco acusados", refere uma das peças do Ministério Público. A última audiência ocorreu em 7 de outubro do ano passado. De lá para cá, nada mais de prático.
Cidadãos incrédulos juram ter visto, num jardim próximo ao fórum caxiense, uma lesma jurídica contando o prazo nos dedos. Ela torce pela fluência do prazo prescricional. (Proc. nº 21200099394).

Frases irreprimíveis da semana

Não conhece - "Boa sorte para ele, mas não tenho opinião para dar." Juiz Sérgio Moro, sobre a indicação de Alexandre de Moraes para o STF.
Calma, pessoal! - "Para viver em paz, precisamos mesmo é de uma boa dose de 'Não estou nem aí'. Eu, por exemplo, não tomo ansiolíticos." Papa Francisco, ao admitir que não se estressa.
Em causa própria - "Falo com a autoridade de quem foi o responsável pelo desencadeamento do impeachment da ex-presidente da República." Eduardo Cunha, em depoimento à Justiça Federal do Paraná.