Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Jornal da Lei

- Publicada em 17 de Fevereiro de 2017 às 16:09

Lojistas x shopping centers: é hora de aliviar as tensões e construir uma saída conjunta

A existência de contrariedades envolvendo a relação entre lojistas e shopping centers não é nenhuma novidade no mercado varejista nacional. Divergências e reclamações, de parte a parte, sempre existiram e continuarão a existir. A novidade é que agora elas parecem estar atingindo graus nunca antes vistos e uma ação mais coordenada da classe lojista contra os shopping centers. Nesse contexto de acirramento dos ânimos, é chegado o momento de as partes sentarem para rediscutir a relação, aliviando a tensão que vem sendo criada e construindo uma nova situação, que esteja alinhada ao atual contexto mundial.
A existência de contrariedades envolvendo a relação entre lojistas e shopping centers não é nenhuma novidade no mercado varejista nacional. Divergências e reclamações, de parte a parte, sempre existiram e continuarão a existir. A novidade é que agora elas parecem estar atingindo graus nunca antes vistos e uma ação mais coordenada da classe lojista contra os shopping centers. Nesse contexto de acirramento dos ânimos, é chegado o momento de as partes sentarem para rediscutir a relação, aliviando a tensão que vem sendo criada e construindo uma nova situação, que esteja alinhada ao atual contexto mundial.
Não se pretende desconsiderar a complexidade que existe na concepção de um shopping center. Sabe-se que por trás dele há um aprofundado estudo sobre a região onde será instalado, uma séria pesquisa de mercado, uma estratégica montagem do tenant mix, uma planejada escolha das lojas âncoras, entre outros aspectos, que tornam esse tipo de comércio tão peculiar.
Ocorre que, analisando essa relação sob a ótica dos lojistas, também não se pode desconsiderar que a forma de comércio mudou de forma profunda. Se há alguns anos o comércio eletrônico ainda engatinhava hoje ele é uma realidade e alterou sobremaneira a maneira como as pessoas realizam suas compras. Além disso, novas datas comerciais concebidas a partir do e-commerce vêm sendo criadas, como o famoso black friday, por exemplo. Isso leva a necessidade de revisitar algumas das cláusulas típicas do contrato de shopping centers, tal qual aquela que impõe o pagamento de um 13º aluguel. Trata-se de antiga reivindicação dos lojistas, pois as vendas de dezembro já não são mais as de anos atrás, haja vista que aquela realidade de aumento em até três vezes nas vendas ficou no passado.
Assim, num contexto em que as mudanças não param, talvez se tenha chegado num momento de quebra de paradigma. Diferentemente do que muitas pessoas podem sustentar, todavia, essa quebra não deve ocorrer de forma litigiosa, para que as forças sejam medidas. Pelo contrário. Para a sobrevivência saudável de todos, parece estarmos diante de um momento ímpar para parar, refletir a relação e ampliar o diálogo entre as partes, de modo a reduzir a tensão que vem aumentando nos últimos meses, tentando criar, em conjunto, alternativas viáveis que flexibilizem pontos contratuais historicamente aceitos pelas partes, que se coadunem à atual realidade.
O convite está lançado. Espera-se que as partes envolvidas estejam abertas para esse diálogo construtivo e possam, em conjunto, achar soluções que minimizem as perdas e tornem a relação mais adequada e fidedigna aos dias de hoje.
Advogado especialista em contratos empresariais
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO