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mercado de capitais

- Publicada em 16 de Fevereiro de 2017 às 12:29

Bolsa brasileira atrai mais investidores estrangeiros

A BM&FBovespa é uma das bolsas que mais subiram no mundo nos últimos meses e a percepção de analistas é de que há espaço para mais ganhos. A expectativa de recuperação da economia brasileira, em meio à queda da inflação e dos juros e do avanço do ajuste fiscal, após quase três anos de forte recessão, estimula os investidores, sobretudo os estrangeiros, a aumentar a exposição aos ativos domésticos e minimizar riscos que ainda permeiam o cenário.
A BM&FBovespa é uma das bolsas que mais subiram no mundo nos últimos meses e a percepção de analistas é de que há espaço para mais ganhos. A expectativa de recuperação da economia brasileira, em meio à queda da inflação e dos juros e do avanço do ajuste fiscal, após quase três anos de forte recessão, estimula os investidores, sobretudo os estrangeiros, a aumentar a exposição aos ativos domésticos e minimizar riscos que ainda permeiam o cenário.
Em dólares, a BM&FBovespa registra ganho ao redor de 121% em um ano, muito mais que as bolsas dos EUA, onde o Dow Jones sobe 28,8% e o Nasdaq avança 33,7%, e também bastante acima de outros mercados importantes, como o México (1,74%), Japão (21,4%) e Alemanha (21,5%). "O Brasil dobrou a esquina", disse o economista William Adams, do norte-americano PNC Bank, destacando a expectativa de que a atividade ganhe força mais para o final de 2017.
Para o analista da gestora Bulltick em Miami, Klaus Spielkamp, o Brasil se beneficia "em dobro" do momento atual de maior liquidez e apetite por risco no mercado internacional, que começou com a vitória de Donald Trump em novembro. "O País passa a impressão de que está fazendo o dever de casa", disse ele, citando o andamento do ajuste fiscal, a queda da inflação e dos juros. "Estes fatores estão trazendo os investimentos de volta para o País."
Spielkamp conta que muitos de seus clientes haviam deixado de comprar o risco Brasil com o início do governo de Dilma Rousseff, com alguns se desfazendo totalmente de suas posições no País. "Atualmente meus clientes estão voltando a dar atenção a esse risco", disse ele, citando ainda que os prêmios oferecidos pelos ativos do País estão atrativos em relação a outros mercados vizinhos, como Colômbia, Peru e México.
O diretor executivo para América Latina da INTL FCStone, Alexandre Artman, também sediado na Flórida, aponta que o "desinteresse" dos estrangeiros com o Brasil chegou no fundo do poço e que daqui para a frente os fluxos para o mercado doméstico devem aumentar.
A consultoria deve até inaugurar uma unidade de corretagem no Brasil em meados do ano, para aproveitar esse momento de maior interesse pela BM&FBovespa. "De um modo geral, os mercados globais estão bastante esticados, mas o Brasil ainda tem espaço para subir", disse.
Em meio ao clima de otimismo com o Brasil, o País é uma das principais apostas da gestora americana Oppenheimer Funds, que administra US$ 216 bilhões em ativos. Com a perspectiva de melhora da economia, a gestora está mudando sua carteira e procurando incluir empresas mais expostas ao mercado doméstico, ou seja, que se beneficiariam da retomada da economia, como o setor de logística, afirmam os analistas Marcelo Menusso, Chris Kelly e Cláudia Castro, em um relatório a investidores.
Para o diretor de equities do Santander, André Rosenblit, a forte liquidez existente no mundo, de quase US$ 180 trilhões, somada à expectativa de recuperação no lucro das empresas brasileiras de capital aberto - que o banco estima em 18% este ano - deve garantir a continuidade de fluxos para o País. "A percepção de risco/retorno sobre o Brasil na cabeça do investidor estrangeiro hoje está aparentemente baixa, então eles aproveitam o momento para entrar no mercado local. Ainda tem muito dinheiro para vir."

Trump e Lava Jato ainda são risco para investimentos

Apesar da euforia recente com o mercado brasileiro de ações e as perspectivas de ganhos adicionais este ano, o cenário ainda apresenta riscos para os investidores. Globalmente, a principal ameaça é um exagero nas medidas protecionistas de Donald Trump que leve a aumento da inflação e, consequentemente, dos juros nos EUA. No âmbito interno, a maior fonte de preocupação é a Lava Jato e a possibilidade de mais políticos serem envolvidos nas investigações, prejudicando as reformas econômicas necessárias. 
"O mercado começou a assumir que Trump ia trazer, imediatamente, crescimento econômico, déficit público, consumo e inflação", ressalta o analista da Bulltick Klaus Spielkamp. Com a redução dessa expectativa, pelo menos em relação ao prazo em que isso deve ocorrer, os juros dos títulos dos EUA caíram e isso desencadeou um movimento de busca por rentabilidade. Ao mesmo tempo, a percepção de que a economia brasileira está saindo do fundo do poço ajudou o País a se diferenciar de outros emergentes. 
Mas o economista do PNC Bank, William Adams, nota que o risco político não pode ser deixado de lado. Ele ressalta que o presidente Michel Temer está exposto a problemas muito semelhantes aos enfrentados pela ex-presidente Dilma. "Os reflexos das investigações da Lava Jato podem desestabilizar a política brasileira", afirmou. Preocupação semelhante vem sendo levantada pelas agências de classificação de risco, incluindo a Standard & Poor's, que na semana passada manteve a perspectiva negativa para o rating brasileiro. 
Para o diretor de equities do Santander, André Rosenblit, as delações premiadas dos executivos da Odebrecht devem envolver pessoas influentes do governo Michel Temer e podem atrasar as reformas. Mesmo assim, ele minimiza esse risco. "Há alguma segurança de que isso não vai atingir Temer nem as reformas de forma significativa."

Pequeno aplicador precisa ser cuidadoso em bolsa

A valorização que a Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa) vem registrando nos últimos meses se tornou um chamariz para investidores. Mas especialistas alertam que, para o pequeno investidor, principalmente, esse é um tipo de aplicação que precisa ser pesado com muito cuidado.

Especialista em finanças, a professora da FGV Myrian Lund ressalta que o investidor que quer aplicar recursos na Bolsa precisa ter em mente que não há garantia de retorno - ou seja, se as ações caírem, o aplicador perderá dinheiro. Por isso, diz a professora, se o objetivo é preservar capital, a recomendação é a renda fixa.
Ela lembra que, ainda que a Selic (a taxa básica de juros da economia), hoje em 13% ao ano, recue e termine o ano na casa de um dígito, a queda da inflação - as previsões são de que o IPCA termine o ano por volta de 4,5% - faz com que o ganho real na renda fixa, como os títulos do Tesouro Direito, ainda seja atraente.

Caso o investidor já tenha aplicações em renda fixa e queira diversificar seu portfólio, Myrian aconselha a investir em ações aos poucos e em papéis de pelo menos cinco empresas de setores diferentes. Assim, é possível diminuir o impacto das oscilações no retorno do investimento.

Outro detalhe importante é conhecer a fundo as condições do mercado e as empresas em que se está investindo: "Se o investidor não consegue acompanhar as mudanças, pode optar pelos fundos de ações. Porém, precisa prestar atenção ao histórico de rentabilidade e procurar produtos que superem o Ibovespa (principal índice de ações do mercado brasileiro)", diz Myrian.

Apesar de ainda não haver sinais claros de retomada da economia, papéis de companhias ligadas ao setor financeiro e ao consumo têm mostrado mais fôlego na Bovespa. Analista da corretora Rico, Leandro Martins destaca a melhora no desempenho das empresas de varejo na Bolsa, principalmente no ramo de shopping centers.

Martins reforça que a Bovespa ainda está longe do patamar pré-crise de 2008 e que pode até superar o pico de 73,9 mil pontos atingido há dez anos. "Faz muito tempo que não temos um momento parecido para o investidor pessoa física", diz.

/NG/GE/BOVESPA/PEQUENO INVESTIDOR
 
Pequeno investidor precisa ser cuidadoso em bolsa
 
Por Malena Oliveira
 
São Paulo, 15 (AE) - A valorização que a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) vem registrando nos últimos meses se tornou um chamariz para investidores. Mas especialistas alertam que, para o pequeno investidor, principalmente, esse é um tipo de aplicação que precisa ser pesado com muito cuidado.
 
Especialista em finanças, a professora da FGV Myrian Lund ressalta que o investidor que quer aplicar recursos na Bolsa precisa ter em mente que não há garantia de retorno - ou seja, se as ações caírem, o aplicador perderá dinheiro. Por isso, diz a professora, se o objetivo é preservar capital, a recomendação é a renda fixa.
Ela lembra que, ainda que a Selic (a taxa básica de juros da economia), hoje em 13% ao ano, recue e termine o ano na casa de um dígito, a queda da inflação - as previsões são de que o IPCA termine o ano por volta de 4,5% - faz com que o ganho real na renda fixa, como os títulos do Tesouro Direito, ainda seja atraente.
 
Caso o investidor já tenha aplicações em renda fixa e queira diversificar seu portfólio, Myrian aconselha a investir em ações aos poucos e em papéis de pelo menos cinco empresas de setores diferentes. Assim, é possível diminuir o impacto das oscilações no retorno do investimento.
 
Outro detalhe importante é conhecer a fundo as condições do mercado e as empresas em que se está investindo: "Se o investidor não consegue acompanhar as mudanças, pode optar pelos fundos de ações. Porém, precisa prestar atenção ao histórico de rentabilidade e procurar produtos que superem o Ibovespa (principal índice de ações do mercado brasileiro)", diz Myrian.
 
Apesar de ainda não haver sinais claros de retomada da economia, papéis de companhias ligadas ao setor financeiro e ao consumo têm mostrado mais fôlego na Bovespa. Analista da corretora Rico, Leandro Martins destaca a melhora no desempenho das empresas de varejo na Bolsa, principalmente no ramo de shopping centers.
 
Martins reforça que a Bovespa ainda está longe do patamar pré-crise de 2008 e que pode até superar o pico de 73,9 mil pontos atingido há dez anos. "Faz muito tempo que não temos um momento parecido para o investidor pessoa física", diz.
 
/NE/EE/BOVESPA/TRUMP/LAVA JATO/RISCOS
 
Trump e Lava Jato ainda são risco para investimentos
 
Por Álvaro Campos e Altamiro Silva Júnior
 
Brasília, 15 (AE) - Apesar da euforia recente com o mercado brasileiro de ações e as perspectivas de ganhos adicionais este ano, o cenário ainda apresenta riscos para os investidores. Globalmente, a principal ameaça é um exagero nas medidas protecionistas de Donald Trump que leve a aumento da inflação e, consequentemente, dos juros nos EUA. No âmbito interno, a maior fonte de preocupação é a Lava jato e a possibilidade de mais políticos serem envolvidos nas investigações, prejudicando as reformas econômicas necessárias.
 
"O mercado começou a assumir que Trump ia trazer, imediatamente, crescimento econômico, déficit público, consumo e inflação", ressalta o analista da Bulltick Klaus Spielkamp. Com a redução dessa expectativa, pelo menos em relação ao prazo em que isso deve ocorrer, os juros dos títulos dos EUA caíram e isso desencadeou um movimento de busca por rentabilidade. Ao mesmo tempo, a percepção de que a economia brasileira está saindo do fundo do poço ajudou o País a se diferenciar de outros emergentes.
 
Mas o economista do PNC Bank, William Adams, nota que o risco político não pode ser deixado de lado. Ele ressalta que o presidente Michel Temer está exposto a problemas muito semelhantes aos enfrentados pela ex-presidente Dilma. "Os reflexos das investigações da Lava Jato podem desestabilizar a política brasileira", afirmou. Preocupação semelhante vem sendo levantada pelas agências de classificação de risco, incluindo a Standard & Poor's, que na semana passada manteve a perspectiva negativa para o rating brasileiro.
 
Para o diretor de equities do Santander, André Rosenblit, as delações premiadas dos executivos da Odebrecht devem envolver pessoas influentes do governo Michel Temer e podem atrasar as reformas. Mesmo assim, ele minimiza esse risco. "Há alguma segurança de que isso não vai atingir Temer nem as reformas de forma signif