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- Publicada em 13 de Fevereiro de 2017 às 14:54

Férias? Só se forem solidárias

Milena (e) e Vitória destacam a importância do trabalho para as comunidades e para as  próprias voluntárias

Milena (e) e Vitória destacam a importância do trabalho para as comunidades e para as próprias voluntárias


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Camila Silva
As férias escolares costumam ser, para a maioria dos estudantes, um período de descanso, mas não para as voluntárias do Projeto Férias Solidárias. Elas se disponibilizam a compartilhar o conhecimento aprendido durante o ano letivo, tornando, assim, o dia de algumas pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade social em momentos especiais. Em 2001, no Centro Cultural Porto Belo, nasceu o Projeto Férias Solidárias, idealizado para a participação de alunas do Ensino Médio e universitárias.
As férias escolares costumam ser, para a maioria dos estudantes, um período de descanso, mas não para as voluntárias do Projeto Férias Solidárias. Elas se disponibilizam a compartilhar o conhecimento aprendido durante o ano letivo, tornando, assim, o dia de algumas pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade social em momentos especiais. Em 2001, no Centro Cultural Porto Belo, nasceu o Projeto Férias Solidárias, idealizado para a participação de alunas do Ensino Médio e universitárias.
O projeto consiste no compartilhamento de conhecimentos acadêmicos, por meio de prestação de serviços para pessoas que, muitas vezes, não têm oportunidade de adquiri-lo. Há 16 anos, o projeto é realizado sempre nas férias escolares de inverno e verão, em cidades do Interior e da Região Metropolitana. Ao todo, já foram feitas 32 edições em municípios como Morro Reuter, Arroio dos Ratos, Arvorezinha, São Sebastião do Caí, Canoas e Novo Hamburgo.
No primeiro momento do projeto, as voluntárias se dividem em grupos, fazem uma caminhada pela comunidade e visitam as casas dos moradores. Dessa forma, conhecem um pouco a história das famílias e podem apresentar as oficinas para elas. A partir de então, são realizadas as oficinas, com temas que variam de acordo com o curso de cada voluntária. Já foram realizadas ações de saúde, música, recreação, entre outras.
A variedade de profissões cursadas pelas voluntárias proporciona uma construção diferente em cada comunidade que recebe o projeto. Por último, é realizado um bazar, no qual produtos doados são vendidos com preços simbólicos. A ideia do projeto é não ser somente assistencialista, por isso os produtos são vendidos, e não doados. Em determinadas edições, as meninas prestam auxílio jurídico para a comunidade.
A estudante de Relações Internacionais Vitória Volpato, de 20 anos, integra o grupo desde 2010. Sua primeira visita foi feita em uma comunidade na cidade de Novo Hamburgo. A vontade de sair da zona de conforto motivou a jovem a participar do projeto. Vitória conta que, nas visitas, é possível presenciar realidades chocantes de desigualdade social. "Ao mesmo tempo em que causa indignação, desperta uma vontade de mudar aquilo de alguma maneira. Mesmo que seja pouco, posso contribuir para melhorar a vida daquelas pessoas", frisa Vitória.
Atualmente, o grupo é formado por 25 voluntárias que dividem as atividades e as tarefas de organização. As meninas tentaram contato com os órgãos responsáveis por projetos sociais das cidades beneficiadas pelo projeto. Porém o processo é demorado e burocrático, o que as leva a organizar o transporte para o local onde ficarão alojadas. Isso porque as voluntárias se entregam completamente à experiência, morando em alojamentos nas comunidades de cinco a seis dias.
Já foram feitas tentativas de aplicar o projeto na Capital, mas, segundo Vitória, a recepção é muito mais difícil. Por isso, durante o ano, são desenvolvidas atividades pontuais em creches e escolas de Porto Alegre. O projeto funciona com duas vertentes: proporcionar o conhecimento aos moradores da comunidade e ampliar o conhecimento das próprias voluntárias, que convivem com realidades diferentes das suas e, de certa forma, podem aplicar o aprendizado de suas profissões.
Estudante de Medicina, Milena Lemos é voluntária do Projeto desde 2014. Para ela, é fundamental este "choque de realidade" para a carreira que escolheu seguir. Ela conta que a ideia sempre foi criar uma relação o mais igual possível, por isso a ideia de cobrar, mesmo que seja com um valor simbólico, os produtos vendidos no bazar. "Eu defino as Férias Solidárias como uma grande oportunidade de transformar e, acima de tudo, se transformar. Sair da zona de conforto", comenta Milena.
Além das oficinas, as voluntárias realizam atividades entre elas, estreitando, assim, os vínculos, uma vez que, por virem de escolas e cursos diferentes nas universidades, não se conhecem. Segundo Milena, como as jovens estudantes estão longe de casa, é necessário criar uma relação de confiabilidade. Apesar de o projeto visar somente à participação de mulheres estudantes, qualquer pessoa pode ajudar.
Durante o ano, as meninas arrecadam roupas, calçados e utensílios para serem vendidos no bazar. Além disso, todos os custos das viagens são pagos por elas, sendo assim, ajudas financeiras também são bem-vindas. A próxima edição do projeto irá acontecer no mês de julho. Quem quiser participar pode entrar em contato com as voluntárias pela fanpage do projeto no Facebook (https://www.facebook.com/projetoferiassolidarias/?fref=ts).
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