A atual legislatura na Câmara Municipal de Porto Alegre, que tomou posse no dia 1 de janeiro, começou como a mais completa, de acordo com resultado das urnas, desde as eleições municipais de 2000. Dos 36 vereadores eleitos, apenas três se licenciaram do mandato para compor o secretariado do prefeito de Nelson Marchezan Júnior (PSDB).
Ricardo Gomes (PP) assumiu a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Elizandro Sabino (PTB) é secretário de Infraestrutura e Mobilidade Urbana, e Ramiro Rosário (PSDB) assumiu a pasta de Serviços Urbanos. Suas vagas na Câmara foram ocupadas por Moisés Barboza (PSDB), Luciano Marcantônio (PTB) e Matheus Ayres (PP), respectivamente. O número de "apenas" três vereadores no Executivo é reflexo da equipe composta majoritariamente por quadros técnicos na gestão Marchezan - apenas Gomes, Sabino, Rosário e o ex-vereador Kevin Krieger (PP) têm filiação partidária no primeiro escalão.
Também colabora para isso a redução do espaço para que vereadores assumam cargos do tipo, por causa da aprovação do projeto de reforma administrativa do município, que diminui a quantidade de secretarias de 29 para 15.
Apesar do número pequeno de pastas assumidas por vereadores, elas envolvem funções da administração direta de Marchezan. A pasta de Rosário controlará as atividades dos departamentos municipais de Esgotos Pluviais (DEP), Limpeza Urbana (DMLU) e Água e Esgotos (Dmae). A Secretaria de Infraestrutura e Mobilidade Urbana, encabeçada por Sabino, coordena as estruturas desses departamentos, a Empresa Pública de Transportes e Circulação (EPTC) e as obras da cidade. Já Gomes terá, no Desenvolvimento Econômico, pasta que engloba as antigas secretarias de Indústria e Comércio (Smic), Turismo e gabinete de Inovação e Tecnologia, além da concessão de incentivos fiscais para empresas.
A tradição de ter membros do Legislativo no secretariado municipal é relacionada a um encaixe político e, muitas vezes, a recompensas por apoios políticos e eleitorais. Ramiro Rosário é do mesmo partido de Marchezan, e Ricardo Gomes, da sigla do vice-prefeito, Gustavo Paim. Já a entrada do petebista Elizandro Sabino no governo é relacionada ao apoio de Maurício Dziedricki (PTB) no segundo turno das eleições, considerado importante para a vitória de Marchezan sobre o candidato da situação, Sebastião Melo (PMDB).
Somando-se a esse número reduzido, nenhum suplente de vereador assumiu cargo na administração de Marchezan, algo inédito nos últimos 16 anos. A administração de Tarso Genro (PT) contava com apenas dois vereadores eleitos no secretariado, mas com a presença de suplentes. Candidatos não eleitos também compuseram o secretariado de João Verle (PT), José Fogaça (PMDB) e José Fortunati (PDT). No caso de Verle, que assumiu com a renúncia de Tarso em 2002, dois vereadores eleitos em 2000 e empossados como secretários continuaram na administração municipal, além de Sofia Cavedon (PT) e Helena Bonumá (PT), que assumiram pastas, elevando para quatro o número de vereadores licenciados no período.
Vereadores eleitos que comandam secretarias
Nelson Marchezan Júnior - 2017
- Ricardo Gomes (PP) - Desenvolvimento Econômico
- Elizandro Sabino (PTB) - Infraestrutura e Mobilidade Urbana
- Ramiro Rosário (PSDB) - Serviços Urbanos
José Fortunati - 2013
- Luciano Marcantônio (hoje PTB, na época no PDT) - Direitos Humanos
- Mauro Zacher (PDT) - Obras e Viação
- João Bosco Vaz (PDT) - Esportes e Copa de 2014
- José Freitas (PRB) - Segurança
- Kevin Krieger (PP) - Fasc
José Fogaça - 2009
- Idenir Cecchim (PMDB) - Indústria e Comércio
- Professor Garcia (PMDB) - Meio Ambiente
- João Bosco Vaz (PDT) - Esportes
- Márcio Bins Ely (PDT) - Planejamento
- Maurício Dziedricki (PTB) - Obras
- Kevin Krieger (PP) - Fasc
2005
- Isaac Ainhorn (PDT) - Planejamento Urbano
- João Bosco Vaz (PDT) - Esporte, Recreação e Lazer
- Mauro Zacher (PDT) - Juventude
- Cassiá Carpes (hoje PP, na época no PTB) - Obras e Viação
- Beto Moesch (ex-PP, hoje sem partido) - Meio Ambiente
Tarso Genro - 2001
- Gérson Almeida (PT) - Meio Ambiente
- Margarete Moraes (PT) - Cultura