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Opinião

- Publicada em 10 de Janeiro de 2017 às 19:34

Crise, desempregados e verbas para assistência social

É visível o aumento do número de pessoas que circulam pela cidade revirando cestos de lixo e até mesmo se jogando dentro de contêineres destinados a resíduos, catando o material reciclável que ali se encontra. Também é perceptível que há mais gente pedindo esmolas na região central e em bairros nobres de Porto Alegre.
É visível o aumento do número de pessoas que circulam pela cidade revirando cestos de lixo e até mesmo se jogando dentro de contêineres destinados a resíduos, catando o material reciclável que ali se encontra. Também é perceptível que há mais gente pedindo esmolas na região central e em bairros nobres de Porto Alegre.
Relatos dão conta de que a situação é semelhante em outros grandes centros urbanos do País e até em grandes cidades do interior. Certamente, esse agrupamento é formado por pessoas em sérias dificuldades financeiras e, muito provavelmente, desempregadas.
Aliás, o desemprego já atinge mais de 12 milhões de brasileiros, e a tendência é que o número aumente, pelo menos até o fim do primeiro semestre deste ano. É uma explicação plausível para o fenômeno que se nota nas metrópoles brasileiras.
O empobrecimento e/ou a falta de um trabalho formal levam a uma busca de alternativas em atividades informais. Em alguns casos, buscar material reciclável no lixo passa a ser uma saída para a sobrevivência.
No caso da capital gaúcha, poder-se-ia relacionar o fato ao crescimento vertiginoso da população de rua, pois a principal atividade econômica dessas pessoas acaba sendo também a reciclagem de lixo.
Levantamento realizado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), contratado pela prefeitura de Porto Alegre, foi divulgado no final do ano passado. O censo da população de rua na Capital registrou um impressionante aumento de 75,8% de moradores de rua em cerca de uma década. Em 2007, eram 1.203 pessoas nesta situação; no ano passado, 2.115 sem-teto.
A questão é que certamente não são apenas moradores de rua que estão a engrossar o exército de catadores que se veem nas grandes cidades. Neste período de férias escolares, não é incomum, inclusive, ver famílias inteiras nesta atividade no Centro Histórico da Capital - pai, mãe e filhos pequenos. Uma mostra de que as dificuldades são grandes.
A situação é ainda mais preocupante, porque, ao mesmo tempo, os governos também estão passando por uma séria crise financeira, que atinge União, estados e municípios. Os orçamentos estão sendo adaptados, com diversos cortes.
Embora os gestores elejam prioridades, esse contingenciamento acaba afetando a todos os setores, inclusive a assistência social. Está aí um paradoxo importante de ser discutido entre governantes e a sociedade. Possivelmente, no momento em que mais gente precisará de auxílio social nos últimos anos, o poder público terá menos condições de atender à população.
E o cobertor não será curto apenas para essa população de baixíssima ou nenhuma renda. Também a classe média, com a crise, está revendo o orçamento familiar, e uma das medidas recorrentes com a perda de poder aquisitivo é cortar planos de saúde e escola particular. Ou seja, em um período de aperto nas finanças e atraso em vários repasses, inclusive nessas áreas prioritárias, haverá maior demanda da população por saúde e educação.
São questões importantíssimas, que demandarão muito planejamento e esforço de governantes, além do auxílio da sociedade civil organizada e parcerias com a iniciativa privada para que se possa amenizar os problemas pelo menos até que o quadro econômico melhore e o País retome o crescimento e a geração de renda e empregos.
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