O Irã concordou ontem em tomar passos que devem levar seu estoque de urânio enriquecido para um patamar bem inferior ao limite de 300 quilos fixado no acordo nuclear de 2015, potencialmente eliminando um ponto de divergência nessa iniciativa. Teerã se comprometeu a adotar medidas após discussões em Viena ontem entre o Irã e seis potências globais que assinaram o acordo nuclear.
A reunião deve ter sido a última com a presença da administração do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, antes de o presidente eleito Donald Trump assumir, no dia 20. O governo Obama buscava maneiras de fortalecer o acordo nuclear, um importante legado na política externa para o político democrata. Trump, por sua vez, já criticou reiteradas vezes o trato.
Quando enriquecido a níveis altos, o urânio pode ser usado como combustível para armas nucleares. O Irã concordou com um plano que prevê a retirada do urânio enriquecido da usina em Isfahan, no Centro do país, e a limpeza da área. Quando o acordo nuclear foi fechado, em 2015, o Irã tinha estimados 100 quilos de urânio enriquecido no local.
Há ainda, porém, outras divergências. Entre elas, o fato de que a Rússia tenha obtido permissão para exportar mais de 100 toneladas de urânio natural para o Irã. Essas vendas não foram banidas pelo trato, mas o material poderia ser enriquecido para produzir combustível nuclear.