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Transporte

- Publicada em 30 de Janeiro de 2017 às 22:02

Empresas querem passagem a R$ 4,30 em Porto Alegre

Estudo da EPTC traz três possíveis reajustes, entre R$ 3,95 e R$ 4,05

Estudo da EPTC traz três possíveis reajustes, entre R$ 3,95 e R$ 4,05


MARCELO G. RIBEIRO/JC
A prefeitura de Porto Alegre divulgou ontem dados de uma consulta prévia, feita junto à Associação de Transportadores de Passageiros (ATP), sobre o aumento das passagens de ônibus em Porto Alegre. Os empresários sugerem um valor de R$ 4,30 para a tarifa. Já a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) apresentou três cálculos distintos, com valor máximo de R$ 4,05. Hoje, a passagem custa R$ 3,75 nos ônibus e R$ 5,60 nas lotações.
A prefeitura de Porto Alegre divulgou ontem dados de uma consulta prévia, feita junto à Associação de Transportadores de Passageiros (ATP), sobre o aumento das passagens de ônibus em Porto Alegre. Os empresários sugerem um valor de R$ 4,30 para a tarifa. Já a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) apresentou três cálculos distintos, com valor máximo de R$ 4,05. Hoje, a passagem custa R$ 3,75 nos ônibus e R$ 5,60 nas lotações.
No reajuste apresentado pela ATP, as despesas com pessoal constituiriam 49% do valor da passagem, com percentuais destinados também a tributos (5%) e despesas administrativas (4%). O restante do valor seria destinado a despesas variáveis, como combustível e pneus (22%), manutenção (5%) e renovação da frota (6%). A margem de lucro, segundo os empresários, seria de 9%.
Na proposta da EPTC, o dissídio dos rodoviários foi estimado em 5,15%, percentual obtido a partir de uma projeção do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) entre fevereiro de 2016 e janeiro deste ano. Na hipótese de não ser concedido o reajuste aos trabalhadores, a tarifa ficaria em R$ 3,95. Se o aumento for pago em parcelas, em fevereiro e agosto, a passagem ficaria em R$ 4,00, e o pagamento imediato do reajuste faria uma viagem de ônibus custar R$ 4,05.
De acordo com o diretor-presidente interino da EPTC, Marcelo Soletti, as divergências entre o órgão e o empresariado estão, principalmente, no peso atribuído ao diesel e à renovação da frota. A ATP leva em conta também um ressarcimento pela ação popular que, no começo do ano passado, reduziu temporariamente as passagens para R$ 3,25, além de uma compensação pelos 60 dias em que os créditos recarregados antes do aumento foram descontados no valor antigo. Somadas, esses reembolsos deixariam a tarifa até 15 centavos mais cara. No momento, as duas questões estão nas mãos da Justiça e não foram previstas nos cálculos apresentados pela prefeitura.
Como forma de diminuir o valor das passagens, o governo municipal acena com mudanças nas gratuidades em vigor. "O peso das gratuidades aumenta todos os anos. Hoje, menos de dois passageiros pagam para que um terceiro possa andar de graça", argumenta Soletti. Pelos cálculos da EPTC, a integração na segunda viagem de ônibus é a que mais pesa no valor final da tarifa, seguida pela gratuidade para idosos e a meia-passagem dos estudantes (ver quadro).
No entanto, o diretor negou que a segunda passagem esteja na mira do órgão e garante que não existe definição sobre quais descontos podem deixar de existir. "Nossa ideia é que a população decida quais gratuidades são necessárias e se algumas delas podem, eventualmente, ser eliminadas", assegura Soletti. Entre as possibilidades, está sendo estudada a realização de pesquisas ou de uma enquete popular, ainda sem data definida.
A data-base do dissídio dos rodoviários é amanhã. Após o acerto entre trabalhadores e empresas de ônibus, a ATP oficializa a solicitação de reajuste, que pode, ou não, ser o mesmo da estimativa apresentada à prefeitura. Esse valor será avaliado e, se for o caso, modificado pela EPTC. Depois, cabe ao Conselho Municipal de Transportes Urbanos aprovar ou não o novo valor, que então vai ao prefeito para sanção.
Aumento na tarifa de ônibus na Capital nos últimos cinco anos (em R$)
Gratuidades no transporte de ônibus em Porto Alegre

Cobradores serão aproveitados em outras áreas, caso dinheiro pare de circular em coletivos

O diretor em exercício da EPTC, Marcelo Soletti, garante que haverá um "processo de recolocação" dos cobradores de ônibus, caso seja diminuído ou eliminado o uso de dinheiro vivo nos coletivos. A proposta, ventilada pela prefeitura, recebeu críticas de entidades de defesa dos trabalhadores, que denunciam o risco de demissões em massa. Para evitar o impacto negativo, os cobradores podem ser parcialmente absorvidos pelo sistema de transportes da Capital. 
Segundo Soletti, a implementação das mudanças é um projeto "de longo prazo" que dialoga com outras ações, como o rastreamento dos veículos via GPS e a implantação de um sistema de reconhecimento facial. "Retirar o dinheiro dos ônibus é apenas uma das medidas que estudamos para que as viagens sejam mais seguras", garante. 
O Decreto nº 19.654, assinado neste mês, dá prazo de 90 dias para que as concessionárias disponibilizem plataforma eletrônica para aquisição e recarga de bilhetes, que aceite pagamento via débito ou crédito. A medida é considerada fundamental para eliminar gradualmente a circulação de dinheiro.