Os transtornos no abastecimento de água causados pela enchente em Rolante na noite da última quinta-feira serão sanados hoje, segundo a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan). O excesso de lama acumulada no Rio dos Sinos causou a interrupção do serviço em parte de Canoas, Campo Bom, Sapiranga, Sapucaia do Sul, Portão, Esteio e Estância Velha.
Em Canoas, o abastecimento foi regularizado na noite de segunda-feira. Os demais municípios estavam em processo de normalização. A previsão de normalização completa era a noite de ontem. Em Nova Santa Rita, a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) precisou ter suas atividades interrompidas em função do lodo na água do rio. A expectativa da companhia era de reativar a estação ontem e normalizar o serviço durante a noite.
A água do Rio dos Sinos chegou a estar com 200 vezes mais lama do que o nível considerado seguro. A turbidez foi percebida ontem no Guaíba, onde era possível visualizar uma grande mancha de lama durante a tarde. O Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae), porém, não encerrou o abastecimento para nenhuma região de Porto Alegre. Por meio de assessoria de imprensa, o órgão afirma estar monitorando a situação, mas que não há previsão de interferência no serviço, uma vez que a vazão de água no Guaíba é maior, tornando o nível de lama mais dissipado.
A enxurrada que atingiu Rolante deixou pelos menos 300 famílias desalojadas e outras mil com moradias atingidas. O prefeito do município, Ademir Gomes Gonçalves, decretou situação de emergência. Além de Rolante, a cidade mais danificada pela inundação, também sofrem com o mau tempo Agudo, São Francisco de Paula, Riozinho e Bom Jesus, informou a Defesa Civil estadual.
Santa Cruz notifica Corsan para cumprir plano emergencial
A prefeitura de Santa Cruz do Sul notificou ontem a Corsan pelo não cumprimento do plano emergencial previsto para a cidade, de prevenção à falta d'água. O desabastecimento é recorrente, segundo a prefeitura, e afetou praticamente todos os bairros do município na semana passada. A notificação, entregue à direção local, determina que a estatal apresente em 30 dias um cronograma detalhado para execução das obras previstas no plano, na ocasião da assinatura do convênio entre a gestão municipal e a companhia. Dois itens, relativos à instalação de uma rede de reservatórios-pulmão para reduzir perdas e vazamento, não foram executados.
Em reunião com a companhia, a prefeitura demandou que a Corsan apresente um cronograma de entrega de serviços em seis ruas da cidade. Também formalizou a notificação para a companhia apresentar um cronograma das obras restantes do plano emergencial. Além disso, foram notificados problemas de desabastecimento registrados desde o início de 2017.
"Tivemos eventos de rompimento de distribuidores em seis dias diferentes na região. Isso é muito atípico, nunca tivemos tantas ocorrências dessa natureza. Hoje (ontem), já não tivemos nenhuma situação registrada", destaca o superintendente da Corsan na região central, José Roberto Epstein.
Ele garante que não houve falta de volume de reservação, e sim no sistema de distribuição, e que a execução das obras previstas no plano emergencial não impedirá que problemas voltem a acontecer. Epstein afirma que as obras previstas são complexas, mas que a Corsan se esforçará para cumprir com o prazo de 30 dias.