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Trabalho

- Publicada em 31 de Janeiro de 2017 às 18:23

Desemprego sobe para 12% em dezembro

No ano, houve queda de 3,9% nos postos com carteira assinada

No ano, houve queda de 3,9% nos postos com carteira assinada


MATEUS BRUXEL/GABRIELA DI BELLA/ARQUIVO/JC
A taxa de desemprego no Brasil subiu para 12% no trimestre encerrado em dezembro, divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na manhã desta terça-feira. A taxa é a mais elevada já registrada da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012. O número de desocupados foi de 12,342 milhões no trimestre encerrado em dezembro, recorde também. Nos três meses até novembro, eram 12,132 milhões de trabalhadores sem emprego.
A taxa de desemprego no Brasil subiu para 12% no trimestre encerrado em dezembro, divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na manhã desta terça-feira. A taxa é a mais elevada já registrada da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012. O número de desocupados foi de 12,342 milhões no trimestre encerrado em dezembro, recorde também. Nos três meses até novembro, eram 12,132 milhões de trabalhadores sem emprego.
No quarto trimestre móvel de 2015, a taxa era de 9%. Em um ano, o número de desocupados cresceu em 3,3 milhões, aumento de 36% em relação ao mesmo período de 2015. "De 2014 para 2016, a desocupação cresceu 74,4%. Esse é o efeito direto da crise que começou a afetar o mercado de trabalho", explicou o coordenador da pesquisa no IBGE, Cimar Azeredo.
O IBGE considera que houve estabilidade no desemprego em relação aos três meses encerrados em setembro, quando a taxa foi de 11,8%. Houve aumento de 300 mil pessoas no número de desocupados no período.
O rendimento médio dos trabalhadores ficou estável nos três meses encerrados em dezembro, em R$ 2.043,00. De julho a setembro, o número foi de R$ 2.026,00. No quarto trimestre móvel de 2015, o valor tinha sido de
R$ 2.033,00.
A média de desemprego de 2016 foi de 11,5%, enquanto o rendimento médio dos trabalhadores foi de R$ 2.029,00 no ano passado.
O trimestre encerrado em dezembro também registrou aumento das pessoas fora da força de trabalho, ou seja, aquelas que têm idade para trabalhar, mas não estão procurando emprego.
No intervalo de um ano, 907 mil pessoas deixaram a força. Parte disso ocorre devido ao chamado desalento, que é quando a pessoa desiste de procurar emprego após muitas tentativas frustradas de se inserir no mercado.
Na passagem dos trimestres, o número caiu. Ou seja, 98 mil pessoas ingressaram na força de trabalho. Dezembro fechou com 64,544 milhões de pessoas nessa condição, alta de 1,4% em relação a igual período de 2015 e queda de 0,2% ante o trimestre imediatamente anterior.
"Houve um movimento de busca por trabalho que acontece normalmente no fim do ano. Mas, diante do ambiente econômico, não foram absorvidas todas as pessoas que estavam na fila do desemprego há algum tempo, nem aquelas que pensavam em uma oportunidade sazonal", completou Azeredo.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), pesquisa divulgada mensalmente, mas cuja coleta de informações é feita em bases trimestrais. Para poder comparar a passagem de um trimestre para o outro, o IBGE considera o trimestre fechado, sem sobreposições de meses. O trimestre imediatamente anterior ao encerrado em dezembro, portanto, é o que termina em setembro.
A pesquisa tem abrangência nacional e foi criada em substituição à PME (Pesquisa Mensal de Emprego), de alcance menor. No ano, houve queda de 3,9% no número de postos de trabalho com carteira assinada. Isso significa que menos 1,4 milhão de pessoas deixaram o mercado formal. O País encerrou dezembro com 34 milhões de empregados com carteira.
A população ocupada, que é a que de fato está trabalhando, cresceu 0,5% em relação ao trimestre encerrado em setembro, para 90,3 milhões de pessoas. Em um ano, houve queda de 2,1%, ou 2 milhões de pessoas a menos.
Os trabalhadores do setor privado sem carteira assinada cresceram 2,4% em relação aos três meses anteriores, o que significa aumento de 248 mil pessoas fora do mercado formal. Em um ano, a alta foi de 4,8%, crescimento de 481 mil pessoas.
 

BOX - Desemprego dispara pelo segundo ano

Taxa anual de desemprego no Brasil (%)
2012 7,3
2013 7,1
2014 6,8
2015 8,5
2016 11,5
Taxa de desemprego trimestral em 2016 (%)
1º tri. 10,9
2º tri 11,3
3º tri 11,8
4º tri 12
Fonte: IBGE

Setor industrial cortou 955 mil vagas em um ano, diz IBGE; construção demitiu 857 mil

Em meio a mais um ano de crise na produção, a indústria manteve as dispensas de empregados no País. A atividade cortou 955 mil trabalhadores no período de um ano, segundo o IBGE. O total de ocupados na indústria recuou 7,7% no trimestre encerrado em dezembro de 2016 ante o mesmo período do ano anterior.
A construção extinguiu 857 mil postos de trabalho em dezembro, queda de 10,8% na ocupação no setor. "Os grupamentos mais afetados pela crise foram indústria e construção", disse Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.
O comércio, que costuma contratar funcionários temporários no fim do ano, dispensou 75 mil empregados no trimestre encerrado em dezembro ante o mesmo período do ano anterior, queda de 0,4% na ocupação no setor.
Outras atividades com corte de vagas foram agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (-417 mil empregados, recuo de 4,5% no total de ocupados), administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (-110 mil vagas, queda de 0,7%) e serviços domésticos (-238 mil empregados, redução de 3,7% no total de ocupados).
O setor de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas - que inclui alguns serviços prestados à indústria - registrou um avanço de 174 mil vagas em um ano, 1,8% de ocupados a mais. Também houve alta no contingente de trabalhadores de alojamento e alimentação ( 247 mil empregados), outros serviços ( 165 mil pessoas) e transporte, armazenagem e correio ( 99 mil ocupados).