O número de famílias com dívidas caiu 3,9% no ano passado, divulgou ontem a Confederação Nacional de Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Em contrapartida, o número de famílias com contas ou dívidas atrasadas (inadimplentes) aumentou 18,4% em comparação a 2015. Os dados fazem parte da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) de 2016.
Apesar da redução no número médio de famílias endividadas em relação a 2015, os indicadores de inadimplência apresentaram alta no período, principalmente no terceiro trimestre do ano. A parcela de famílias com contas ou dívidas em atraso aumentou em relação a 2015, atingindo 23,6% do total.
Já o número de famílias inadimplentes (que não tiveram condições de pagar suas contas em atraso) alcançou 8,9% - um aumento de 25,2% em comparação com o ano anterior.
O cartão de crédito foi o principal responsável pelo endividamento, com a modalidade atingindo no ano passado 77,1% das famílias. O carnê vem em segundo lugar, atingindo 15,4% das famílias e, em terceiro lugar, as dívidas contraídas por famílias para financiamento de carro, que chegam a 11,2% do total.
A pesquisa constatou uma piora na percepção das famílias em relação ao seu nível de endividamento, embora a parcela média da renda mensal comprometida com o pagamento de dívidas tenha permanecido estável em 30,6%. Já a média anual do percentual de entrevistados que relataram estar muito endividados aumentou de 12,4% em 2015 para 14,3% em 2016.