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Turismo

- Publicada em 22 de Janeiro de 2017 às 22:25

Viagens de negócios e de eventos deverão voltar a crescer em 2017

Capital é terceiro destino no ranking brasileiro de eventos corporativos e convenções

Capital é terceiro destino no ranking brasileiro de eventos corporativos e convenções


ANTONIO PAZ/ARQUIVO/
Na lista dos três principais motivos pelos quais turistas estrangeiros desembarcam no Brasil, o segmento de negócios e eventos deve voltar a crescer novamente em 2017, após queda média de 0,5% nos últimos dois anos. A expectativa, em nível nacional, está vinculada à retomada (ainda que lenta) da economia, o que deve impulsionar uma reação das corporações brasileiras, que diminuíram gastos no período. De acordo com empresários do ramo de viagens de negócios, a demanda por este segmento no País já está dando sinais desta reação desde o final do ano passado, com retomada de crescimento nas vendas.
Na lista dos três principais motivos pelos quais turistas estrangeiros desembarcam no Brasil, o segmento de negócios e eventos deve voltar a crescer novamente em 2017, após queda média de 0,5% nos últimos dois anos. A expectativa, em nível nacional, está vinculada à retomada (ainda que lenta) da economia, o que deve impulsionar uma reação das corporações brasileiras, que diminuíram gastos no período. De acordo com empresários do ramo de viagens de negócios, a demanda por este segmento no País já está dando sinais desta reação desde o final do ano passado, com retomada de crescimento nas vendas.
"O lazer ainda está muito limitado devido à crise, mas as corporações precisam investir. É um gasto necessário para a saúde financeira delas, inclusive", avalia o CEO da Maringá Turismo, Marcos Arbaitman. "A pessoa pode até não viajar por lazer para economizar, mas o setor corporativo precisa que os profissionais compareçam a congressos e reuniões", concorda o presidente regional da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav-RS), João Augusto Machado. O dirigente destaca que, no Estado, ocorreu inclusive a migração de empresas do ramo para o atendimento exclusivo do nicho. "Teve muita agência que virou especialista em eventos, pois este é um ramo que não tem queda acentuada."
Arbaitman embasa que o mercado de passagens aéreas caiu 14,7% em 2016 frente ao ano anterior, muito por causa das viagens de lazer. "De janeiro a outubro do ano passado, a Maringá teve uma queda de 8,7%, ainda assim conseguiu cair menos que o mercado", pondera o executivo. Em novembro, a empresa - que trabalha tanto com o segmento de lazer quanto com o de negócios - registrou uma recuperação, que se consolidou em dezembro, quando obteve crescimento de 12% em vendas. "Estamos retomando a normalidade", comemora Arbaitman.
No entanto, de acordo com o presidente do Sindicato de Hospedagem e Alimentação de Porto Alegre e Região (Sindha), Henry Chmelnitsky, quando se fala de receptivo na capital gaúcha, um dos desafios deste ano será captar novos eventos para a cidade. "Desde 2015, não temos tido realizações importantes neste sentido, e a taxa de ocupação hoteleira em Porto Alegre está em 40% - ou seja, muito abaixo de sua capacidade."
Ainda assim, a Capital está no ranking dos principais destinos para negócios e convenções no Brasil, só perdendo para São Paulo e Rio de Janeiro, que são os dois estados que mais sediam estes tipos de eventos. "Neste sentido, a área médica é um dos mais importantes ramos a impulsionar o segmento", destaca o presidente do Porto Alegre Convention & Visitors Bureau (POA-CVB), Roberto Snel. "Um dos eventos mais desejados do Brasil - o Congresso Brasileiro de Cardiologia - já está garantido para acontecer em Porto Alegre em 2019", anuncia Snel. Segundo ele, o evento deverá injetar R$ 5 milhões na economia da Capital, no decorrer de seus cinco dias.
De acordo com o Ministério do Turismo (MTur), entre 2011 e 2015, o segmento corporativo respondeu por 20,2% da entrada de pessoas do exterior no País, sendo superado apenas por visitas de lazer (51,3%) e visitas a parentes ou amigos (25,2%). Mas, de acordo com os dados do MTur, as viagens de negócios e eventos foram as que geraram as maiores receitas per capita/dia (US$ 82,48 contra US$ 56,26 do total).

Setor aguarda definição sobre construção de novo centro de eventos

O presidente do POA-CVB, Roberto Snel, destaca que, como o turista de negócios em geral viaja acompanhado, o ticket médio de compras no comércio e nas diárias de hotelaria pode aumentar a cada viagem de negócios. Segundo o dirigente, neste sentido, para cada real investido em eventos, o retorno é de R$ 1,5 para a economia da cidade. "A boa notícia é que temos excelentes expectativas de grandes eventos para os próximos quatro anos na Capital, e este é um segmento que está voltando a crescer", comemora Snel.
O dirigente do POA-CVB destaca que ainda é preciso resolver o impasse do local onde deverá ser construído um novo centro de eventos de grande porte (com capacidade para 10 mil pessoas) na Capital. "A Prefeitura tem até junho para apresentar a documentação que falta para receber a verba de R$ 60 milhões já aprovada pelo governo federal." Caso contrário, Porto Alegre não estará mais na lista de destinos contemplados pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Turismo - que prevê investimentos em centros de convenções em todo o País -, uma vez que o prazo para a entrega da documentação está sendo prorrogado pela terceira vez.
"Acreditamos que, até 2019, as obras do novo centro de convenções da Capital já tenham se iniciado. A perspectiva é de que, a partir de 2020, tenhamos mais este equipamento na carta de opções da cidade", comenta o dirigente do POA-CVB. De acordo com Snel, atualmente, Porto Alegre tem eventos captados até 2022. Somente no segundo semestre de 2019, por exemplo, devem chegar à Capital cerca de 9 mil congressistas. Em 2015, ocorreram 116 eventos em Porto Alegre, e foram investidos R$ 125 milhões pelos organizadores, com retorno de R$ 182 milhões de impacto econômico em 33 segmentos - de comércio e hotelaria até serviços. "Neste período foram arrecadados R$ 20 milhões em impostos e gerados 3,8 mil empregos diretos com carteira assinada", destaca Snel.
Para os próximos três anos, o impacto econômico previsto é de R$ 21 milhões, a partir da visitação de 38 mil pessoas e mais de 15 mil diárias vendidas em Porto Alegre. Até agora, já estão garantidos 10 eventos em 2017; quatro em 2018 e quatro em 2019. "Somando com outros congressos que ainda serão confirmados, devemos chegar a resultados semelhantes com os de 2015."

Capital gaúcha é estratégica para a Maringá Turismo

Segundo o CEO do grupo Maringá Turismo, Marcos Arbaitman, as cidades de Curitiba, Belo Horizonte e Brasília estão entre os principais destinos receptivos do segmento corporativo no que se refere às vendas da empresa - além de Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. A agência conta com mais de 80 unidades no País e quatro no Rio Grande do Sul, sendo que 82% de sua cartela de clientes é do segmento corporativo. Arbaitman afirma que, destes, boa parte está na capital gaúcha. "Esse é um mercado estratégico para a Maringá", garante o executivo, observando que o share da empresa no mercado corporativo brasileiro já chega a 20%.
Em 2017, o grupo pretende alavancar os negócios da Maringá Lazer (unidade da Maringá Turismo), pulando de 3% para 15% em participação no faturamento da empresa nos próximos dois anos. "Apostamos na expansão da Maringá Lazer por conta do impacto na rentabilidade de 10% a 15% contra 0,5% a 1% do corporativo", diz Arbaitman. No mercado corporativo, o Grupo Maringá comemora a chegada de novos contratos com a Duratex, Vipal, Puratos, Unisys, Calvin Klein e Concremat. Além disso, celebra a renovação de parcerias com empresas como Votorantim, Copersucar e Volkswagem, cliente do grupo há 25 anos.
Contando com empresas destinadas a criar soluções para atendimento qualificado e redução de custos nas viagens corporativas de seus clientes, o grupo presidido por Arbaitman é composto pela Maringá Turismo, na área de viagens corporativas e de lazer; pela Central de Eventos, na gestão de eventos e incentivos; e pela Lemontech, na área de tecnologia.