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conjuntura internacional

- Publicada em 17 de Janeiro de 2017 às 22:27

Em Davos, líder chinês defende globalização e ataca Trump

Presidente da China criticou ameças no âmbito comercial

Presidente da China criticou ameças no âmbito comercial


Fabrice COFFRINI/AFP/JC
O presidente da China, Xi Jinping, ofereceu uma defesa plena da globalização em um momento de incerteza global, que foi alimentado pela decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia e pela vitória do republicano Donald Trump nas eleições presidenciais norte-americanas.
O presidente da China, Xi Jinping, ofereceu uma defesa plena da globalização em um momento de incerteza global, que foi alimentado pela decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia e pela vitória do republicano Donald Trump nas eleições presidenciais norte-americanas.
"Algumas pessoas culpam a globalização econômica pelo caos em nosso mundo", disse o presidente chinês em um discurso no Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, evento que se estende até o dia 20. Xi contrariou a visão de que a globalização seria uma vilã e disse que nem a crise dos refugiados nem a crise financeira internacional foram produto da globalização. Em particular, disse ele, a crise financeira foi consequência da busca pelo lucro excessivo e do "grave fracasso da regulamentação financeira".
Xi Jinping foi o primeiro chefe de Estado da China a participar da reunião em Davos. Durante seu discurso, também repreendeu implicitamente o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, que ameaçou impor tarifas à China. "Ninguém vai emergir como vencedor em uma guerra comercial", disse o presidente chinês.
O presidente saiu a um ataque sem trégua aos principais pontos de política internacional defendidos por seu futuro colega norte-americano, sem, no entanto, mencioná-lo uma única vez pelo nome. O líder asiático foi muito aplaudido pelo público - formado basicamente pela elite empresarial do planeta -, mas não recebeu a chamada "standing ovation" - quando o público se levanta e bate palmas sem parar para o conferencista. Xi Jinping deixou claro que "a China manterá suas portas sempre abertas" e disse esperar que outros países também o façam.
Xi também abordou o acordo climático de Paris, e disse que ele era de extrema importância e responsabilidade para as gerações futuras. A fala vai em direção contrária a Trump, que disse que pretende retirar os EUA do acordo. Sobre o crescimento econômico da China, Xi disse que ele foi construído à base da indústria chinesa, sob a liderança do Partido Comunista. O presidente chinês também destacou que nenhum poder deve tentar influenciar outros países a seguirem um caminho específico para o desenvolvimento. "O desenvolvimento é do povo, pelo povo e para o povo", afirmou o líder chinês.

'Ajuste fiscal impressiona estrangeiros', disse ministro da Fazenda brasileiro

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou ontem que investidores e empresários estrangeiros estão impressionados com os avanços que o Brasil conseguiu na política fiscal graças à aprovação pelo Congresso da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que fixa um teto para os gastos públicos.
Segundo ele, a medida está sendo apontada como um exemplo a ser seguido por outros países. Meirelles e o presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, participaram de almoço com um seleto grupo de investidores internacionais organizado pelo banco Itaú durante o Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça.
Ele disse que, durante o almoço, detalhou para os empresários as medidas de incentivo ao crescimento que acabam de ser anunciadas pela equipe econômica e que ajudarão a reduzir a burocracia e a recuperar empresas em dificuldades financeiras. Uma das ações é a criação de um novo Refis, pelo qual os empresários poderão abater prejuízos de suas dívidas tributárias e renegociar débitos com o Fisco.
"Com investidores e empresários, é unanimidade de que há um interesse muito grande sobre o Brasil. O ajuste fiscal impressiona as pessoas, e muitos dizem que é um exemplo para os países desenvolvidos. Está sendo vista muito favoravelmente a aprovação da PEC do teto para os gastos, além da questão da estruturação da dívida dos estados", disse o ministro após o almoço.
Ele destacou que a percepção é que a confiança na economia brasileira, entre investidores internacionais, é até mais forte do que a registrada dentro do País. "Impressionou os empresários e investidores que não estavam a par disso. A receptividade em Davos está muito positiva, e vejo um ambiente mais positivo em relação ao Brasil aqui do que no próprio Brasil."
Segundo Meirelles, o novo programa não estimula a sonegação de impostos, como apontam críticos da medida. Ao permitir a renegociação de débitos tributários, o governo estaria estimulando os contribuintes a não acertarem as contas com o Leão.
O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou que a política monetária ajudará na recuperação econômica do Brasil, mas que são necessárias ações complementares para combater a crise. Goldfajn afirmou que a política monetária - que inclui a definição da Selic, taxa básica de juros da economia - não é "o único jogo na cidade". "Ela complementa outras políticas do governo e reformas estruturais atualmente sendo implementadas", destaca a apresentação.
Segundo o presidente do BC, o crescimento do PIB depende de investimentos e de níveis crescentes de produtividade. Ilan Goldfajn também coloca como importante a redução das incertezas, particularmente as relacionadas a eventos políticos e não econômicos. O presidente afirma ainda que é necessário aprovar reformas fiscais, especialmente a da Previdência.