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Economia

- Publicada em 16 de Janeiro de 2017 às 21:45

Brasil cai em ranking de países mais atrativos

Levantamento foi divulgado pela PwC na véspera do encontro de Davos

Levantamento foi divulgado pela PwC na véspera do encontro de Davos


SEAN DAVIS/VISUALHUNT.COM/DIVULGAÇÃO/JC
Como consequência da crise, o Brasil está saindo do radar da elite empresarial mundial: em 2011, ao iniciar-se o governo de Dilma Rousseff, 19% dos executivos das grandes companhias punham o Brasil em terceiro lugar na lista dos três países em que viam maiores oportunidades de negócios, excetuando, claro, seus próprios países.
Como consequência da crise, o Brasil está saindo do radar da elite empresarial mundial: em 2011, ao iniciar-se o governo de Dilma Rousseff, 19% dos executivos das grandes companhias punham o Brasil em terceiro lugar na lista dos três países em que viam maiores oportunidades de negócios, excetuando, claro, seus próprios países.
Na mais recente pesquisa, feita em 2016, são apenas 8% os que dão idêntica importância ao Brasil, agora o sétimo colocado. É o que revela a 20ª pesquisa da PricewaterhouseCoopers (PwC) com 1.379 executivos-chefes de 79 países, divulgada na véspera da abertura do Encontro Anual do Fórum Econômico Mundial.
A pesquisa revela chocante contraste entre o relativo descaso dos executivos de outros países e o entusiasmo de seus colegas brasileiros ouvidos no mesmo levantamento: 57% deles estão muito confiantes no crescimento de suas companhias nos próximos 12 meses, mais do que o dobro da percentagem encontrada na pesquisa anterior (24%) e 19 pontos acima da média global deste ano (38%).
Detalhe importante: a pesquisa da PwC é feita, sempre, ao longo do último trimestre do ano. Nesse período, ou, ao menos, no início dele, havia entusiasmo entre o empresariado brasileiro pelo simples fato de que fora afastada a governante que boa parte dele responsabilizava pela crise.
Portanto, o "surpreendente" entusiasmo dos brasileiros, apontado no relatório da PwC, pode ter cedido na medida em que a agenda do governo Michel Temer enfrentava tropeços e não surgiam sinais de retomada do crescimento.
De todo modo, no longo prazo (três anos), o número de executivos-chefes confiantes no crescimento de suas empresas é ainda mais impressionante: são 79% de otimistas, 25 pontos acima do registrado na pesquisa anterior e 28 pontos superior à média global deste ano, que não passa de 51%.
Esse número de otimistas, no conjunto dos 79 países pesquisados, soa até elevado, se considerada a perplexidade que cerca os líderes mundiais ao inaugurar o Fórum de Davos. De todo modo, fica claro, pela comparação com pesquisas anteriores, que a confiança empresarial não consegue voltar aos níveis pré-crise global de 2008/2009: quando se pergunta aos executivos se esperam crescimento das empresas para os 12 meses seguintes, 38% estão otimistas. Longe do pico de otimismo (52%) que havia sido atingido em 2007, véspera da grande crise.
Vale idêntico raciocínio para a perspectiva de crescimento da economia global: só 29% dos consultados esperam melhoria, dois pontos acima da pesquisa anterior, mas longe do pico de otimismo (os 44% de 2014). Nesse item, a pesquisa começou apenas em 2012, o que impede comparações com os anos pré-crise e imediatamente posteriores.
Esse cenário cinza é fácil de explicar nas palavras de Bob Moritz, presidente global da PwC, no relatório que acompanha a pesquisa: "Resultados surpreendentes de votação colocaram pressão em blocos estabelecidos (alusão ao Brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia) e, hoje, os sistemas globais que respaldam o comércio estão rangendo nas suas costuras. Eventos recentes também revelaram a extensão do descontentamento do público com a brecha em competências, empregos e desigualdade de renda".
Segundo Moritz, "há uma crescente desconexão com as lideranças, conduzindo à desconfiança e cinismo em relação à instituições tradicionais, tanto no setor público como no privado".
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