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Economia

- Publicada em 03 de Janeiro de 2017 às 20:27

Mesmo com entraves, carteira de crédito deve crescer 3,4%, avalia o Santander

Apostando em uma leve melhora do consumo de bens duráveis e dos investimentos, puxados pela trajetória de queda dos juros iniciada no fim de 2016 e por uma recuperação da confiança dos empresários, estudo do Banco Santander projeta que a carteira de crédito total do sistema financeiro compensará a perda do ano anterior - prevista em 3,1% - crescendo 3,4% em 2017. O banco considera essa alta moderada, pois o crédito ainda encontrará, neste ano, duas barreiras: o alto nível de endividamento de empresas e das famílias e a perspectiva de mais um ano de retração da carteira do Bndes, de 4,5%, em linha com o ajuste fiscal em curso pelo governo federal.
Apostando em uma leve melhora do consumo de bens duráveis e dos investimentos, puxados pela trajetória de queda dos juros iniciada no fim de 2016 e por uma recuperação da confiança dos empresários, estudo do Banco Santander projeta que a carteira de crédito total do sistema financeiro compensará a perda do ano anterior - prevista em 3,1% - crescendo 3,4% em 2017. O banco considera essa alta moderada, pois o crédito ainda encontrará, neste ano, duas barreiras: o alto nível de endividamento de empresas e das famílias e a perspectiva de mais um ano de retração da carteira do Bndes, de 4,5%, em linha com o ajuste fiscal em curso pelo governo federal.
"De fato, o endividamento alto das empresas e das famílias, que, segundo o Banco Central, comprometem 22% da renda com dívidas, limita a recuperação do crédito, mas não impede que a queda dos juros, cuja taxa já está em 13,75% ao ano e é um consenso que cairá mais ao longo do de 2017, contribua para o crescimento de 3,4% da carteira", explica Everton Gomes, economista do Santander e um dos autores do estudo.
Mesmo o crédito para as empresas, que apresentou forte contração em 2016 e deve encerrar o ano encolhendo 8%, deve voltar a crescer: 4,1% nas contas do banco, puxado pelos juros mais baixos e pela expectativa de uma retomada da atividade econômica. A projeção do Santander é de que a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que mede o nível de investimentos, cresça 3,5% em 2017, bem acima da sua previsão para o PIB (0,7%).
"A expectativa de retomada, além de reduzir o custo de oportunidade dos investimentos, deve provocar uma recuperação da confiança dos empresários, estimulando a demanda por crédito", explica Gomes. Pelo lado das famílias, a carteira de empréstimos para compra de veículos deve fechar 2016 com nova queda, na ordem de 12%, totalizando um recuo de 40% desde o final de 2012, quando foi encerrado um ciclo de forte expansão do mercado automotivo. Mas, depois desse longo período de retração, os economistas do Santander apostam que o varejo do segmento voltará a crescer, impulsionado por "alguma recuperação da confiança dos consumidores e pela queda da taxa de juros", fazendo com que a carteira de crédito para veículos não caia em 2017, ficando estabilizada. Nas contas do banco, a Selic deve encerrar 2017 com um dígito, em 9,75%, o que não ocorre desde o final de 2013. E, segundo Gomes, o crédito para veículos apresenta maior sensibilidade à taxa de juros.
André Rebelo, economista e assessor de assuntos estratégicos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), também é otimista em relação ao ano que começou. Acredita que as famílias vão conseguir quitar dívidas e ajudar a demanda a melhorar. "Não há dúvidas que o crédito terá um ano positivo e ajudará a indústria. Há muitos segmentos com capacidade ociosa alta, mas outros, como a indústria de alimentos, o agronegócio, com equipamentos e insumos agrícolas, vão acabar gerando demanda por crédito - analisa o economista, que tem projeções bastante semelhantes às do Santander para este ano: alta de 0,8% do PIB nacional e de 3,8% da FBCF.
Já a carteira do Bndes deve fechar 2016 aproximadamente R$ 70 bilhões menor do que em 2015, recuo de 11%, com as novas concessões apresentando queda de 40%. Segundo o estudo do Santander, para reverter a tendência de queda em 2017, seria necessário que as concessões crescessem cerca de 100%. Como descartam essa possibilidade, tendo em vista o contexto de necessidade de ajuste fiscal e de recuperação modesta da demanda por investimentos, projetam nova queda para 2017, de 4,5%. Na avaliação do economista do banco, essa retração é positiva.
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