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Porto Alegre, segunda-feira, 16 de janeiro de 2017. Atualizado �s 20h53.

Jornal do Com�rcio

Panorama

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CINEMA

Not�cia da edi��o impressa de 17/01/2017. Alterada em 16/01 �s 17h36min

La la land entra em cartaz nesta quinta-feira

Emma Stone e Ryan Gosling protagonizam badalado musical La la land

Emma Stone e Ryan Gosling protagonizam badalado musical La la land


PARIS FILMES/DIVULGA��O/JC
Ricardo Gruner
Em certo momento de La la land - cantando estações, a personagem interpretada por Emma Stone questiona: "É muito nostálgico. Será que as pessoas vão gostar?". Certamente, a mesma dúvida da protagonista passou pela cabeça do diretor do filme, Damien Chazelle. Musical que funciona como carta de amor a Los Angeles, a produção é pura nostalgia.
Com sessões de pré-estreia desde o fim de semana passado, o longa-metragem entra em cartaz definitivamente nesta quinta-feira - e ostentando o status de produção mais comentada nesta virada de ano. O cineasta já tem, então, sua resposta.
Há 10 dias, o trabalho fez a limpa no Globo de Ouro: sete prêmios nas sete categorias em que disputava. Logo depois, ainda foi anunciado como líder de indicações ao Bafta, reconhecimento britânico ao qual concorre em 11 categorias.
O enredo do filme é surpreendentemente simples se levada em conta toda essa euforia: Mia (Emma Stone, excelente) é uma aspirante à atriz que trabalha na cafeteria de um estúdio. Já Sebastian (papel de Ryan Gosling) deseja abrir um clube de jazz, mas se reveza entre execuções de Jingle Bells no piano de um restaurante e outros bicos pouco glamourosos. Quando os dois se apaixonam, precisam conciliar o romance com a busca de seus sonhos pessoais. Não há ineditismo, portanto - e a sinopse até lembra, de leve, o recente Café Society, de Woody Allen.
Entretanto La la land tem um charme todo próprio. Ingênuo, divertido e com toques sensíveis de melancolia, o filme tem um espírito que descaradamente remete aos filmes de Ginger Rogers, Fred Astaire e de outros ícones dos musicais clássicos. E a utilização de cores vibrantes potencializa ainda mais uma atmosfera que já é mágica e fantasiosa por seus números musicais.
Sem assuntos duros e longe de polêmicas, o filme trata de temas dentro de uma zona segura, de fácil digestão, sempre flertando com a ideia de "feel good movie" - como são apelidadas as produções que deixam os espectadores descontraídos e felizes. Junta-se esse fator a uma excelência técnica, e está explicado o entusiasmo em torno do trabalho de Chazelle.
O jovem diretor desengavetou este projeto após a boa recepção de Whiplash (seu título anterior, vencedor de três Oscar em 2015). O longa-metragem foi escrito há seis anos, mas, na época, o diretor não conseguiu convencer os estúdios a bancar um musical, gênero raro na Hollywood contemporânea. Mais tarde, quando foi aprovado, La la land tinha Emma Watson e Miles Teller nos papéis principais - mas houve um desacerto nas agendas. Impossível saber o que aconteceria caso a dupla original permanecesse, mas Emma Stone e Ryan Gosling são trunfos certeiros na produção - e nomes em alta, o que atrai público.
Se nenhum dos protagonistas se revela um grande cantor, isso não prejudica em nada o trabalho. Pelo contrário, os desempenhos vocais nada exagerados até emprestam mais sinceridade às canções. Cheios de carisma e vulnerabilidade, os atores têm suas interpretações valorizadas pelo timing da direção, que consegue passar naturalmente do romance à comédia e à melancolia.
O projeto de Chazelle também está longe de ser um desfile de números musicais sem propósito. Filmado em cinemascope, utilizada para widescreen, o trabalho apresenta planos com composições visuais que justificam a opção por grande horizontalidade. Às vezes, Amy ou Sebastian (ou os dois) são vistos em um dos cantos da tela, um artifício que consagra Los Angeles. Uma das cenas mais bonitas do longa, por exemplo, envolve o planetário do clássico Juventude transviada.
Pelo que tudo indica, o filme deve disputar uma série de estatuetas no Oscar. E será merecido: mesmo que o roteiro não inspire grandes reflexões, o longa-metragem é competente dentro do que se propõe. Se provavelmente não vai mudar a vida do espectador, o nostálgico musical tem potencial para pelo menos transformar o dia desta mesma pessoa.
Os indicados ao prêmio da Academia serão revelados no dia 24 de janeiro, e a entrega acontece em 26 de fevereiro.
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