Comentar

Seu coment�rio est� sujeito a modera��o. N�o ser�o aceitos coment�rios com ofensas pessoais, bem como usar o espa�o para divulgar produtos, sites e servi�os. Para sua seguran�a ser�o bloqueados coment�rios com n�meros de telefone e e-mail.

500 caracteres restantes
Corrigir

Se voc� encontrou algum erro nesta not�cia, por favor preencha o formul�rio abaixo e clique em enviar. Este formul�rio destina-se somente � comunica��o de erros.

Porto Alegre, segunda-feira, 09 de janeiro de 2017. Atualizado �s 20h06.

Jornal do Com�rcio

Panorama

COMENTAR | CORRIGIR

PORTO VER�O ALEGRE

Not�cia da edi��o impressa de 10/01/2017. Alterada em 09/01 �s 17h12min

Um hippie, um punk e um rajneesh � uma das estreias do Porto Ver�o Alegre

Um hippie, um punk e um rajneesh � uma das estreias do Festival

Um hippie, um punk e um rajneesh � uma das estreias do Festival


BOB BAHLIS/DIVULGA��O/JC
Michele Rolim
Depois do espetáculo Perto do fim, sobre a poeta norte-americana Sylvia Plath (1932-1963), o diretor Bob Bahlis estreia Um hippie, um punk, um rajneesh, hoje, às 21h, no Teatro da Santa Casa (Independência, 75), dentro da programação do Porto Verão Alegre.
A peça foi inspirada em Hippie-Punk-Rajneesh, terceira música do disco O futuro é vórtex, de 1986, da banda Os Replicantes. "Fazia muito tempo que eu queria fazer uma peça com a temática dos anos 1980. Logo depois da Sylvia Plath, senti necessidade de ir para o gênero da comédia", explica Bahlis.
A história se passa em 1985 - um dos personagens está escrevendo a música Hippie-Punk-Rajneesh. A letra conta a trajetória de um garoto que vai mudando conforme a namorada assim solicita - ele transita entre hippie, punk e rajneesh. Na montagem, em vez de um menino, são três, todos morando no mesmo apartamento no bairro Bom Fim - até a chegada de suas ex-namoradas. Julia Barth, atual vocalista de Os Replicantes, vive a punk. Já o ator Marcos Kligman, o punk. José Henrique Ligabue interpreta o hippie, assim como Fernanda Carvalho Leite. E, por fim, os rajneesh ficam por conta de Pingo Alabarce e Miriã Possani.
Segundo Bahlis, a montagem proporcionou um reencontro com a década de 1980. No ano em que a música foi lançada, 1986, o diretor tinha 17 anos e iniciava as aulas de teatro na Terreira da Tribo, que, na época, estava localizada na José do Patrocínio. "Começo, então, a montar uma pesquisa sobre essa década e entrevistar pessoas, tentando contextualizar o momento", avisa o diretor.
Bahlis lista vários fatos marcantes que se passaram em Porto Alegre, principalmente em 1985, e que ajudam a compreender como os três personagens: a disseminação do vírus da Aids, o uso de drogas, os bares clássicos, como Ocidente, Escaler, Bar João e Lancheria do Parque, os cinemas de ruas e a efervescência do rock gaúcho, por exemplo.
"Uma das personagens diz que, no futuro, as pessoas ficarão mais caretas com o surgimento do vírus HIV, vão se 'fechar' em casais. Então aproveitamos para fazer uma crítica bem atual - os personagens comentam que, talvez, não exista mais a FM Cultura e a TVE, além da Rádio Ipanema, e lamentam", conta.
Para o diretor, é importante retornar ao passado para manter a memória e não repetir os mesmos erros. "De uma certa maneira, tenho impressão de que o tempo é circular, as coisas vão se repetindo, por isso é tão importante a juventude ter essa memória, lembrar dos acontecimentos", ressalta ele, citando o episódio político de 1985, no qual o vice José Sarney virou presidente.
"Muitas pessoas, naquela época, acreditaram que era um golpe quando, no lugar de Tancredo Neves, é empossado o vice, ex-presidente do PDS e que apoiava o regime militar", conta ele, fazendo referência ao cenário político atual.
O texto é de Ricardo Silvestrin, escritor local que o diretor conheceu por meio das leituras de sua filha na infância. Bahlis é conhecido por colocar em evidência autores gaúchos. Ele realizou as montagens Filhote de cruz credo, inspirada no livro de Fabrício Carpinejar; Piá Farroupilha, baseado na obra de Carlos Urbim; Dez (quase) amores, com texto de Claudia Tajes; e Pedro Malazarte e a Arara Gigante, de Jorge Furtado, entre outros.
"Depois de tantos anos trabalhando na área, sei que, querendo ou não, você começa a divulgar o autor quando monta sua peça. Eu poderia divulgar outros escritores, mas por que não valorizar os gaúchos se são tão bons quanto os de outros estados ou mesmo países?", questiona ele. 
Além de Um hippie, um punk, um rajneesh, Bahlis está na programação deste ano com mais duas peças: Tedy - O amor não é para amadores - cujas sessões ocorreram no primeiro fim de semana - e Dez (quase) Amores, com apresentações dias 17, 18 e 19 de janeiro. O Porto Verão Alegre segue até o dia 19 de fevereiro. A programação está em www.portoveraoalegre.com.br.
Um hippie, um punk, um rajneesh
Teatro da Santa Casa (Independência, 75).
De terça a quinta-feira, às 21h.
Ingressos entre R$ 20,00 e R$ 40,00
COMENTAR | CORRIGIR
Coment�rios
Seja o primeiro a comentar esta not�cia