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tecnologia

- Publicada em 18 de Janeiro de 2017 às 16:47

Fintechs atraem executivos

Proposta mais aberta a inovações chama a atenção de profissionais

Proposta mais aberta a inovações chama a atenção de profissionais


CAFECREDIT VIA VISUAL HUNT/DIVULGAÇÃO/JC
O ano de 2016 viu a consolidação e o surgimento no Brasil de várias fintechs (uma combinação das palavras inglesas financial e technology), como são conhecidas as empresas que usam as facilidades da tecnologia e da internet para oferecer serviços financeiros. Para os consumidores, esses serviços acabaram se transformando numa alternativa aos grandes bancos - já que muitos clientes se queixam do fato de os bancos se limitarem a oferecer produtos que nem sempre são a melhor opção em matéria de custo-benefício. Por sua proposta mais aberta a inovações, as fintechs também acabaram atraindo executivos de grandes instituições.
O ano de 2016 viu a consolidação e o surgimento no Brasil de várias fintechs (uma combinação das palavras inglesas financial e technology), como são conhecidas as empresas que usam as facilidades da tecnologia e da internet para oferecer serviços financeiros. Para os consumidores, esses serviços acabaram se transformando numa alternativa aos grandes bancos - já que muitos clientes se queixam do fato de os bancos se limitarem a oferecer produtos que nem sempre são a melhor opção em matéria de custo-benefício. Por sua proposta mais aberta a inovações, as fintechs também acabaram atraindo executivos de grandes instituições.
Segundo Rodrigo Corumba, vice-presidente de serviços financeiros da consultoria Capgemini, o contexto da recessão também ajudou no crescimento das fintechs. "O custo mais baixo - às vezes, perto de zero - foi um fator que influenciou a busca por esses serviços. Agilidade e menos burocracia também pesaram a favor." Corumba afirma que, com a retomada da economia, o apelo inovador das fintechs deve continuar atraindo público, mas os clientes devem se tornar mais exigentes. "O cliente não quer pagar por um serviço em que não vê valor."
A promessa das fintechs é ofertar investimentos, seguros, crédito, meios de pagamento, entre outros serviços, de maneira simplificada. Porém o professor Eduardo Contani, da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap), faz um alerta: "O consumidor precisa tomar cuidado com as abordagens oportunistas para não cair em golpes ou fraudes". Um dos principais conselhos de especialistas é checar o histórico de atuação da empresa da qual se pretende contratar um serviço.
De olho na demanda em potencial, cerca de 90 iniciativas nesse segmento estão sendo maturadas, segundo a plataforma Conexão Fintech. José Prado Villela dos Reis, curador da Conexão Fintech, diz que essas iniciativas podem ou não se tornar novas empresas: "Pela complexidade do produto financeiro, a fintech leva mais tempo para ser lançada do que uma startup de outros setores", diz.
Na parte de educação, a Fundação Getulio Vargas (FGV) lançou, na semana passada, um curso sobre inovação no mercado financeiro. As aulas são voltadas para executivos e empresas da área e começam a ser ministradas em março. Outras universidades devem lançar cursos semelhantes em breve.
Depois de 18 anos prestando serviços para grandes financeiras na área de cobrança, os irmãos Pedro e Luiz Fernando Bono Milan decidiram vender sua empresa de call center. Juntos, criaram a Aliado, um serviço on-line de recuperação de crédito. "Por lidar com a inadimplência, a área de gestão de crédito recebe menor atenção", afirma Pedro, que diz ter encontrado resistência ao propor novos processos a antigos parceiros.
Os irmãos ressaltam, porém, que um modelo inovador não é garantia de sucesso e depende das condições do mercado. Eles dão como exemplo a Nubank - startup que oferece cartão de crédito de maneira simplificada. Em dezembro, a empresa afirmou que, caso o governo aprove a redução do prazo de pagamento de compras com cartão aos lojistas, seria o fim do serviço sem anuidade.

Segmento garante incentivos e recrutamento para vagas vem crescendo

Mercado Pago atua como empresa de pagamentos do site Mercado Livre

Mercado Pago atua como empresa de pagamentos do site Mercado Livre


Reprodução/JC
Há menos de dois anos no Mercado Pago, empresa de pagamentos do Mercado Livre, Bruno Martucci e Rodrigo Bittencourt são egressos de outras multinacionais. Ex-HSBC, Martucci não conhecia o segmento das fintechs: "Descobri um mundo novo", diz. Já Bittencourt, ex-Visa, que aceitou trocar o posto de diretor pelo de gerente na nova casa, não acredita que isso seja uma tendência. "Há profissionais que estão no modelo tradicional e não conseguiriam se adaptar por causa da competitividade."
"Empresas tradicionais são mais morosas em implementar novos processos, e o executivo demora para ver o resultado de seu trabalho", afirma Tiago Prado, consultor sênior da Michael Page.
No ano passado, cerca de 90% das vagas mediadas no setor financeiro pela recrutadora foram em empresas que oferecem algum serviço via plataformas digitais. Destas, mais de 70% foram preenchidas por profissionais com até 40 anos e origem em grandes bancos. Em metade dos casos, o profissional aceitou ganhar menos, porém com uma perspectiva de remuneração melhor no futuro.
Para Renato Ximenes, do escritório de advocacia Mattos Filho, o Banco Central vê com bons olhos o surgimento das fintechs, porque estimula a competição no setor bancário. Porém há discussões sobre a implementação de exigências mais duras para essas operações, tais como as seguidas por grandes bancos, a respeito de proteção de dados, regras de continuidade e terceirização de serviços.