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Governo Federal

- Publicada em 22 de Dezembro de 2016 às 16:57

Michel Temer afirma que não pensa em renunciar

Presidente garante que não fará mudanças na chefia da Casa Civil

Presidente garante que não fará mudanças na chefia da Casa Civil


AFP/JC
O presidente Michel Temer (PMDB) afirmou, nesta quinta-feira, que não pensa em renunciar ao cargo e que vai recorrer com "recursos e mais recursos" caso o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) julgue procedente a ação que pede a cassação da chapa Dilma-Temer.
O presidente Michel Temer (PMDB) afirmou, nesta quinta-feira, que não pensa em renunciar ao cargo e que vai recorrer com "recursos e mais recursos" caso o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) julgue procedente a ação que pede a cassação da chapa Dilma-Temer.
"Não tenho pensado nisso (em renunciar ao cargo de presidente da República)", disse Temer durante café da manhã com jornalistas no Palácio da Alvorada. "Havendo uma decisão (do TSE por cassar a chapa), haverá recursos e mais recursos", completou.
O presidente, porém, ressaltou que será "obediente" à decisão final do Judiciário, seja ela qual for.
No primeiro semestre do ano que vem, o TSE deve julgar uma ação protocolada pelo PSDB, hoje na base de Temer, pedindo a cassação da chapa PT-PMDB por suposto abuso de poder político e econômico nas eleições presidenciais de 2014.  
Citado por pelo menos três delatores da Odebrecht por supostas práticas ilegais, Temer afirmou que não se "insurgiu" contra a Operação Lava Jato, mas que não se pode "soltar uma delação por semana". "Pedi que se acelere o processo", ressaltou o peemedebista.
O presidente admitiu que vazamentos do conteúdo das delações da empreiteira "criam um clima de instabilidade no País" ao atingir o coração de seu governo, com citações a seu nome e ao de dois de seus principais auxiliares, os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Parcerias e Investimentos), ambos do PMDB.
Mesmo assim, Temer garantiu que não vai afastar Padilha do cargo. "Não tirarei o chefe da Casa Civil. Ele continua firme e forte à frente da Casa Civil. Não haverá mudança nenhuma", afirmou o presidente.
Michel Temer, porém, deixou em aberto a possibilidade de fazer uma reforma ministerial no ano que vem para agradar a aliados insatisfeitos com pouca participação no governo.
"Não sei o que vai acontecer lá na frente, mas não há intenção, neste momento, de fazer qualquer alteração ministerial", avaliou.
Temer disse ainda que está aproveitando a impopularidade de seu governo para tomar medidas consideradas impopulares, mas que, na sua avaliação, são "necessárias ao País". "Um governo com popularidade extraordinária não poderia tomar medidas impopulares", afirmou.
De acordo com a última pesquisa Datafolha, a popularidade de Temer despencou desde julho, acompanhada da queda de confiança na economia a níveis pré-impeachment de Dilma Rousseff (PT).
Segundo o levantamento, 51% dos brasileiros consideram a gestão do peemedebista ruim ou péssima, ante 31%, em julho. Além disso, 63% dos entrevistados querem a renúncia do presidente para a realização de eleições diretas.

'Nunca caí de uma pinguela', diz Temer sobre FHC

O presidente Michel Temer (PMDB) disse, nesta quinta-feira, que nunca caiu de uma "pinguela", expressão utilizada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) para classificar o governo do peemedebista.
Temer relembrou, em um de seus poucos momentos de descontração, um período de sua infância no qual brincava com amigos em um riacho, justamente atravessando uma pinguela, uma espécie de ponte frágil e improvisada. "E sabe que nunca caí?", disse o presidente, aos risos.
"Quando ouvi essa expressão 'pinguela', essa expressão delicada, em que há muitas amarguras e paixões por trás, a primeira coisa que lembrei foi da minha infância. Se é ponte ou pinguela, não importa. O que importa é atravessar", completou Temer.
No final de novembro, FHC comparou o governo do peemedebista a uma "pinguela" e afirmou que se esforça para contribuir de alguma forma para que Temer consiga chegar até o fim de seu mandato, em 2018.
À época, Temer confidenciou a aliados ter ficado bastante incomodado com as declarações do tucano. O presidente tem feito esforços constantes para manter o PSDB aliado ao governo, inclusive cedendo mais espaço ao partido no núcleo do Palácio do Planalto.
O deputado Antonio Imbassay (PSDB-BA), por exemplo, será nomeado chefe da Secretaria de Governo no início do ano que vem. "Temos tido um apoio extraordinário do PSDB", disse Temer.
Em uma espécie de balanço de seus sete meses de governo, quatro deles como interino, Temer afirmou que têm "muitos erros", mas não tem "compromisso" com eles.
"Não tenho compromisso com erros. E não me incomoda ler 'Temer recua' (na imprensa)".
Nos últimos meses, a administração do peemedebista foi marcada por recuos, como a data para o envio da reforma da Previdência ao Congresso, alterada diversas vezes desde setembro, e, o mais recente, a desistência, de enviar a reforma trabalhista por medida provisória ao Legislativo. Temer afirmou que, sobre o assunto, "há o requisito de relevância", mas não o de "urgência", e que, portanto, iria discutir o tema no Congresso.