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operação Lava Jato

- Publicada em 05 de Dezembro de 2016 às 17:04

Marco Maia e Vital do Rêgo são investigados

Maia teria pedido R$ 1 milhão para proteger a OAS do relatório

Maia teria pedido R$ 1 milhão para proteger a OAS do relatório


Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil/JC/
O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rêgo e o ex-presidente da Câmara e deputado federal gaúcho Marco Maia (PT) foram alvos de mandados de busca e apreensão da Operação Lava Jato, ontem, pela Polícia Federal (PF). A operação foi batizada de Deflexão. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki autorizou, no âmbito de um inquérito da Lava Jato, buscas em endereços pessoais, funcionais e empresariais do ministro do TCU e do deputado petista, que presidiu a Casa entre 2011 e 2012.
O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rêgo e o ex-presidente da Câmara e deputado federal gaúcho Marco Maia (PT) foram alvos de mandados de busca e apreensão da Operação Lava Jato, ontem, pela Polícia Federal (PF). A operação foi batizada de Deflexão. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki autorizou, no âmbito de um inquérito da Lava Jato, buscas em endereços pessoais, funcionais e empresariais do ministro do TCU e do deputado petista, que presidiu a Casa entre 2011 e 2012.
Segundo a PF, o inquérito apura se parlamentares solicitaram a empresários contribuição financeira para que não fossem convocados a prestar depoimento na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) da Petrobras, em 2014.
A nota diz ainda que os executivos afirmam ter repassado valores superiores a R$ 5 milhões a ambos para evitar retaliações e contribuir para campanhas eleitorais. Apenas a mulher e filha de Maia estavam na casa da família, em Canoas. De lá, foram levados documentos e computadores.
Vital do Rêgo e Maia eram, respectivamente, presidente e relator da CPI mista da Petrobras e foram acusados por Delcídio de cobrança de "pedágio" na comissão para beneficiar empreiteiros e não convocá-los para depoimentos.
No pedido de abertura de inquérito, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse que os fatos narrados pelo senador cassado indicam crimes de concussão ou corrupção passiva.
Em setembro, o sócio da OAS Léo Pinheiro, que está preso, admitiu ao juiz Sérgio Moro que pagou cerca de R$ 3,8 milhões para abafar as investigações da CPI da Petrobras, em 2014.
Os pagamentos, segundo o empreiteiro, foram feitos a Rêgo, Maia e ao ex-senador Gim Argello (ex-PTB), preso pela Lava Jato em abril. Segundo o empreiteiro, Maia e Rêgo disseram que poderiam adiar requerimentos e controlar o calendário da investigação, além de impedir a convocação de determinados empreiteiros. "Eles (Rêgo e Argello) me disseram o seguinte: nós podemos ajudar, e muito. Agora, o senhor vai ter que ajudar financeiramente", declarou Pinheiro. Segundo Pinheiro, Maia teria pedido pediu R$ 1 milhão para proteger a OAS do relatório final.
Os repasses a Vital do Rêgo, segundo Pinheiro, foram feitos por doações oficiais ao PMDB nacional, que recebeu R$ 1 milhão da OAS, e por caixa-2, com outro R$ 1,5 milhão. Já o ex-senador Gim Argello teria recebido por meio de uma doação a uma igreja do Distrito Federal, de R$ 350 mil; Maia, por meio de um empresário de seu círculo de relacionamento, cujo nome não foi revelado.

Deputado gaúcho se diz vítima de 'vingança' de Delcídio

O deputado federal gaúcho Marco Maia (PT) usou ontem sua página no Facebook para rebater as acusações contra ele que geraram a nova fase da Operação Lava Jato. Reclamando que nunca foi ouvido oficialmente para contestar as informações dos delatores, o petista se disse vítima de "vingança" e afirmou que o ex-senador Delcídio Amaral mente ao acusá-lo de cobrar "pedágio" de empreiteiros para protegê-los na CPMI da Petrobras de 2014. "Este cidadão mente descaradamente", declarou.
Em uma transmissão ao vivo, Maia negou que tenha sofrido pressão para poupar empreiteiros ou ex-funcionários da estatal, com exceção de Delcídio, que, segundo Maia, teria feito apelos para preservar o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. Ele contou que, na época, disse a Delcídio que não seria possível atendê-lo. "Não vou aceitar que um ex-senador que mente fique dando entrevistas e posando como herói", insistiu.
O petista lembrou que a comissão ocorreu em um período eleitoral e que, por isso, foi muito "tumultuada", porque havia um ambiente "eivado de vícios" que visavam influenciar o debate político. O deputado disse que fez um relatório técnico e denso, com 53 indiciados e 20 empresas denunciadas por formação de cartel. "Aqueles que nós indiciamos em 2014 hoje são aqueles que me acusam", completou. Maia negou ter se encontrado com o delator em uma suposta residência no Lago Sul, bairro de Brasília, e observou que a versão é inverídica, porque o delator teria dito que a reunião ocorreu na casa de uma irmã do deputado. Maia disse que tem apenas dois irmãos.
O deputado finalizou dizendo que seu patrimônio é fruto de seu trabalho de mais de 30 anos, ressaltou que não tem contas no exterior e que sempre se colocou à disposição para prestar esclarecimentos.
Procurado, o ministro do Tribunal de Contas da União Vital do Rêgo não se manifestou sobre a operação da Polícia Federal até o fechamento desta edição.