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Opinião

- Publicada em 15 de Dezembro de 2016 às 16:24

Parece piada

Os próximos dias serão de muita polêmica no Rio Grande do Sul, com o "pacote do Sartori", de medidas em favor do enxugamento da máquina pública. Mas são polêmicas desnecessárias, incompreensíveis. Toda discussão a respeito dos gastos de um governo com um órgão que não diga respeito aos serviços essenciais deveria partir do seguinte questionamento: "Estamos falando de um Estado em que há segurança e atendimento básico de saúde para todos e no qual todas as crianças estão na escola?". Se a resposta for "sim", bom, aí podemos começar a conversar. Se a resposta for "não", será um ato de irresponsabilidade proceder com a defesa de uma estrutura estatal que não existe em favor da preservação da vida e da formação básica dos cidadãos que pagam por tal estrutura.
Os próximos dias serão de muita polêmica no Rio Grande do Sul, com o "pacote do Sartori", de medidas em favor do enxugamento da máquina pública. Mas são polêmicas desnecessárias, incompreensíveis. Toda discussão a respeito dos gastos de um governo com um órgão que não diga respeito aos serviços essenciais deveria partir do seguinte questionamento: "Estamos falando de um Estado em que há segurança e atendimento básico de saúde para todos e no qual todas as crianças estão na escola?". Se a resposta for "sim", bom, aí podemos começar a conversar. Se a resposta for "não", será um ato de irresponsabilidade proceder com a defesa de uma estrutura estatal que não existe em favor da preservação da vida e da formação básica dos cidadãos que pagam por tal estrutura.
Tomemos o exemplo da Fundação de Economia e Estatística, defendida com argumentos os mais lustrosos. Em artigo na imprensa, o economista Guilherme Villela elencou algumas pesquisas da FEE: "[...] burguesia industrial e Estado nacional; participação das mulheres em igrejas cristãs; refugiados da atual guerra na Síria; neoliberalismo na Nova República; valor, preço e distribuição (de Ricardo a Marx), entre outros". O senhor Villela utilizou esses exemplos em favor da manutenção da FEE. E não é uma voz isolada.
Parece piada, mas num estado cuja capital já é uma das mais perigosas do País (40 homicídios para cada 100 habitantes; duas vezes mais que no Rio; quatro vezes mais que em São Paulo), há quem defenda que se gaste nosso dinheiro com pesquisas inúteis, muitas com viés ideológico, enquanto as pessoas não sabem sequer se voltarão vivas para casa após o dia de trabalho. Há quem defenda que a FEE mude sua pauta e se foque estritamente em estudos úteis ao Rio Grande do Sul. Parece piada, mas, apenas agora, com a possibilidade de extinção, é que se fala que o órgão público trabalhe pelo interesse... público. Ainda assim, não precisamos de uma fundação que nos custa R$ 30 milhões por ano para nos dizer que o governo deve gastar menos e investir mais em serviços essenciais. Não precisamos de especialistas para nos dizer que antes da carroça vêm os bois.
Vereador eleito de Porto Alegre (PSDB)
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