Conhecemos nossa história?

Aquele que não conhece seu passado poderá condenar o seu futuro. Talvez estejamos passando por esta situação no Rio Grande do Sul. Depois que o governador José Ivo Sartori (PMDB) anunciou o seu "pacote da calamidade", o que vimos na imprensa e entre os próprios deputados que apreciarão o PL 246/16 é um imenso ponto de interrogação. Afinal, acolher ou não um projeto desta complexidade requer tempo para ampla discussão com a sociedade. Não pode ser feito de forma justa em 30 dias.

O que fazem essas fundações que estão prestes a serem extintas? O governo diz que elas não são essenciais, mas com base em que faz tal afirmativa? Nossos parlamentares terão a informação necessária para concordar ou não com as justificativas do governo? Para a nossa alegria, o governo gaúcho recebeu R$ 217,9 milhões, resultantes do ganho de indenização para o Estado no caso Ford. Este recurso salvou o salário do funcionalismo de novembro. O trabalho da Fundação de Ciência e Tecnologia (Cientec) foi decisivo neste processo judicial. Através da avaliação técnica de sua equipe e dos laudos periciais da Cientec, foi possível provar que a montadora fez uso indevido de incentivos obtidos junto ao governo estadual para fins diversos àqueles inicialmente propostos para instalação da montadora no município de Guaíba. A fundação foi designada judicialmente pela sua isenção para juntar elementos para esclarecimento dos fatos.

Hoje, o governo quer extinguir a Cientec, alegando como motivo principal a sua despesa e a necessidade de investimentos em outras áreas. Porém este caso da Ford mostra que apenas uma ação da Cientec pode ser revertida em altos valores para o Estado. Somado ao valor social que representa todo produto ou serviço que a indústria e o próprio Estado entregam à sociedade depois de analisados pela Cientec, nos resta perguntar: será que conhecemos nossa história?