O governo da Venezuela prorrogou o prazo para utilização de notas de 100 bolívares até 2 de janeiro. As cédulas já deveriam ter saído de circulação, conforme anúncio feito há uma semana pelo presidente Nicolás Maduro, o que gerou uma onda de protestos no país.
Maduro disse que a decisão se deve à falta de notas para substituição. Segundo ele, três aviões que transportavam o dinheiro foram "vítimas de sabotagem".
A retirada em apenas três dias da nota de 100 bolívares (o equivalente a apenas US$ 0,15), a de maior valor em circulação no país, havia sido ordenada pelo presidente sob a alegação de que quadrilhas baseadas sobretudo na Colômbia estariam estocando as cédulas para "desestabilizar a economia do país". Embora Maduro tenha anunciado que a medida coincidiria com a progressiva entrada de novas cédulas de maior valor, não há sinal das primeiras notas de 500 e 5.000 bolívares, as primeiras prometidas - o governo também anunciou a criação de cédulas de 1.000, 2.000 e 10.000.
Durante toda a semana, os venezuelanos enfrentaram longas filas para depositar as notas de 100 bolívares em bancos. Em Caracas, as pessoas batiam em panelas e criticavam a aparente falta de planejamento. Não havia dinheiro circulando nas ruas ou nas lojas.
No sábado, centenas de pessoas que defendem o governo e membros do partido no poder marcharam em Caracas vestindo camisetas vermelhas, para apoiar Maduro e a "guerra econômica" contra a Venezuela, que enfrenta hoje a inflação mais alta do mundo.