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- Publicada em 14 de Dezembro de 2016 às 16:14

Dom Paulo Evaristo Arns morre aos 95 anos de idade

Em outubro, Arns foi homenageado em evento na PUC-SP

Em outubro, Arns foi homenageado em evento na PUC-SP


Agência Brasil/JC
Defensor intransigente dos direitos humanos e um dos nomes mais marcantes e influentes da Igreja Católica no País, Dom Paulo Evaristo Arns morreu ontem, aos 95 anos, vítima de broncopneumonia. Ele estava internado no Hospital Santa Catarina, em São Paulo, desde o final de novembro. Nos últimos dias, apresentou problemas renais e acabou sofrendo falência múltipla dos órgãos.
Defensor intransigente dos direitos humanos e um dos nomes mais marcantes e influentes da Igreja Católica no País, Dom Paulo Evaristo Arns morreu ontem, aos 95 anos, vítima de broncopneumonia. Ele estava internado no Hospital Santa Catarina, em São Paulo, desde o final de novembro. Nos últimos dias, apresentou problemas renais e acabou sofrendo falência múltipla dos órgãos.
Nascido em Forquilhinha (SC), Arns era o quinto de 14 filhos e ingressou no seminário franciscano em Rio Negro, no Paraná, aos 13 anos. Em 1945, foi ordenado presbítero e, em 1966, tornou-se bispo. Doutor em Letras pela Sorbonne (França), passou a atuar, em 1970, como arcebispo de São Paulo, tornando-se figura central na luta contra a ditadura militar no Brasil.
Em 1975, promoveu o histórico ato ecumênico na Praça da Sé, em homenagem ao jornalista Vladimir Herzog, torturado até a morte por militares. Criou também o projeto Brasil: Nunca Mais, que evitou o desaparecimento de milhares de documentos jurídicos dos tempos de exceção e depois viraria livro. Foi um dos nomes centrais da Comissão Justiça e Paz, que prestava auxílio material e jurídico a perseguidos políticos na América do Sul, e denunciou de forma aberta a tortura, o que lhe rendeu inimigos.
Sua ação como arcebispo resultou no surgimento de milhares de comunidades eclesiais de base e na formação de várias pastorais, algumas em parceria com sua irmã, a também religiosa Zilda Arns. Foi também um incentivador do movimento Diretas Já, que pedia o retorno da democracia no Brasil. Dom Paulo atuou na Arquidiocese de São Paulo até 1998, passando, desde então, a ostentar o título de arcebispo emérito.
Figura destacada na luta pelos direitos humanos no Brasil, devotou sua atuação aos menos favorecidos, com forte presença nas periferias e em casas prisionais. Publicou 57 livros e recebeu honrarias como o Prêmio Nansen, do Alto Comissariado da ONU para Refugiados, e o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Notre Dame, em Indiana, nos Estados Unidos. Em outubro, foi homenageado em evento na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), com direito a uma mensagem do Papa Francisco. 
O funeral ocorre na Catedral da Sé e deve se estender até sexta-feira, quando o corpo do religioso será sepultado na cripta da Sé.
 
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