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Perspectivas 2017

- Publicada em 24 de Dezembro de 2016 às 13:35

Marchezan projeta que 2017 será o ano mais difícil

O tucano quer mais mobilidade para mexer no orçamento 2017

O tucano quer mais mobilidade para mexer no orçamento 2017


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Marcus Meneghetti
Durante a transição de governo da gestão José Fortunati (PDT) para a de Nelson Marchezan Júnior (PSDB) - que começa em 1 de janeiro de 2017 -, o futuro prefeito de Porto Alegre anunciou que "a situação financeira do município é pior que a do Estado". Por isso, do ponto de vista financeiro, o tucano projeta que 2017 "vai ser o ano mais difícil de administrar a capital do Rio Grande do Sul em toda a sua história".
Durante a transição de governo da gestão José Fortunati (PDT) para a de Nelson Marchezan Júnior (PSDB) - que começa em 1 de janeiro de 2017 -, o futuro prefeito de Porto Alegre anunciou que "a situação financeira do município é pior que a do Estado". Por isso, do ponto de vista financeiro, o tucano projeta que 2017 "vai ser o ano mais difícil de administrar a capital do Rio Grande do Sul em toda a sua história".
Embora não tenha detalhado os números que embasam a precariedade das finanças de Porto Alegre, Marchezan disse que há atraso no pagamento dos fornecedores da prefeitura, atraso no repasse de recursos federais e estaduais, o que gera o risco do atraso do salário dos servidores públicos municipais.
Além disso, nesta entrevista ao Jornal do Comércio, o tucano avalia que o orçamento enviado por Fortunati à Câmara Municipal apresenta "receitas superestimadas e despesas subestimadas", e o resultado, para o futuro prefeito tucano, "é que deixamos de fornecer serviços aos cidadãos".
Por isso, pretende buscar outros partidos que não os de sua base para ter maioria na Câmara Municipal e, assim, conseguir trabalhar com mais flexibilidade no orçamento do ano que vem.
Marchezan também comenta a reforma administrativa que propõe ao município, que tem o objetivo de diminuir os 37 órgãos com status de secretaria para 15 pastas, e os critérios para ocupar cargos na sua administração - como ser ficha limpa e ter especialização na área de atuação.
"Apesar de achar que o número de CCs e FGs (cargos em comissão e funções gratificadas) vai diminuir muito, a meta está focada na prestação de serviços", destaca.
Jornal do Comércio - Desde que o processo de transição começou, o senhor mencionou que a situação financeira da prefeitura é pior do que imaginava. Que informações baseiam essa afirmação?
Nelson Marchezan Júnior - Ainda não vou falar de números, porque a gente não tem todos os dados apurados. Mas já sabemos que, percentualmente, a diferença entre despesa e receita no município é muito mais grave que no Estado. Agora, vamos deixar que o atual prefeito, José Fortunati (PDT), apresente os números. Durante a campanha, questionei muito o meu adversário sobre as dificuldades nas contas da prefeitura, o que não foi colocado como um problema real por nenhum dos candidatos. Hoje, a gente percebe que existem muitos fornecedores atrasados, o risco de atrasar o salário dos servidores públicos municipais etc. O que eu levantei nos debates se tornou real.
JC - Já conseguem identificar a origem do problema das finanças?
Marchezan - A situação é difícil, porque as despesas do governo federal, ao longo dos anos, foram sendo maiores que as receitas. As despesas aqui no Estado nem preciso dizer que, ao longo de décadas, foram maiores que a arrecadação. E a prefeitura seguiu o mesmo caminho. Isso gerou a crise que a sociedade está vivendo agora, com desemprego crescente, pouca geração de emprego, falta de investimentos privados, inovação científica... No final deste ano, o déficit que vai ficar para a gente é um valor muito elevado, e a projeção econômica e financeira para 2017 é pior que a de 2016.
JC - O orçamento encaminhado pelo prefeito Fortunati à Câmara Municipal é compatível com o cenário diagnosticado na transição?
Marchezan - Tem receitas superestimadas no orçamento de 2017, assim como despesas subestimadas. Então, o déficit de 2017 vai ser maior do que deste ano. E o déficit nada mais é que a falta de receita para pagar as despesas. O resultado é que deixamos de fornecer serviços aos cidadãos.
JC - Tem possibilidade de pedir aos vereadores para alterar o orçamento?
Marchezan - Não. O que vamos pedir é mais liberdade para movimentar recursos de uma secretaria para outra, de uma área para outra.
JC - Pelo que está falando, o principal objetivo de 2017 vai ser reduzir o déficit da prefeitura...
Marchezan - Do ponto de vista financeiro, 2017 vai ser o ano mais difícil de administrar a capital do Rio Grande do Sul nas últimas décadas ou até da sua história. Vamos fazer o que tem que ser feito para podermos dar um novo horizonte para a nossa cidade. Aliás, a reforma administrativa que propomos já é um passo nesse caminho, não só por ser muito mais enxuta, mas também por ser mais operacional, muito mais eficaz no atendimento das demandas da população.
JC - Existe o risco de o salário dos servidores ser parcelado já no mês de janeiro de 2017?
Marchezan - Não sabemos, porque ainda não fechamos todos os números. Espero que não, seria lamentável. Mas não é uma questão de opinião, é uma questão fática, que, ao termos um balanço preciso da realidade financeira, vamos divulgá-la com transparência.
JC - A reestruturação administrativa que propõe reduzir de 37 órgãos com status de secretaria para 15 pastas. Existe uma estimativa do valor da economia gerada com esse movo formato?
Marchezan - A gente foca em alcançar resultados, no funcionamento da máquina pública. Por isso, não temos um número cabalístico, marqueteiro ou demagógico de redução. O número de secretarias que estamos propondo não é um número cabalístico, é um número que entendemos que vai dar resultado. Os CCs e as FGs também seguem essa lógica. Apesar de achar que o número de CCs e FGs vai diminuir muito, a meta está focada na prestação de serviços.
JC - Então existe a possibilidade de não diminuir o número de CCs e FGs, se for constatado que eles são necessários para a prestação de serviços à sociedade...
Marchezan - Essa possibilidade existe, mas é quase remota.
JC - Quanto à relação do Paço Municipal com a Câmara, existem conversas com outros partidos para tentar ampliar a base aliada?
Marchezan - A apresentação da reforma administrativa e dos critérios de escolha da equipe já deu o tom do que queremos na gestão. Em cima disso, vamos conversar com os vereadores e outros partidos, sim. Ficou muito claro, durante a campanha, que precisamos de mudanças radicais para mudar a realidade de Porto Alegre. A gente acredita que consegue agregar muitas pessoas nas nossas propostas.
JC - A reforma administrativa e o método de escolha do secretariado ajuda ou atrapalha na atração de outros partidos para a base?
Marchezan - Se nós fizermos sempre as mesmas coisas, vamos continuar tendo os mesmos resultados. E os resultados não têm sido bons para os porto-alegrenses. As lideranças comunitárias, sindicatos, partidos perceberam isso. Por isso, acho que a nossa proposta de governo favorece a discussão. Foi o que eu e o Maurício (Dziedricki, PTB, candidato que o apoiou no segundo turno) propomos durante a campanha: mudança. E, se não fizéssemos isso, estaríamos dando um calote eleitoral.
JC - Acredita que vai ter maioria da Câmara em 2017?
Marchezan - Acho que sim.
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