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Finanças

- Publicada em 23 de Dezembro de 2016 às 16:54

Crédito deve apresentar recuo de 3% neste ano

Empresas foram as mais atingidas pela recessão, de acordo com o BC

Empresas foram as mais atingidas pela recessão, de acordo com o BC


FREEPIK.COM/DIVULGAÇÃO/JC
Com a recessão econômica, o crédito no Brasil deve apresentar, neste ano, o primeiro recuo já registrado pelo Banco Central (BC). A projeção é que a retração no saldo das operações de crédito chegue a 3% neste ano, a primeira da série histórica iniciada em março de 2007. Em 12 meses acumulados até novembro, o recuo ficou em 2,3%, o que levou o BC a revisar a estimativa, que era de queda de 2%. Para o próximo ano, a expectativa é de retomada do crédito, com estimativa de crescimento do saldo em 2%.
Com a recessão econômica, o crédito no Brasil deve apresentar, neste ano, o primeiro recuo já registrado pelo Banco Central (BC). A projeção é que a retração no saldo das operações de crédito chegue a 3% neste ano, a primeira da série histórica iniciada em março de 2007. Em 12 meses acumulados até novembro, o recuo ficou em 2,3%, o que levou o BC a revisar a estimativa, que era de queda de 2%. Para o próximo ano, a expectativa é de retomada do crédito, com estimativa de crescimento do saldo em 2%.
Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, essa retração está associada à queda da atividade econômica. Em 2015, primeiro ano da recessão econômica, houve desaceleração no saldo do crédito, que registrou crescimento de 6,7%, depois da expansão de 11,3%, em 2014. O crédito para as empresas foi o mais atingido pelo recuo, de acordo com Maciel. Em 2015, o crédito para esse segmentou cresceu 6,3%, mas deve recuar mais de 7% em 2016. Já o crédito para as famílias desacelerou, mas não chegou a apresentar queda. Em 2015, houve expansão de 7,1% e, em 12 meses até novembro deste ano, o crescimento é de 3,2%.
Segundo Maciel, o crescimento para as famílias é influenciado pelo crédito imobiliário, que cresceu 6,8% em 12 meses. "É um percentual significativo. Ainda assim, há uma tendência desde de 2010 de moderação. Em 2010, cresceu 56%", destacou o economista, ao lembrar que as taxas de juros dos empréstimos começaram a cair em novembro. "Foi o primeiro mês de queda das taxas de juros depois de um longo período de alta, desde dezembro", disse. Ele acrescentou que o efeito da redução da taxa básica de juros, a Selic, no custo do crédito para os tomadores leva tempo para ser sentido. "Esse é um movimento que ocorre gradativamente. A tendência é que venha impactar ao longo do tempo." A Selic foi reduzida em 0,25 ponto percentual nas duas últimas reuniões do Comitê de Política Monetária, e o BC tem sinalizado que pode intensificar o ritmo de corte na taxa em 2017.

Juros do rotativo do cartão de crédito batem recorde

A taxa de juros do rotativo do cartão de crédito chegou ao recorde de 482,1% ao ano, em novembro, informou o Banco Central (BC). A taxa subiu 6,3 pontos percentuais em relação a setembro e foi a maior da série histórica iniciada em março de 2011. O rotativo é o crédito tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão. Na semana passada, o governo anunciou a limitação da permanência do cliente no rotativo do cartão de crédito por 30 dias. Essa medida ainda será implementada e poderá reduzir pela metade a taxa de juros do cartão de crédito a partir do fim do primeiro trimestre do ano que vem, segundo previsão do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
Outra taxa de juros alta na pesquisa mensal do BC é a do cheque especial, que chegou ao novo recorde de 330,7% ao ano. Essa é a maior taxa da série histórica, iniciada em julho de 1994. A taxa média de juros para as famílias ficou estável em 73,6% ao ano, em novembro, comparada a outubro.
A inadimplência do crédito, considerados atrasos acima de 90 dias, para pessoas físicas caiu 0,1 ponto percentual para 6,1%. A taxa de inadimplência das empresas caiu 0,2 ponto percentual, para 5,4%. A taxa média de juros cobrada das pessoas jurídicas caiu 0,5 ponto percentual, para 29,9% ao ano. Esses dados são do crédito livre, em que os bancos têm autonomia para aplicar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros.
No caso do crédito direcionado (empréstimos com regras definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos setores habitacional, rural e de infraestrutura), a taxa de juros para as pessoas físicas ficou estável em 10,2% ao ano. A taxa cobrada das empresas caiu 0,9 ponto percentual, para 11,1% ao ano. A inadimplência das famílias caiu de 0,1 ponto percentual, para 1,9%; e a das empresas permaneceu em 1,8%.
O saldo de todas as operações de crédito concedido pelos bancos subiu 0,3% de outubro para novembro, mas no ano registra queda de 3,6%. No mês passado, o saldo ficou em
R$ 3,104 trilhões. Esse saldo correspondeu a 49,5% de tudo o que o País produziu - Produto Interno Bruto - em novembro, ante o percentual de 49,7% registrado em outubro deste ano.

Recursos avançam para agropecuária, mas recuam para indústria e serviços

O Banco Central (BC) informou que houve variação de outubro para novembro do estoque de crédito nos três setores de atividade: agropecuária, indústria e serviços. O crédito total ficou estável, em R$ 1,554 trilhão. A agropecuária avançou 0,8%, a indústria teve baixa de 0,1%, e os serviços cederam 0,2%. No crédito para pessoa jurídica com sede no exterior e créditos não classificados (outros), o avanço foi de 4,8%.
O crédito para o setor de serviços ficou em R$ 735,803 bilhões em novembro. Dentro desse setor, o comércio apresentou baixa de 0,7% (R$ 267,132 bilhões) no mês passado. Em transporte, cedeu 2%, para
R$ 146,402 bilhões. Na administração pública, houve alta de 2,6%, para R$ 127,960 bilhões. A categoria "outros" ficou estável em R$ 194,307 bilhões.
Para a indústria, o crédito recuou na margem, para R$ 760,266 bilhões. Na construção, houve alta de 3,6% no mês passado, para R$ 106,089 bilhões. A indústria de transformação ficou estável em R$ 420,629 bilhões. Já nos serviços industriais de utilidade pública (Siup) houve recuo de 0,5% no mês passado, para R$ 201,764 bilhões. No caso da extrativa, houve uma queda de 9% em novembro, para R$ 31,784 bilhões. Para o setor agropecuário, o aumento foi de 0,8% em novembro ante outubro, para
R$ 23,817 bilhões.